sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Lei Dominical, Sinal da besta ou não?


Estive ouvindo um programa de debates no canal Hit Tv. O assunto foi a respeito do Sábado. Não irei relatar aqui tudo o que foi falado neste debate, mas um argumento levantado por um professor batista me deixou inquieto. O argumento usado é que os adventistas ao citarem decreto dominical, argumentam do nada. O professor batista disse que não há evidência bíblica nenhuma para dizer que o domingo é o sinal da besta e que o sábado é o sinal ou selo de Deus. Por esta razão é que dedicarei algumas linhas abaixo para que os queridos internautas venham analisar com cuidado se realmente existe base ou não para dizer que futuramente haverá uma lei dominical e que esta será o sinal da besta.

No livro de Apocalipse capítulo 13:16-17 nos diz assim:

"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas; Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome." - (Edição Revista e Corrigida)

Precisamos destacar algumas coisas que são importantes nestes versos:

1º - Haverá uma imposição, uma obrigatoriedade. No início do verso 16 diz assim: "...E faz..."

2º - Essa imposição será para todos, independente de religião, credo, fé, valores, raça, tribo, etc. Na sequência do verso diz assim: "...que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos...". Todos, especialmente os ligados ao cristianismo não escaparão dessa imposição.

3º - O que será imposto é um sinal. Como o Apocalipse é um livro em grande parte simbólico, cheio de alegorias, é importante buscar respostas dentro da própria Bíblia para compreender o lado literal/real dos símbolos. Entendemos que por motivos muito sábios da parte de Deus, a realidade ficou oculta por trás de simbolos. Antes de passar-mos adiante, primeiramente entenderemos o que significa este sinal que será imposto. Vejamos:

Para entender qual será o sinal da besta, faz-se necessário primeiro entender qual é o sinal de Deus. Entendendo do que se trata o sinal de Deus, com extrema facilidade entenderemos qual seria então o sinal da besta.

Em Ezequiel 20:12 nos é dito: "E também lhes dei os meus Sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica."

Leiam novamente e reparem que a Bíblia ensina que o sinal de Deus é o Sábado. Para reforçar leremos também Ezequiel 20:20 que diz:

"E santificai os meus Sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus."

Mais uma vez, o texto reforça de maneira absoluta e contudente que o Sábado é um sinal, e este sinal é entre Deus e Seu povo. Este Sinal é o sinal de Deus.

O texto Bíblico de Apocalipse 13:16-17 diz que a besta, que também é simbolizado pelo anticristo, diz que esta besta aparecerá no tempo do fim, e ela terá um sinal, e que este sinal será imposto a todos. Deus tem um sinal e este sinal é o sábado. A Besta terá um sinal, e este sinal será imposto. Sabendo que o sinal de Deus é o sábado, a pergunta que surge é, qual é o sinal da besta?

Analisemos com cuidado para descobrir do que se trata o sinal da besta.

O sinal de Deus é um dia da semana, portanto o sinal da besta deve estar ligado também a um dia da semana.

O sinal de Deus é o 7º dia ou o útlimo dia da semana. Portanto o sinal da Besta possívelmente seja o contrário, sendo o primeiro dia da semana.

O sinal de Deus é o Sábado. Com todo esse raciocinio fica evidente que o sinal da besta seja o domingo. Que outro dia da semana poderia ser o sinal da besta sem ser o domingo? Que outro dia da semana em nossos dias em meio a cristandade, se opõe diretamente ao sinal de Deus que é o sábado como descrito em Ezequiel 20:12 e 20? Que outro dia é tão defendido abertamente pelos homens ao ponto de substituir o sábado dos 10 mandamentos? Que outro dia da semana é colocado diretamente em conflito contra o sábado? É impossível descrever o sinal da besta de outra forma. Sinal de Deus (Sábado) x sinal da Besta (?).

4º - Em Apocalipse 13:16 ainda nos diz que este sinal da besta será colocado na mão direita ou nas frontes, ou testas.

Mão direita, significa Trabalho, obras. Eclesiastes 9:10 diz : "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na supultura, para onde tu vais, não há obra....". O texto responde com clareza, mãos e obras, trabalhos ,estão ligados dentro do mesmo contexto profético.

Se analisarmos friamente dentro do enredo discussivo do cristianismo veremos como estes versos se encaixam perfeitamente. Alguns, apoiados na Bíblia dizem que é no sábado que devemos nos abster de nossos trabalhos, mas alguns ancorados nos homens e não na Bíblia dizem que é no domingo que devemos parar nossas atividades. Vejam que o sinal da besta está ligado a atividade, trabalhos e obras. Descansar ou não, trabalhar ou não neste dias.

O texto de Apocalipse ainda nos ensina que este sinal será colocado nas frontes. Vejamos o que a Bíblia nos ensina sobre este simbolismo: "Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne a lei do pecado."

Note: "...com o entendimento (Fronte) sirvo à lei de Deus, mas com a carne a lei do pecado (lei dos homens)."

Embora o texto não use a palavra fronte, fica evidente que esta palavra tenha o significado de entendimento, ou decisão. Hoje é evidenciado pela psicologia moderna que o local na mente onde se processa as decisões é justamente na região frontal. É nesta região onde se localiza a testa que são tomadas as decisões. É ali que nasce o resultado do processo do racíocinio, ou seja a decisão. É na fronte onde fica o entendimento, ou seja, o poder de decidir.

O sinal de Deus e da Besta estarão em conflito na mente humana. E receberão o sinal da besta aqueles que rejeitarem o sinal de Deus. Receberão o sinal de Deus aqueles que rejeitarem o sinal da besta. Portanto tudo passará pela mente, mas será eu e vocês que decidiremos (fronte) o que receberemos. Continuar as devidas obras seculares no sábado, rejeitando o sinal de Deus ou continuar as devidas obras seculares no domingo, rejeitando assim o sinal da besta. A decisão estará em nossas mãos, decidir em separar pela fé o Sábado a Deus ou não.

5º - E por último, Apocalipse 13:17. "Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal..."

Aquele que não tiver o sinal da besta, não poderá ter uma vida normal, não poderá ser um cidadão normal, perderá direitos, perderá espaços na sociedade, de compras e vendas, ou seja, de participar ativamente da atividade comercial. Esta será uma maneira de pressionar os que seguem a Bíblia a rejeitar a verdade expressa em sua palavra, de rejeitar o sinal de Deus. De rejeitar a verdade contida em Seus mandamentos. Eles farão de tudo para isolar o povo de Deus de seus direitos comerciais, mas com certeza Deus não deixará seu povo a merce dos inimigos da verdade. Neste tempo haverá pão e água para os féis, e como refugio, suas moradas serão nas montanhas. Isaias 33:16.

Mesmo com toda esta pressão para aderir ao sinal da besta (domingo) como muitos já fazem hoje em dia, satanás, furioso, chegará ao ponto de levar os homens a odiarem de tal maneira o povo que segue um assim diz o Senhor, que trará o desejo de se necessário exterminá-los da face da terra. O texto diz: Apocalipse 13:15 "...e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta;", logo após o decreto dominical, entrará em cena o decreto de morte. Morte aos fanáticos, é o que dirão.

Muito em breve cenas assim serão visiveis. Não demorará muito, pois muitas coisas semelhantes já acontecem. Todos os que guardam o sábado como é defendido pela Bíblia, são escandalizados, debochados, ridicularizados. Muitas das igrejas evangélicas já consideram o adventismo como inimigos, e nos tratam assim. Eu mesmo, já fui até agredido por palavras por um pastor pentecostal pelo simples fato de ser sabatista. Mal sabem eles que o domingo nasceu com roma, foi instituido por imperadores, bispos e papados. A própria igreja católica reconhece que Jesus não autorizou a mudança do sábado para o domingo, e que a igreja mudou pela sua própria autoridade, o princípio dessa mudança foi na data de 7 de março de 321 d.C. (Ver citações históricas dessas mudanças)

Encerro com o apelo de Sofonias no capítulo 2:1,2 "Congregra-te, sim, congrega-te, ó nação que não tens desejo; antes que saia o decreto, e o dia passe como a pragana; antes que venha sobre vós a ira do Senhor..." Este é o decreto dominical. Quando este decreto for promulgado, simultaneamente cairá sobre este mundo a ira do Senhor. Apocalipse 14:11.

O Dia da Expiação antítipo - Parte 3

A profecia das setenta semanas foi dada por Deus para ajudar na compreensão da profecia que Daniel havia visto no capítulo anterior: " Até duas mil trezentas tardes e manhãs" (Dn 8:14). De fato, as "setenta semanas" estavam incluídas nas "duas mil e trezentas tardes e manhãs", sendo que aquela marcava o início desta. Como já vimos que "duas mil e trezentas tardes e manhãs" eqüivalem a 2300 dias proféticos, e que cada dia profético corresponde a um ano literal, então, para acharmos o final deste período profético é só somarmos a diferença dos 490 anos que já estabelecemos das "setenta semanas" ( 2300 - 490 = 1810). Partindo da data onde paramos, ou seja, o ano 34 d.C. e avançando 1810 anos chegamos ao fim dos 2300 dias proféticos: o ano de 1844 d.C.. O gráfico abaixo nos ajudará na compreensão.




Sendo que descobrimos a data desta profecia, resta saber agora qual foi o acontecimento que se deu em 1844 d.C.. Na verdade, foram dois os eventos profetizados para 1844: um no céu e outro na terra. O primeiro deles podemos descobrir relacionando o texto básico da profecia com o cerimonial do santuário judaico: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs, e o santuário será purificado" (Dn 8:14). Assim como no santuário judaico o sumo sacerdote entrava uma vez por ano no Lugar Santíssimo para fazer a purificação do santuário e este dia servia como um dia de acerto de contas do povo com Deus, assim também Cristo começou em 1844 o Juízo celestial que tem por objetivo analisar a vida de todos aqueles que dizem ser cristãos a fim de ver quem está realmente com o coração santificado e pronto para receber a Cristo em Seu Segundo Advento. Afinal, nem todos os professos cristãos praticam toda a vontade de Deus: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mt 7:21). Não são todos os habitantes do mundo que estão sendo analisados no Juízo celestial, mas somente os que dizem ser cristãos: "Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?" (1Pe 4:17).

Esse Juízo que começou em 1844 no santuário celestial também foi profetizado em outras partes das Escrituras por outros profetas: "Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá a seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos" (Ml 3:1). Salomão confirmou isso: "Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas , quer sejam más" (Ec 12:14). Portanto, o primeiro evento profetizado para 1844 ocorreu no céu, quando Jesus passou para o Lugar Santíssimo no santuário celestial e iniciou o Juízo (Juízo Investigativo). O segundo evento profetizado para 1844, que ocorreu na terra, será analisado quando estudarmos o Apocalipse, pois nele o tema aparecerá ampliado.

Evidências bíblicas de um Juízo Pré-Advento:
1- O Dia da Expiação no santuário terrestre era um tipo - profecia em símbolos (Lv 16; 23:26-32).
2- A cena judicial que Daniel viu (Dn 7:9, 10) ocorreria antes da Volta de Cristo (Dn 7:13, 14).
3- Na parábola das bodas (Mt 22:1-14) o rei fez uma investigação dos convidados (v. 11).
4- O Juízo começa pela casa de Deus (1Pe 4:7).
5- Na ordem para medir o templo de Deus, o altar e os que nele adoram (Ap 11:1).
6- Na proclamação: "Vinda é a hora do juízo" (Ap 14:7).
7- Os salvos que estiverem vivos por ocasião da Volta de Cristo deverão anteriormente ter sido julgados como dignos de receber a vida eterna (1Co 15:51, 52).

Para saber mais sobre a profecia das "duas mil e trezentas tardes e manhãs", acesse o site Concerto Eterno.

O Dia da Expiação antítipo - Parte 2

VISÃO: "Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele" (Dn 9:27).
INTERPRETAÇÃO: Depois do batismo de Cristo em 27 d.C. ainda haveria uma semana (7 anos literais). Na metade desta semana (3 anos e meio), ou seja, o ano 31 d.C., a morte de Cristo faria cessar a validade do cerimonial do santuário: "Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo" (Mt 27:51). A partir de então, cessaria o "sacrifício e a oferta de manjares". A outra metade da semana nos leva ao ano 34 d.C., ano que assinalaria o fim das setenta semanas proféticas. Os 490 anos desta profecia marcariam o tempo de graça para o povo judeu. Deus queria que eles seguissem Suas orientações e se tornassem um povo próspero e abençoado para servir de luz aos outros povos. Porém, eles falharam em sua missão de ser o povo escolhido de Deus. Tanto que até mataram o Ungido, Cristo Jesus. O ano de 34 d.C. foi quando Estevão, seguidor de Cristo, foi apedrejado pelos judeus tornando-se o primeiro mártir da Era Cristã. Antes disso Jesus proclamava o evangelho exclusivamente aos judeus: "A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10:5, 6). Após a morte de Estevão (At 7:54-60), desencadeou-se terrível perseguição contra os cristãos, o que obrigou-os a se dispersarem pelas regiões da Judéia e Samaria (At 8:1) facilitando, assim, a pregação aos gentios. Observemos o gráfico abaixo para visualizarmos melhor a profecia das setenta semanas.






O anjo também explicou que "sobre a asa das abominações virá o assolador" (Dn 9:27). Aqui está a predição da destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelo Império Romano que ocorreria no ano 70 d.C.. Jesus também fez referência a esse evento em Seu sermão profético: "Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes" (Mt 24:15, 16). Também está contida nesta profecia a assolação cometida pela Igreja Romana ao anular o ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial. Porém, a destruição seria o fim tanto do Império quanto da Igreja Romana.
VISÃO: "Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas" (Dn 9:26).
INTERPRETAÇÃO: "O povo de um príncipe que há de vir", refere-se ao Império Romano que desencadeou uma luta contra os judeus entre os anos 66-73 d.C.. Em toda esta guerra morreram cerca de meio milhão de judeus e a cidade e o santuário foram destruídos: "o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra" (verso 26).

Continua...

O Dia da Expiação antítipo - Parte 1


No último estudo interrompemos a visão de Daniel 8 no momento em que o chifre pequeno, símbolo que representa o poder da Igreja Cristã Romana, demonstrava o clímax do seu poder: "O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou" (Verso 12). Esse poder não só perseguiu e matou os "santos do Altíssimo", como também "deitou por terra a verdade" ao distorcer o ministério intercessor de Cristo através de um falso sacrifício (a missa), um falso sacerdócio (confissão de pecados), uma falsa cabeça sobre a igreja (falsa liderança) e um falso método de salvação (pelas obras e pelas penitências).

Deus permitiria que esse poder deitasse a verdade por terra eliminando-a da consciência dos homens por um espaço de tempo determinado. Ao fim deste tempo o Altíssimo restabeleceria a verdade para preparar Seu povo para o 2o. Advento de Cristo a Terra. O próprio Daniel ficou aflito em saber que os "santos do Altíssimo" seriam perseguidos e a "verdade deitada por terra". Porém, percebeu que seria por um espaço de tempo determinado: "Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?" (Verso 13). E a resposta foi: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" (Verso 14). O poder do chifre pequeno manteria seu domínio até perto da Volta de Cristo: "Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim" (Verso 17). "A visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira; tu, porém, preserva a visão, porque se refere a dias ainda mui distantes" (Verso 26).

Daniel não entendeu a visão e ficou preocupado principalmente com "as duas mil e trezentas tardes e manhãs". Na verdade, foi só muito tempo depois, após muito jejum e oração que ele recebeu mais luz sobre aquela profecia. O capítulo 9 relata a experiência de Daniel em buscar de Deus respostas para suas dúvidas. Recomendamos que o leitor leia todo capítulo 9, pois, por motivo de espaço, analisaremos aqui só o importante para entendermos a visão de Daniel 8:14. O profeta orou fervorosamente a Deus clamando por entendimento: "Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor" (Dn 9:17). Em resposta a oração do profeta Deus enviou o anjo Gabriel para revelar-lhe mais luz sobre a profecia. O anjo, na verdade, esclareceu a profecia das "duas mil e trezentas tardes e manhãs" com outra profecia, a profecia das "setenta semanas": "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o santo dos santos" (Dn 9:24). As duas profecias, portanto, são complementares, sendo uma continuação da outra. Daniel estava preocupado porque havia pensado que só após 2300 anos seu povo teria novamente o templo de Jerusalém restaurado. Como um bom pesquisador das Escrituras ele sabia que "tarde e manhã" significava "dia": "Houve tarde e manhã e o primeiro dia" (Gn 1:5). Sabia também que um dia profético simbolizava um ano literal: "Quarenta dias te dei, cada dia por um ano" (Ez 4:6, 7). Disto resultava a aflição do profeta, em pensar que só depois de 2300 anos o templo seria restaurado.

VISÃO: "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas" (Dn 9:25).
INTERPRETAÇÃO: O mais importante é determinar o início do elo profético. Descobrindo o começo ficará fácil desvendar o restante da profecia. O anjo disse que o período profético começava com a "ordem para restaurar e para edificar Jerusalém". De acordo com as Escrituras o decreto para restauração de Jerusalém aconteceu em três etapas: "Edificaram a casa e a terminaram segundo o mandado do Deus de Israel e segundo o decreto de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, rei da Pérsia" (Ed 6:14). Em 537 a.C., Ciro decretou o retorno do povo judeu do exílio babilônico para sua terra natal com o propósito de reconstruir Jerusalém (Ed 1:2-4). Em 519 a.C., Dario I deu seqüência à reconstrução de Jerusalém baixando um decreto com a devida autorização (Ed 6:1-12). E por fim, Artaxerxes, em 457 a.C., ratificou definitivamente a reconstrução da cidade sagrada dos judeus (Ed 7:11-26). Os decretos, na verdade, foram complementares, e constituem um só realizado em três etapas. O último foi o mais importante porque confirmou os demais e deu poderes especiais a Esdras para estabelecer juízes e magistrados entre o povo, e para restabelecer as leis religiosas entre os judeus (Ed 7:25, 26). Portanto, o início das setenta semanas proféticas (70 X 7 = 490 dias proféticos) começou em 457 a.C. e estendeu-se até o ano 34 d.C., já que os 490 dias proféticos representam 490 anos literais.

O anjo repartiu as setenta semanas em três fases: "sete semanas e sessenta e duas semanas até o Ungido". As sete semanas (7 X 7 = 49 anos) atingem o ano 408 a.C. quando foi encerrada a reconstrução de Jerusalém e o estado judeu restaurado. Somando-se agora as sessenta e duas semanas (62 X 7 = 434 anos) chegamos a 27 d.C. até o "Ungido", que é uma referência a Jesus: "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele" (At 10:38). Logo, a data de 27 d.C. foi a data profetizada para o Messias ser batizado (ungido).

Continua...

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Desvendando o Apocalipse: O trono de Deus


Depois de Jesus ter apresentado a João as mensagens para todos os períodos de Sua igreja aqui na Terra, Jesus o convida para contemplar o trono de Deus no Céu. Neste capítulo, João teve o privilégio de ver a habitação do Rei dos reis; presenciou toda a Glória de Deus no trono eterno. Desde 1844, data em que teve início o último período da igreja de Deus - Laodicéia -, está acontecendo um julgamento no Céu. É essa a visão que João é convidado a contemplar no capítulo 4 de seu livro.

Apocalipse 4:1: "Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz que, como de trombeta, ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer."

João viu uma porta no Céu. É importante lembrar que no capítulo 1 de Apocalipse ele viu uma porta, mas esta do capítulo 4 se refere à porta pela qual Jesus passou do lugar Santo para o Santíssimo, em 1844.

Outros profetas bíblicos tiveram a mesma oportunidade de João. Isaías viu anjos cantando; Ezequiel contemplou uma cena com brasas de fogo, tochas. Estevão, pouco antes de morrer, pôde ter uma vista da sala do trono de Deus.

Apocalipse 4:2 e 3: "E logo fui arrebatado no Espírito, e eis que um trono estava posto no Céu, e um assentado sobre o trono. E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda."

O livro de Hebreus confirma a existência de um santuário no Céu. O Apocalipse o menciona 14 vezes como estando localizado lá. O trono de Deus, o qual está no interior do Templo Celestial, é mencionado 40 vezes.

João, através de uma visão, contemplou o trono de Deus no Céu e diz ter visto alguém sentado no trono. Por que ele não reconheceu quem estava lá? Sabemos que no estado pecaminoso em que o homem se encontra é impossível ver a Deus. Porém, o apóstolo tenta descrever o que viu, usando o jaspe e a sardônica, que representam um brilho cristalino. O brilho retrata a santidade de Deus.

O arco-íris que João viu é o mesmo que representa a promessa de Deus de Sua misericórdia infalível. Foi um sinal de concerto entre Ele e Seu povo, ao afirmar que jamais haveria um novo dilúvio sobre a Terra. O arco-íris no Céu denota um concerto da graça de Deus.

A certeza que isso nos dá é que Deus continua no comando do mundo. Ele ainda não efetuou Sua justiça, mas em breve o fará. Ele tem o controle de todas as coisas.

Apocalipse 4:4: "E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro."

Existem duas maneiras pelas quais o ser humano pode chegar ao Céu:

1. Transladação – De acordo com a Bíblia, somente dois homens foram para o Céu dessa maneira: Elias e Enoque.

2. Ressurreição - Moisés foi ressuscitado e levado para o Céu logo após seu sepultamento.

Estudiosos da Bíblia crêem que os 24 anciãos vistos no Céu são pessoas santas e justas que viveram em todas as épocas na Terra. Podem ser os que ressuscitaram com Cristo e com Ele subiram como as primícias da Sua vitória no Calvário (cf. Mt 27:50-53; Ef 4:8).

Apocalipse 4:5: "E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus."

João contemplou basicamente a mesma cena de quando Deus entregou a Moisés as tábuas com os Dez Mandamentos, no monte Sinai. Relâmpagos e Trovões são símbolos do julgamento divino. Retratam todo o poder e a glória de Deus; remetem à solenidade do acontecimento.

Sete é o número da perfeição. O texto diz que as sete lâmpadas de fogo são os sete espíritos de Deus. A obra completa do Espírito Santo é representada em suas múltiplas operações investigando todas as coisas, atuando em todos os lugares.

Apocalipse 4:6: "E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás."

Quem são os quatro seres viventes?

Isaías 6:1 e 2: "No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam."

São serafins; categoria de anjo.

Apocalipse 4:7: "E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando."

Os quatro animais representam aspectos de Jesus destacados pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João, nos Evangelhos.

Leão: 28 vezes no livro de Apocalipse Jesus é chamado de Leão por Mateus, referindo-se ao Leão da tribo de Judá. Aquele que é Rei dos reis.

Bezerro: Marcos mostra toda humildade de Jesus através da figura do novilho, que é um animal de serviço. Jesus veio à Terra para servir. O bezerro representa esse aspecto do ministério de Jesus.

Homem: Lucas mostra o lado humano de Jesus. O chama de “Filho do homem”.

Águia: Creio que se fosse nos dias de hoje João usaria algo como um avião a jato para representar Jesus. A idéia é apresentar Jesus como quem tem visão privilegiada. Alguém capaz de chegar aos altos céus. O primeiro capítulo de João apresenta Jesus como Deus - o lado Divino. Ele está muito acima de tudo o que podemos ver ou compreender.

Apocalipse 4:8: "E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir."

João contempla toda a adoração e louvores prestados a Deus por Seus anjos. Uma adoração "24 horas".

Apocalipse 4:9 a 11: "E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre. Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas."

Deus está no controle deste mundo. Todos os anjos que vivem com Ele há séculos entoam louvores e cânticos de honra e glória. Os 24 anciãos se prostram perante o Criador de todo o Universo. Louvam a Deus pelo motivo que, atualmente, milhares se esquecem: a Criação.

Jesus é a figura central do louvor dos anjos. Louvam porque O conhecem intimamente, convivem com Ele há séculos e vivem impressionados por Seu amor e justiça. Deus é exaltado porque é o Criador e Doador de toda a vida.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga)