sexta-feira, 9 de julho de 2010

Depois da polêmica, Playboy portuguesa será fechada

A versão portuguesa da revista Playboy perdeu sua licença e terá que fechar as portas após publicar um ensaio que chocou o mundo todo com uma homenagem ao escritor José Saramago, que morreu no dia 18 de junho. O ensaio da revista coloca a imagem de Jesus Cristo, representado por um modelo, ao lado de moças seminuas em poses provocantes. Segundo a revista, a ideia era recriar uma das obras mais importantes de Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, como um pornô leve. A Playboy Enterprises, que controla os direitos da marca no mundo todo, anunciou em comunicado enviado à imprensa, que a filial portuguesa vai perder sua licença e terá que fechar as portas. O site Gawker reproduziu o comunicado, assinado pela vice-presidente de relações públicas da empresa, Theresa Hennessy, na íntegra:

"Nós não vimos ou aprovamos a capa e o ensaio da edição de julho da Playboy Portugal. É uma quebra chocante dos nossos padrões e nós não teríamos permitido isso se tivéssemos visto antes. Como resultado disso e de outros problemas com a editora portuguesa, estamos iniciando o processo de romper o nosso contrato."

Folha.com

Nota: Que bom que a Playboy ainda tem alguns "padrões", se bem que parece o presidente Lula quando disse não saber quem estava envolvido no escândalo do mensalão. Acontece que esse desrespeito a figuras religiosas não ocorreu somente em Portugal.

Leonardo Gonçalves e a Sony Gospel Music


A Sony Music, plugada nas novas configurações do mercado fonográfico, abriu uma linha de produção de música gospel. A Sony quer pregar o evangelho do reino a todo o mundo? Claro que não. A Sony quer mais gente comprando os CDs que produz. Isso tem pouco de ética protestante, mas bastante do espírito do capitalismo. Em entrevista à revista Rolling Stone Brasil (ed. 42), Alexandre Schiavo, presidente da Sony, disse: “Em 12 meses, estaremos entre as três maiores gravadoras do segmento [gospel] e espero que alcancemos a liderança em pouco mais de dois anos.” É uma frase que poderia ser dita como aposta na produção de qualquer produto, de sapato a sabonete. Mas só a Sony tem a ganhar com essa empreitada?

A caixa registradora da Sony está interessada no potencial de lucro que determinado cantor tem dentro de um nicho de mercado. Por isso, além de contratar um experiente produtor do ramo gospel, Maurício Soares, investiu na diversidade musical gospel – Aline Barros, Marcelo Aguiar (sertanejo), DJ Alpiste (rap), Banda Resgate (rock). O ramo gospel será também uma forma de manter-se no combalido setor fonográfico.

A Sony contratou também o cantor adventista Leonardo Gonçalves, cujos dois primeiros trabalhos, os CDs “Poemas e Canções” e “Viver e Cantar”, primam pela excelência das letras e dos arranjos instrumentais.

Claro que a Sony não contratou Leonardo por causa de sua idoneidade teológica. A empresa apenas percebeu o potencial de lucro que pode auferir com o talento vocal do cantor. Por isso, duas perguntas não querem calar:

1) Leonardo conseguirá manter a densidade teológica dentro de um mercado notório por sua superficialidade bíblica e penúria poética?

2) O cantor terá suficiente autonomia artística para não ser obrigado a relativizar seus posicionamentos doutrinários a fim de atender um público mais amplo?

Embora uma gravadora multinacional não deixe de interferir nas produções em que investe suas finanças, segundo Leonardo Gonçalves, há uma cláusula em seu contrato que lhe concede liberdade artística individual. A subvenção econômica não significará submissão criativa.

Não há respostas prontas para as duas questões acima. Apesar de muita gente achar que tem. Uns dizem que Leonardo está vendendo sua fé a uma marca comercial, como se ele fosse um mercador barato da religião. Calma, não podemos demonizar as práticas comerciais, pois delas dependem as vendas de Bíblias, hinários, livros denominacionais, suco e marca-páginas.

Outros creem que o contrato de Leonardo Gonçalves será uma trombeta escatológica anunciando a boa nova a toda língua, tribo e nação. Calma, vale lembrar que a maioria dos consumidores de produtos gospel são os próprios evangélicos.

Leonardo Gonçalves, um cantor de técnica vocal apurada, demonstra bom gosto na escolha do repertório, não pula nem se sacode “em nome de Jesus”, não manda o crente “tirar o pé do chão”, não faz "unção" de acessórios como bonés, bottons e agendas, enfim, é um cantor cujas atitudes não endossam o culto à personalidade que grassa no mercadão gospel. Por isso, espera-se que permaneça fiel aos seus princípios musicais e também aos princípios bíblicos que professa.

A Sony pretende distribuir mundialmente seu aguardado CD de músicas judaicas e lançar seus CDs em versão hispânica. Leonardo pode se tornar o nome adventista mais conhecido em nosso tempo. E o cantor tem demonstrado ser alguém consciente do aumento de sua responsabilidade.

Se um escritor adventista recebesse uma proposta de publicação de seus livros por uma editora secular multinacional, haveria nisso contradição? Personagens bíblicos e figuras modernas atuaram com nobreza de propósitos e firmeza de princípios em altas posições políticas e em diferentes círculos culturais. Penso que devemos ter em mente que Leonardo Gonçalves recebeu a mesma missão dos apóstolos, “ide e pregai”. Os métodos é que são outros.

O cantor tornou conhecida uma canção chamada "Brilhar por Ti". Cristãos e não-cristãos estarão vendo esse brilho. Que ele possa atuar como uma "luz do mundo" refletindo uma mensagem de esperança e que ele continue permitindo que a verdadeira Luz possa modelar sua arte.

Deu no site da Veja: "O escritor português José Saramago, morto no último dia 18, ganhou uma homenagem espirituosa - para não dizer polêmica - da Playboy do seu país. Com inspiração no romance O Evangelho Segundo Jesus Cristo, a edição de julho da revista traz um ensaio com um modelo vestido de Jesus e diversas mulheres nuas ou seminuas. O Evangelho Segundo Jesus Cristo provocou um estremecimento na relação entre Saramago e o governo português, que, sob pressão da Igreja Católica, vetou a indicação da obra para o Prêmio Literário Europeu, em 1992. No mesmo ano, o escritor se mudou de Portugal para Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde viveu até a morte. Além da homenagem, a revista traz uma entrevista com o escritor, único Prêmio Nobel de língua portuguesa."

Nota: Curiosamente, a revista homenageia o escritor ateu com o Ser que ele sempre procurou negar. É a pura polêmica nonsense criada para vender. Nonsense é pouco; trata-se de desrespeito e blasfêmia, uma vez que, para os cristãos, Jesus é o próprio Deus Filho, a encarnação da Divindade que caminhou entre os seres humanos para revelar o amor do Criador e, finalmente, morreu pelos pecadores, ressuscitando e dando prova de Seu poder. É claro que esses polemistas baratos sabem na face de quem estão batendo - daqueles que, por amor aos ensinamentos e exemplo pacifistas de seu Mestre, suportam a afronta e ainda oferecem o outro lado do rosto. Duvido que os editores da Playboy teriam coragem de usar Maomé como personagem. Para onde caminha a humanidade? Não contentes em rebaixar a mulher, exibindo-a como mercadoria para uma plateia masculina dada ao voyeurismo editorial, esses revisteiros partem agora para o rebaixamento do próprio Criador. Nossa dívida com Sodoma e Gomorra continua aumentando e a atitude irreverente de nosso tempo é puro cumprimento das profecias (cf. 2Tm 3:1-5). O que mais falta? "Não retarda o Senhor a Sua promessa [da segunda vinda], como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo [paciente] para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3:9).

Fonte: Michelson Borges

Cristãos ou evangélicos?


Recentemente, a esposa do jogador Kaká, Caroline Celico, disse à imprensa que não gosta de dizer que é evangélica, mas cristã. Não sei se ela conhece exatamente as nuances entre uma e outra palavra. Mas, quando li isso, me lembrei de uma palestra apresentada anos atrás pelo pastor e escritor George Knight, durante a qual ele respondeu à pergunta: Os adventistas são evangélicos? Ele respondeu: “Não me preocupo se somos evangélicos. Devemos, sim, é ser bíblicos.” Atualmente, o nome “evangélico” está muito desgastado. Geralmente, ele evoca a imagem de pessoas alienadas, fanáticas, adeptas da teologia da prosperidade ou de uma religiosidade meramente emocional e divorciada da realidade cultural que as rodeia; religião que prega o reino de Deus aqui e agora e a Parousia para o futuro distante; a graça barata da qual falou Bonhoeffer; a salvação sem cruz e nem juízo; o povo do “Cara” lá de cima e não do Deus Criador que, a despeito de ser Pai amoroso, também inspira reverência e profundo respeito. Muitos evangélicos sinceros têm se mostrado preocupados com o dogmatismo antibíblico que contamina o viver religioso de multidões que dizem amar a Bíblia quando paradoxalmente quase não a abrem para ler e muito menos a estudam.

Ser cristão é amar a Palavra de Deus e incorporá-la ao dia-a-dia; é fazer dela o padrão, a norma de fé e conduta; e para isso é preciso conhecê-la profundamente. Mas tem mais: Jesus é a Palavra de Deus feita carne e ossos. É o Verbo justamente pelo fato de ser o Ser da Trindade que veio ao mundo falar do Deus de amor que ama tanto que deixou instruções claras em Sua Palavra; instruções essas que, se vividas, nos dão paz, esperança e vida em abundância – mesmo deste lado da eternidade. A Bíblia fala de Jesus; devemos lê-la para encontrá-Lo. Jesus é uma pessoa e com pessoas a gente se relaciona. Estudo bíblico sem relacionamento com Jesus é conhecimento vazio que não transforma. Relacionamento sem o estudo bíblico é perigoso, afinal, como saber com quem estamos nos relacionando?

Ser cristão é amar e obedecer a Cristo; é seguir Seus passos, guardar Seus mandamentos. É pregar o evangelho e, se necessário, como disse Francisco de Assis, usar palavras. Ser cristão adventista do sétimo dia é amar tanto a Jesus que a saudade dEle aperta o peito e nos impele a pregar Sua vinda para abreviar esse encontro – mas também por amar as pessoas e querer ajudá-las a encontrar o sentido da vida e a esperança das esperanças. O sentido da vida consiste em saber que sou criatura e Deus é Criador; que somente no encontro entre ambos o vazio é preenchido, pois foi o Senhor quem colocou no coração do ser humano o anseio pela eternidade (Ec 3:11).

Se ser evangélico é seguir e anunciar a mensagem do evangelho (e o evangelho é Jesus), eu sou. Se ser Cristão é amar a Jesus de todo o coração e falar dEle como o primeiro e o último em minha vida, sou cristão. Menos que isso seria fraude, anomalia, incoerência.

Fonte: Michelson Borges