quinta-feira, 20 de março de 2008

Domingo Espetacular repercute polêmica da novela


A revista Veja desta semana publicou matéria sobre a visão deturpada que a novela Duas Caras, da Globo, vem apresentando a respeito dos evangélicos. O programa Domingo Espetacular, da TV Record, repercutiu o tema e entrevistou pessoas de várias correntes religiosas e estudiosos da comunicação, todos preocupados com o "estereótipo global" e com a estimulação do preconceito religioso. Tive o privilégio de dar minha contribuição como um dos entrevistados. :CLIQUE AQUI

segunda-feira, 17 de março de 2008

Desvendando Daniel: o testemunho do rei


Este capítulo do livro de Daniel - o quarto - é um testemunho de Nabucodonosor. O desejo do rei era que o mundo todo soubesse o que lhe aconteceu e foi ele próprio quem contou a história de sua conversão.

Daniel 4:1: "O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!"

O rei inicia como se estivesse escrevendo uma carta formal, então se apresenta e endereça a carta para “todos os povos... que habitam em toda a Terra”.

Daniel 4:2: "Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo."

Daniel 4:3: "Quão grandes são os Seus sinais, e quão poderosas, as Suas maravilhas! O Seu reino é reino sempiterno, e o Seu domínio, de geração em geração."

Nabucodonosor sentiu que precisava contar a história de como Deus transformou sua vida. Todo ser humano tem uma história única e distinta. Deus pode transformar a vida daquele cujo cérebro está intoxicado pelo álcool; daquele que caiu no fundo do poço no mundo das drogas; de alguém que vive uma vida imoral, que tem problemas sérios de caráter e conduta, e também daquele que vai à igreja, mas vive apenas uma religião formal. Cada história é diferente e Deus pode transformar qualquer situação.

O rei não conseguia se conter e na falta de palavras para descrever a atuação de Deus em sua vida, disse: “Quão grandes são os Seus sinais e quão poderosas as Suas maravilhas!” Ele fala dos milagres que havia acabado de experimentar.

Daniel 4:4: "Eu, Nabucodonosor, estava tranqüilo em minha casa e feliz no meu palácio."

A vida tem curvas bem fechadas, montanhas, subidas íngremes, descidas escorregadias, cruzamentos perigosos e trilhas de dificuldades. A vida pode sofrer uma mudança radical num piscar de olhos. Um telefonema no meio da noite, uma consulta médica, uma carta, uma curva traiçoeira numa noite chuvosa, uma demissão inesperada na pior hora... e tudo muda.

Nabucodonosor estava muito bem em seu palácio, sem qualquer interesse em Deus e nas coisas eternas. Mas uma noite Deus resolveu Se manifestar na vida dele.

Daniel 4:5: "Tive um sonho, que me espantou; e, quando estava no meu leito, os pensamentos e as visões da minha cabeça me turbaram."

Deus já falou com muitas pessoas por meio de sonhos. No Antigo Testamento, há vários exemplos. No Novo, a esposa de Pilatos também ouviu a voz do Senhor por meio de um sonho (Mt 27:19). Em todas as épocas Deus usa diferentes meios para Se comunicar com o Seu povo. Nos tempos de Daniel, eram os sonhos. Nos tempos de Jesus, eram as parábolas.

Daniel 4:6: "Por isso, expedi um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios da Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho."

Daniel 4:7: "Então, entraram os magos, os encantadores, os caldeus e os feiticeiros, e lhes contei o sonho; mas não me fizeram saber a sua interpretação."

Mais uma vez, o rei convoca os magos para decifrar seu sonho. Mas, assim como não conseguiram revelar o significado do sonho relatado em Daniel 2, neste também não obtiveram sucesso.

Daniel 4:8: "Por fim, se me apresentou Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:"

Daniel 4:9: "Beltessazar, chefe dos magos, eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil; eis as visões do sonho que eu tive; dize-me a sua interpretação."

Daniel não precisou ser intimado. Como primeiro-ministro, ele tinha acesso contínuo à presença do rei. Logo que os sábios da corte falharam, Daniel entrou em cena para testemunhar em favor da superioridade de Deus sobre os deuses pagãos.

Daniel 4:10: "Eram assim as visões da minha cabeça quando eu estava no meu leito: eu estava olhando e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;"

Daniel 4:11: "crescia a árvore e se tornava forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra."

Daniel 4:12: "A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e todos os seres viventes se mantinham dela."

Desta vez, Deus usou uma árvore imensa para simbolizar o rei. Uma árvore que esparramava seus galhos por toda a Terra e parecia alcançar o céu. Essa árvore era tão alta que podia ser vista de qualquer parte do globo. Seu imenso tamanho e seus ramos mostravam uma influência poderosa.

Daniel 4:13: "No meu sonho, quando eu estava no meu leito, vi um vigilante, um santo, que descia do céu,"

Daniel 4:14: "clamando fortemente e dizendo: Derribai a árvore, cortai-lhe os ramos, derriçai-lhe as folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves, dos seus ramos."

Daniel 4:15: "Mas a cepa [o tronco], com as raízes, deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo. Seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja, com os animais, a erva da terra."

Nada havia de assustador no sonho, até esse ponto. Mas agora vem a parte aterrorizante. O rei ficou impressionado com a aparência de “um santo que descia do céu” e dava ordens em voz alta para derrubar a árvore e cortar os seus galhos. Apenas o tronco devia permanecer no solo amarrado “com cadeias de ferro e bronze”.

Daniel 4:16: "Mude-se-lhe o coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ela sete tempos."

Daniel 4:17: "Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles."

Daniel 4:18: "Isto vi eu, rei Nabucodonosor, em sonhos. Tu, pois, ó Beltessazar, dize a interpretação, porquanto todos os sábios do meu reino não me puderam fazer saber a interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos."

Daniel 4:19: "Então, Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e os seus pensamentos o turbavam. Então, lhe falou o rei e disse: Beltessazar, não te perturbe o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos."

“Atônito” é uma palavra que significa “sem palavras ou sem reação”. Daniel esteve nessa condição por uma hora, não porque tivesse algum problema para interpretar o sonho, mas porque era difícil para ele ser o portador de terríveis notícias para o rei. Ficou ponderando como poderia dar a mensagem da melhor maneira possível. Daniel ficou perturbado pela seriedade da situação.

O rei percebeu que Daniel estava relutante e que seu aspecto tinha mudado ao sentar-se, estupefato, diante dele. Então, encorajou Daniel a não hesitar em tornar conhecido o significado do sonho, não importando as conseqüências. Daniel então decide revelar o significado.

Daniel 4:20: "A árvore que viste, que cresceu e se tornou forte, cuja altura chegou até ao céu, e que foi vista por toda a terra,"

Daniel 4:21: "cuja folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos as aves do céu faziam morada,"

Daniel 4:22: "és tu, ó rei, que cresceste e vieste a ser forte; a tua grandeza cresceu e chega até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra."

Daniel 4:23: "Quanto ao que viu o rei, um vigilante, um santo, que descia do céu e que dizia: Cortai a árvore e destruí-a, mas a cepa com as raízes deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ela sete tempos,"

Daniel contou ao rei o que Deus lhe estava revelando, ou seja, que se Nabucodonosor não modificasse os seus caminhos, sua mente sofreria de uma enfermidade por sete anos. Ele começaria a se comportar como se fosse um animal, até o ponto de ser enxotado para o campo, onde passaria a comer capim. Mas, como o tronco da árvore preservado na terra, o seu direito de exercer o governo seria mantido; e tão logo retornasse o seu perfeito juízo e desde que reconhecesse a liderança divina, o reino lhe seria devolvido.

Daniel 4:24: "esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto do Altíssimo, que virá contra o rei, meu senhor:"

Daniel 4:25: "serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer."

A condição descrita por Daniel é conhecida entre os psiquiatras como licantropia (ou síndrome do homem-lobo). Essa síndrome era bastante comum nos séculos passados, quando até mesmo pessoas instruídas viviam em contato bastante íntimo com seus animais. Trata-se de um estado mental em que a pessoa chega a pensar que é um animal, e começa agir como tal.

O Dr. David Yellowlees, que foi presidente da Associação Médico-Psicológica da Inglaterra, escreveu que o quadro clínico de Nabucodonosor era psicose maníaco-depressiva aguda. Ele disse: “A psicose maníaco-depressiva aguda, em suas formas extremas, exibe todas as espécies de hábitos degradantes, tais como se despir totalmente ou rasgar as roupas, comer imundícies e lixo de todas as espécies, fazer gestos selvagens e violentos, ataques, ruídos com grunhidos, e a mais completa desconsideração para com a decência pessoal. Esses sintomas meramente demonstram a aberração como um todo, e de maneira nenhuma, indicam uma condição sem esperança. Pelo contrário, são vistas com mais freqüência nos casos em que há recuperação” (The Pulpit Comentary, v. 13, p.147.

Foi dado ao rei um período de um ano para que se arrependesse de seus pecados e voltasse os olhos a Deus. Em todos os tempos, Deus, sempre, antes de executar uma sentença, nos avisa. Aponta o erro, roga e implora. Nínive teve um período de experiência de 40 dias. Por meio de Noé, o mundo recebeu 120 anos de aviso antes de vir o dilúvio. O mundo tem tido anos de aviso sobre a segunda vinda de Cristo. O rei foi advertido, mas não forçado, porque Deus respeita nosso livre-arbítrio.

Daniel 4:26: "Quanto ao que foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas raízes, o teu reino tornará a ser teu, depois que tiveres conhecido que o céu domina."

Daniel 4:27: "Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e põe termo, pela justiça, em teus pecados e em tuas iniqüidades, usando de misericórdia para com os pobres; e talvez se prolongue a tua tranqüilidade.

Cerca de trinta anos antes, Daniel havia dito ao rei: “O Deus do céu [te] conferiu o reino” (Dn 2:37, 38), mas Nabucodonosor havia erguido uma imagem toda de ouro para declarar sua independência do Altíssimo. Em outras palavras, ele havia recusado aceitar a soberania de Deus. Agora, Deus o aconselhava a refletir. O rei teria uma nova oportunidade para aprender essa lição.

Nabucodonosor tinha nas mãos o império mais poderoso do seu tempo, no qual podia experimentar a idéia de se sentir como um deus. Mas os resultados de tomar o lugar de Deus são sempre os mesmos: caos e ruína.

Desde os tempos mais antigos do grande conflito, quando Satanás tentou pela primeira vez ser Deus (Is 14:12-14), até o surgimento do homem do pecado (2Ts 2:3, 4), a humanidade, de uma forma ou de outra, sempre quis ser Deus. A primeira tentação estava arraigada na mentira de que poderíamos ser “como Deus”. A serpente sugere que o homem pode ser “como Deus” – não no caráter, mas no poder de determinar as regras morais.

O ser humano nunca gostou de ouvir alguém dizer o que ele deve fazer. Queremos decidir as coisas por nós mesmos. Achamos que isso é o pleno exercício do livre-arbítrio. Contudo, o livre-arbítrio está em escolher o que fazer; não em estabelecer o que é certo ou errado. Prescrever as regras morais é atributo exclusivo de Deus.

No relato da criação, Deus estabelece as regras do que o primeiro homem e a primeira mulher podem ou não podem fazer no jardim. A humanidade não é soberana. Essa era a lição que Nabucodonosor precisava aprender. O sonho veio como advertência para aquele que ainda negava a soberania de Deus.

Daniel 4:28: "Todas estas coisas sobrevieram ao rei Nabucodonosor."

Daniel 4:29: "Ao cabo de doze meses, passeando sobre o palácio real da cidade de Babilônia,"

Daniel 4:30: "falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?"

Daniel 4:31: "Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino."

Daniel 4:32: "Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; e far-te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer."

Daniel 4:33: "No mesmo instante se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves."

Passados os doze meses que o Senhor havia concedido a Nabucodonosor, o rei continuava vivendo da mesma forma. Então, as palavras orgulhosas do rei o reduziram à miséria.

Nabucodonosor olha para o seu reino e diz: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?” Vivia no auge da arrogância. O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda. A maldição caiu sobre o rei enquanto ainda se vangloriava desdenhosamente. A visita de Deus para ele foi terrível. Perdeu tudo de que se orgulhava. Perdeu o trono, o reino, o palácio, o poder, a majestade, a glória e até mesmo o respeito próprio.

Ele foi retirado do convívio social, pois estava agindo como animal. Seu cabelo cresceu como penas, as unhas ficaram parecidas com garras de pássaro. Ficou nu, andando como animal irracional sobre quatro patas. Comia capim como boi. Sete anos se passaram com Nabucodonosor nessas condições animalescas.

A história deste homem poderoso nos deixa uma grande verdade para meditar: o resultado de seu esforço em tornar-se alvo de adoração foi rebaixar-se ao nível dos animais.

Daniel 4:34: "Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração."

Passados os sete anos de insanidade, o Rei teve o coração transformado. “Eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu.” Deus o tocou. Fez o que ele nunca conseguiria fazer por si mesmo. Deus o transformou. Ao levantar os olhos ao céu, Nabucodonosor foi milagrosamente transformado. O impossível aconteceu. Aquilo que não se pode explicar, a não ser pela fé. O rei conheceu de perto a misericórdia de Deus e Sua disposição para perdoar e restaurar. Reconheceu também que o único reino eterno é o de Deus.

Daniel 4:35: "Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem Lhe dizer: Que fazes?"

Daniel 4:36: "Tão logo me tornou a vir o entendimento, também, para a dignidade do meu reino, tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; fui restabelecido no meu reino, e a mim se me ajuntou extraordinária grandeza."

Daniel 4:37: "Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as Suas obras são verdadeiras, e os Seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba."

Quando alguém se afasta da misericórdia de Deus, aproxima-se da insanidade. Quando se aproxima de Deus, começa a progredir como criatura pensante e inteligente. Através do seu testemunho público, Nabucodonosor reconheceu afinal a autoridade de Deus. Seu desejo de render glória a Deus demonstra que o outrora orgulhoso rei não pensava mais que era maior do que o Rei dos reis.

Muitos sofrem de insanidade espiritual e não sabem. O pecado desequilibra a mente e faz com que homens e mulheres ajam mais como animais do que como seres humanos. Existe algo fundamentalmente errado dentro de cada um de nós chamado pecado. A única solução para o homem desesperado sair dessa condição (animalesca) é levantar os olhos para o céu. Não há outra saída. A salvação vem do alto.

A exemplo do rei, podemos olhar para o céu e sentir agora mesmo que Deus pode nos transformar. Unicamente Ele pode nos transformar. Só temos que olhar para o céu e buscá-Lo com fé.

O último registro do rei Nabucodonosor foram suas palavras de louvor a Deus. Ele pede que o mundo todo ouça o seu testemunho. “Estive cego, mas agora vejo.”

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, baseado na palestra do advogado Mauro Braga. O textos anteriores podem ser obtidos no marcador "Daniel")

Desvendando Daniel: prova de fogo


O capítulo 3 de Daniel ensina uma lição de grande importância para nós, cristãos que vivemos no início do terceiro milênio. A profecia bíblica revela que se aproxima uma inaceitável prova de fogo!

Daniel 3:1: "O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvados de altura e seis de largura; levantou-a no campo de Dura, na província da Babilônia."

Por algum tempo, depois da visão de Daniel 2, Nabucodonosor foi influenciado pelo temor de Deus. Mas a prosperidade que alcançou o seu reino o encheu de orgulho, e ele retornou à adoração dos seus antigos ídolos.

Depois da revelação de que Nabucodonosor era “a cabeça de ouro”, o rei começou a refletir sobre o assunto. De certa maneira ele gostou do que ouviu, mas o restante da interpretação do sonho passou a incomodá-lo. Ficou ressentido com as palavras: “e, depois de ti, se levantará outro reino...” e decidiu reescrever a profecia.

Como muitos hoje, ele decidiu fazer a Palavra de Deus se ajustar aos seus interesses. Então mandou construir uma imagem semelhante àquela do sonho, só que inteiramente de ouro. Na verdade, ele estava dizendo a Deus: “Meu reino permanecerá para sempre. Não haverá outro império de prata ou bronze.” Nabucodonosor não queria aceitar a determinação de Deus.

A imagem foi erguida por homens, feita de puro ouro maciço, com sessenta côvados de altura, por seis de largura [o côvado real babilônico tinha cerca de 60 cm]. A Bíblia relata que o número seis representa imperfeição, rebeldia, desobediência. O número sete, por sua vez, é símbolo de perfeição.

Daniel 3:2: "Então, o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado."

Daniel 3:3: "Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado."

Autoridades compareceram no dia da inauguração. A imagem podia ser vista a quilômetros de distância.

Daniel 3:4: "Nisto, o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas:"

Daniel 3:5: "no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou."

Daniel 3:6: "Qualquer que se não prostrar e não a adorar será, no mesmo instante, lançado na fornalha de fogo ardente."

A pena de morte por não se curvar diante da imagem que simbolizava Babilônia como um reino eterno, indestrutível, todo-poderoso, que deveria durar para sempre, parece ser bastante severa, mas os monarcas em qualquer tempo nunca aceitaram desafios à sua autoridade. O rei não admitia que alguém desafiasse seu poder e autoridade e os oficiais sabiam que ele falava sério.

Nabucodonosor ordenou a todos os mais ilustres líderes das nações que compunham seu império a se curvarem e adorarem a imagem. Um rei soberano e poderoso baixou um decreto universal e exigiu obediência compulsória de todas as nações da Terra.

Todos foram forçados a adorar. A questão central aqui, portanto, foi a adoração forçada e a conseqüência para quem não adorasse. Será que algo parecido poderá acontecer novamente? Talvez a história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego no campo de Dura seja uma maquete, uma miniatura do que Deus está revelando para os nossos dias.

Paralelo entre Daniel 3 e Apocalipse 13

A profecia diz que nos últimos dias outra imagem será erguida para forçar a adoração. Haverá inicialmente um boicote econômico universal e, depois, um decreto de morte contra todos os que se recusam a adorar a besta e sua imagem.

A imagem de ouro no campo de Dura era um sinal evidente da autoridade de Babilônia. A adoração da imagem representava culto a Babilônia. Haverá um sinal, marca ou símbolo da autoridade da besta perto do fim. Aqueles que não concordarem em receber esse sinal terão que desafiar a morte mantendo inabalável sua lealdade a Deus.

Daniel 3:7: "Portanto, quando todos os povos ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram os povos, nações e homens de todas as línguas e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado."

Mas em meio a multidão, havia três jovens judeus que permaneceram em pé, ignorando a música e a imponente imagem.

Daniel 3:8: "Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus;"

Daniel 3:9: "disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente!"

Daniel 3:10: "Tu, ó rei, baixaste um decreto pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e adoraria a imagem de ouro;"

Daniel 3:11: "e qualquer que não se prostrasse e não adorasse seria lançado na fornalha de fogo ardente."

Daniel 3:12: "Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste."

Diante de uma multidão tão vasta, o rei provavelmente não poderia ter visto que três jovens ainda estavam de pé, mas alguns homens foram a ele para dar a informação. Esses caldeus, provavelmente, estavam com inveja pelas honras dadas aos três hebreus, e alegremente aproveitaram a oportunidade para denunciá-los.

Daniel 3:13: "Então, Nabucodonosor, irado e furioso, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E trouxeram a estes homens perante o rei."

Daniel 3:14: "Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei?"

Para alguns pode até passar despercebido, mas há uma grande lição aqui. O fato de o rei perguntar aos jovens “é verdade?” nos ensina que, quando alguém vem até nós e nos conta algo negativo sobre alguém, devemos, como Nabucodonosor, perguntar diretamente para a pessoa se aquilo é verdade. Muitos problemas de relacionamento seriam resolvidos se seguíssemos essa lição.

Daniel 3:15: "Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?"

Talvez os jovens não estivessem prontos, insinuou Nabucodonosor. “Agora, pois, estais dispostos...” Já tolerei uma vez, mas quando a música tocar novamente quero o rosto de vocês no chão, retrucou o rei.

Daniel 3:16: "Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder."

Há coisas que, em meio às crises, não precisamos pensar a respeito. Tem coisas que devem ser resolvidas antecipadamente. Os jovens já tinham a resposta, e não ficaram sequer tentados a mudar de idéia. Essa é outra lição maravilhosa que aprendemos. Não deixar para decidir alguns assuntos na hora. Nossos princípios devem estar à frente de qualquer escolha do dia-a-dia.Para que, quando formos questionados sobre algo, possamos nos mostrar fiéis como Daniel e seus amigos.

Antes de irem à dedicação da estátua, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego tomaram firme decisão: “Seremos fiéis a Deus, custe o que custar.” A decisão foi tomada anteriormente. Disseram mais ao rei: “Não estamos indecisos. Vossa Majestade não precisa nos dar um dia ou dois para pensarmos na questão. Já fizemos nossa escolha.” E nós, já escolhemos?

Daniel 3:17: "Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei."

Daniel 3:18: "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste."

Os jovens hebreus cresceram obedecendo aos Dez Mandamentos. Podiam até recitá-los de memória. “Não farás para ti imagem de escultura... não te encurvarás a elas nem as servirás”(Êx 20:4, 5). Por isso, eles disseram “não” ao rei. Incondicionalmente, “não”. Os Dez Mandamentos não são negociáveis. Está chegando a hora em que muitos de nós teremos que enfrentar provações e nossa fé em Deus será provada.

Há pessoas que pensam que a fé é algum tipo de mágica. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego disseram: “Sabemos que nossa fé em Deus pode nos levar à fornalha ardente.” Uma coisa é certa: a fé não nos livra do fogo, mas nos leva através dele.

O cristianismo não é uma espécie de amuleto da sorte para “atrair bons fluídos” e fazer com que as coisas sempre caminhem bem. Fé é forte confiança em Deus quando as coisas vão mal. Mesmo conhecendo a conseqüência da decisão que tomaram, os jovens se mantiveram firmes aos seus princípios. Que testemunho!

Daniel 3:19: "Então, Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava."

Daniel 3:20: "Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente."

Daniel 3:21: "Então, estes homens foram atados com os seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas outras roupas e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa."

Daniel 3:22: "Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego."

Daniel 3:23: "Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego caíram atados dentro da fornalha sobremaneira acesa."

Atualmente, não temos grandes imagens como a que o rei construiu, mas existem conceitos de todo tipo. Alguns deles são costumes sociais e da moda. O mundo ordena que nos curvemos diante deles. A fé genuína pode custar tudo aquilo a que damos muito valor.

Daniel 3:24: "Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei."

Daniel 3:25: "Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses."

Três homens foram lançados no fogo, mas um quarto homem entrou lá e ninguém estava se queimando. Essa foi a recompensa aos jovens que foram fiéis, mesmo diante da fornalha. Jesus Se fez presente ao lado deles. Que emoção devem ter sentido aqueles rapazes. Foram lançados na fornalha amarrados e a única coisa que se queimou foram às cordas que imobilizavam suas mãos. Agora estavam livres andando dentro do fogo.

Quando Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, confiantes em Deus, passaram pelas chamas ardentes da fornalha, Deus os estava ensinando a cantar uma canção na escuridão, treinando-os a terem fé, ânimo e coragem. Não foi porque Deus não os amava que foram parar na fornalha, mas porque viu neles algo muito valioso que teria de ser refinado pelas chamas do sofrimento.

Quando estivermos passando pelo fogo das dificuldades da vida, devemos nos lembrar de que o fogo queimará apenas as cordas que nos algemam a este mundo. Devemos nos lembrar de olhar através da fumaça, das chamas, das lágrimas, e veremos o Filho de Deus ao nosso lado. Mesmo dentro da fornalha, Deus não nos abandona.

Daniel 3:26: "Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo."

Daniel 3:27: "Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles."

Daniel 3:28: "Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o Seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nEle, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus."

Nabucodonosor viu que os jovens hebreus possuíam algo que ele não tinha. Eles tinham um Deus que os salvara. Então o rei fez uma confissão pública, buscando exaltar o Deus do Céu acima de todos os outros deuses.

Daniel 3:29: "Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este."

Os seres humanos não aprendem facilmente. O rei fez um novo decreto para obrigar as pessoas a adorar, desta vez, ao Deus dos jovens hebreus. Errou novamente. Deus nunca impõe obediência. Ele deixa todos livres para escolher a quem servir. Jesus bate a porta de nosso coração, e nos dá o livre arbítrio para escolhermos abrir ou não.

Daniel 3:30: "Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia."

O aspecto mais importante deste capítulo é a quarta pessoa dentro da fornalha. É o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! São vários os testemunhos que temos de que vale a pena confiar em Deus. Quando dizemos não para este mundo e sim para Deus, podemos e vamos enfrentar provações, mas assim como os jovens na Babilônia, sentiremos a proteção e o cuidado pessoal de Deus.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, baseado na palestra do advogado Mauro Braga. O textos anteriores podem ser obtidos no marcador "Daniel")
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Desvendando Daniel: o sonho que revelou o futuro


A história da humanidade relata que milhares de pessoas sempre quiseram conhecer o futuro. A busca contínua pelo que virá atravessa os séculos e nos dias de hoje é alvo constante de especulações de todas as partes. Muitos, no desespero de conhecer o amanhã, procuram o sentido da vida nos lugares errados e com as fontes erradas.

Quantas páginas você gastaria para escrever a história da humanidade? Historiadores afirmam que precisariam em torno de seis mil livros para contar nossa história. Daniel 2 revela o passado, o presente e o futuro em apenas nove versos. Deus apresentou um esboço da história do mundo, cobrindo um período de 2.500 anos, desde os tempos de Daniel até os nossos dias.

Em Sua Palavra, Deus revelou o futuro para todos os Seus filhos sem qualquer distinção, a fim de que tivéssemos tempo de nos preparar para o que logo virá.

Daniel 2:1: "No segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono."

No ano 603 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, preocupado com o futuro, teve um sonho impressionante. Mas ao acordar, esqueceu de tudo e, por isso, ficou muito perturbado.

Daniel 2:2: "Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei."

Daniel 2:3: "Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito."

Imediatamente, o rei mandou convocar ao palácio um grande grupo de "homens sábios" do reino. O problema é que ele não conseguia se lembrar de nenhum detalhe do sonho que lhe parecia de primordial importância.

Treinados e sustentados pela corte, os sábios diziam estar sempre em contato com os deuses. Possuíam um verdadeiro estoque de interpretações para sonhos. Eles tinham respostas para tudo; sempre na expectativa pelas ricas recompensas que receberiam. Mas, normalmente, extraíam previamente as informações suficientes para formar uma base para interpretações falsas, de caráter unicamente humano. Assim, se tão-somente o rei pudesse contar-lhes o sonho, o resto seria fácil.

Daniel 2:4: "Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação."
Daniel 2:5: "Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo;"

Daniel 2:6: "mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação."

Daniel 2:7: "Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação."

Daniel 2:8: "Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu disse está resolvido,"

Daniel 2:9: "isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude a situação; portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação."

Daniel 2:10: "Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu."

Daniel 2:11: "A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens."

Daniel 2:12: "Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da Babilônia."

Daniel 2:13: "Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos."

Os argumentos utilizados pelos "sábios" foram frágeis demais. Quando os adivinhadores insistiram para que o rei primeiro lhes contasse o sonho acabaram tocando num ponto delicado da questão. Nabucodonosor se irou.

Se eles se auto revelavam incapazes de lhe contar o sonho, seriam igualmente incapazes de lhe dar a interpretação correta. Foi nesse momento que o rei perdeu a paciência e os entregou aos cuidados do chefe da guarda, com ordens de executá-los.

Daniel 2:14: "Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios da Babilônia."

Daniel 2:15: "E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel."

Daniel 2:16: "Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação."

Daniel 2:17: "Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,"

Daniel 2:18: "para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia."

O jovem Daniel pediu um prazo para dar a solução ao sonho do rei. Conseguido o prazo, foi para casa e junto com seus companheiros rogou a Deus misericórdia a fim de que não perecessem. Tanto em situações de emergência como em tempos normais, Daniel era um homem de oração. Há momentos, no entanto, em que há necessidade de companhia e comunhão na oração. Unidos em espírito, os jovens dobraram os joelhos rogando a Deus que, lá de cima, viesse a resposta. Grande parte do tempo solicitado foi gasto em oração ao único Deus que poderia prover a resposta.

A oração é mais do que algo que se precisa todos os dias; a oração é algo que se precisa o dia todo.

Daniel 2:19: "Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu."

Daniel 2:20: "Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dEle é a sabedoria e o poder;"

Daniel 2:21: "é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes."

Daniel 2:22: "Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz."

Daniel 2:23: "A ti, ó Deus de meus pais, eu Te rendo graças e Te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que Te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei."

A primeira coisa que Daniel fez ao receber a revelação foi glorificar o Deus dos Céus. Muitas pessoas agem como cristãos quando se trata de pedir a bênção a Deus, mas agem como ateus quando se trata de agradecer-Lhe as bênçãos concedidas. O exemplo de Daniel nos mostra que devemos ser fiéis em todos os momentos.

Daniel 2:24: "Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação."

Daniel intercedeu por aqueles homens e o rei lhes poupou a vida. Quantas vezes os injustos são beneficiados pela presença dos justos! Se apenas dez justos pudessem ser encontrados em Sodoma, a multidão de perversos seria poupada por causa deles. Mesmo assim os perversos ridicularizam e perseguem exatamente aqueles por meio de quem muitas vezes suas vidas são poupadas.

Daniel 2:25: "Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação."

Arioque tentou dar a Nabucodonosor a impressão de que ele estivera procurando alguém para interpretar o sonho do rei e, como resultado de sua diligente busca, finalmente encontrara. Ele estava ansioso para obter alguma vantagem do que aconteceria a seguir.

Daniel 2:26: "Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação?"

O rei parecia estar questionando a habilidade de alguém tão jovem e inexperiente poder fazer aquilo que os seus veneráveis sábios não conseguiram.

Daniel 2:27: "Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei;"

Daniel 2:28: "mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas:"

Na presença do rei, Arioque atribuiu a si mesmo a totalidade do mérito de haver encontrado a Daniel. Por outro lado, o jovem hebreu nenhum mérito reclamou para si próprio, dispensando qualquer crédito pessoal pela revelação.

"Cuide dos pensamentos; eles se tornam palavras. Cuide das palavras; elas se tornam ações. Cuide das ações; elas se tornam hábitos. Cuide dos hábitos; eles se tornam caráter. Cuide do caráter; ele determina o seu destino."

Daniel estava preparado para responder às perguntas do rei terrestre a respeito do sonho porque havia se comunicado primeiro com o Rei celestial. Devemos aplicar o mesmo princípio às nossas atividades da vida cotidiana, se quisermos ser vitoriosos.

Daniel não sentiu vergonha de confessar o seu Deus diante do rei. Mas explicou que não possuía qualquer sabedoria nem conhecimento superior como razão para o que diria ao rei. Atribuiu a revelação e sua explicação completamente a Deus.

O Senhor revelou a Daniel o significado do sonho de Nabucodonosor, e assim o disse:

Daniel 2:29: "Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser."

Daniel 2:30: "E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente."

Daniel 2:31: "Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível."

Daniel 2:32: "A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze;"

Daniel 2:33: "as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro."

Daniel 2:34: "Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou."

Daniel 2:35: "Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra."

O rei nunca havia ouvido um milagre como esse. Ali estava alguém que podia tornar explícitas as particularidades de um sonho sem que tivesse recebido pista de ninguém. Na Antiguidade, as pessoas desenvolviam a adoração pública ajoelhando-se aos pés das imagens de seus deuses. Algumas dessas imagens eram muito grandes. Talvez tenha sido por essas duas razões que Deus decidiu revelar os eventos futuros ao rei pagão, utilizando a figura de uma imensa e deslumbrante estátua.

Daniel 2:36: "Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei."

Daniel 2:37: "Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;"

Daniel 2:38: "a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro."

Essa declaração torna evidente que a cabeça simbolizava o poderoso e magnífico Império Babilônico, rico em ouro. Mas a despeito de sua glória, esse império devia passar.

Daniel 2:39: "Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra."

O segundo reino seria a Medo-Pérsia, representada pelo peito e dois braços de prata da estátua - união entre medos e persas. Em 539 a.C., o general persa Ciro derrotou o Império Babilônico e estabeleceu a segunda potência universal.

O profeta de Deus antecipou o destino infeliz de Babilônia, enquanto essa ainda era a metrópole mais importante do mundo, sem qualquer perspectiva de ser destruída por agentes humanos. Em Isaías 45:1, temos uma profecia que, além de citar o nome de Ciro, menciona detalhes de como ele conquistaria a cidade de Babilônia.

Duzentos anos mais tarde, em 331 a.C., a Medo-Pérsia caía diante das forças da Grécia comandadas por Alexandre, o Grande. Esse império é representado pelo ventre e quadris de bronze da estátua. Mas esse também daria lugar a outro reino universal.

Daniel 2:40: "O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará."

O ferro simbolizava o tremendo poder do "quarto reino" da Terra. O ferro é mais forte do que o ouro, a prata e o bronze. As duas pernas simbolizavam o quarto império: Roma Oriental e Ocidental. Depois da morte de Alexandre, seu império se enfraqueceu e foi dividido entre facções rivais, até que finalmente em 168 a.C., na batalha de Pidna, o "Império do Ferro", esmagou a Grécia.

O Império Romano foi o que mais durou, o mais extenso e o mais poderoso. O imperador romano, César Augusto, era quem governava quando Jesus nasceu por volta de 2000 anos atrás. Cristo e os apóstolos viveram durante o período representado pelas pernas de ferro.

Daniel 2:41: "Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo."

Daniel 2:42: "Como os dedos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil."

Daniel 2:43: "Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro."

Aqui fica claro que não surgiria novamente um novo e grande império, mas divisões do quarto. Durante o quarto e o quinto séculos da era cristã, mais especificamente em 476 d.C., reinos bárbaros vindos do norte invadiram o decadente Império Romano, destruindo as barreiras.

Finalmente, dez das tribos ganharam a maioria do território ocidental de Roma, e dez nações distintas e independentes se estabeleceram dentro das fronteiras da Europa. Os dedos representavam as nações que deram origem à Europa atual. A História confirma que os reinos que resultaram da divisão do Império Romano foram os seguintes: francos (França), anglo-saxões (Inglaterra), alemanos (Alemanha), suevos (Portugal), visigodos (Espanha), burgundos (Suíça), lombardos (Itália) e os vândalos, hérulos e ostrogodos que mais tarde foram destruídos.

Daniel disse: "Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão uns aos outros, assim como o ferro não se mistura com o barro."

Durante anos, muitos homens tentaram unir esses reinos novamente para formar um quinto império universal, mas todos fracassaram. Os casamentos deram-se especialmente entre as casas reinantes. Quando irrompeu a 1ª Guerra Mundial, quase todos os monarcas da Europa eram parentes. A rainha Vitória da Inglaterra era chamada a "avó da Europa", pois quase todos os reis pertenciam à sua dinastia. O rei da Espanha, o czar da Rússia, o rei da Inglaterra, o imperador da Alemanha, etc., todos eram parentes. Nessa guerra brigaram entre si tios, sobrinhos e avós. O resultado foi que quase todos os reinos caíram e foram substituídos por repúblicas.

Alguns governantes tentaram em vão unir as nações da Europa: Carlos Magno, Luís XIV e Napoleão Bonaparte, da França; Carlos V, da Espanha; Guilherme II e Adolf Hitler, da Alemanha. Todas as tentativas foram frustradas.

Hitler foi o último que tentou unificar as nações da Europa por meio da 2ª Guerra Mundial (1939–1945). A História nos revela que todo o exército alemão foi derrotado pelo frio da Rússia. Por meio da natureza, Deus mostrou que nem Hitler, nem ninguém atrapalharia Seu plano. A profecia se mantém em pé: não se uniram!

Essa profecia nos garante que não haverá o quinto império mundial. Os impérios abrangidos pela estátua histórica foram quatro: Babilônia (605–539 a.C.); Medo-Pérsia (539–331 a.C.); Grécia (331–168 a.C.) e Roma (168 a.C.–476 d.C.). Foram esses os quatro impérios mundiais. Qualquer livro de História confirmará a seqüência e as datas.

O notável cumprimento dessa profecia constituiu uma prova evidente de que efetivamente "há um Deus nos Céus" que dirige todo o Universo, inclusive este planeta.

Daniel 2:44: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,"

Daniel 2:45: "como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação."

Estes reis são as divisões que surgiram com a queda do Império Romano – as atuais nações da Europa Ocidental. Vivemos no tempo dessas nações, no tempo representado pelos dedos dos pés da estátua e, por isso, concluímos que o reino de Deus está próximo.

A figura mais importante no capítulo 2 de Daniel não é Nabucodonosor, nem Daniel, tampouco a estátua. É a pedra.

Quem é a pedra? A Bíblia deixa claro que a pedra representa Jesus Cristo (Is 28:16; 1Co 10:4; Ef 2:20). O próprio Jesus confirmou isso em Lucas 10:17 e 18, usando o mesmo símbolo de Daniel. Ele disse a Seu próprio respeito: "A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular." Aqui Jesus Se refere a Si mesmo como sendo a pedra angular de Isaías. E prossegue: "Todo o que cair sobre esta pedra, ficará em pedaços [ou seja, converter-se-á]; e aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó." A pedra que reduz a pó é a pedra sobrenatural de Daniel.

É importante relembrar que a pedra sobrenatural não feriu a estátua em sua cabeça de ouro (Babilônia), ou em seu peito de prata (Medo-Pérsia), tampouco em seu ventre e coxas de bronze (Grécia), ou mesmo nas pernas de ferro (Roma). A Bíblia diz que ela feriu a estátua nos pés e dedos, e que seria "nos dias destes reis", ou seja, em nossos dias, que o Deus do Céu estabeleceria um reino que jamais será destruído.

Daniel 2:46: "Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes."

Daniel 2:47: "Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério."

Daniel 2:48: "Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia."

Daniel 2:49: A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei."

Durante algum tempo, Nabucodonosor sentiu-se influenciado a reverenciar o único e verdadeiro Deus. A revelação do futuro do mundo fez com que um rei pagão se prostrasse em reverência ao Rei dos reis.

Não há mais como negar o poder de Deus a autenticar cada linha das Escrituras Sagradas. Nela se podem ver as próprias digitais do Senhor. O fato de que o sonho de Nabucodonosor se cumpriu ao pé da letra nos dá a garantia de que a parte que ainda falta [a pedra] também se cumprirá. A volta de Cristo a este mundo é o último evento dessa profecia a se cumprir.

A história do mundo se move para o glorioso alvo do quinto reino universal – o reino de Deus.

Por centenas de anos a prece "venha o Teu Reino" tem sido pronunciada por milhões de pessoas. Quando essa prece for respondida, a longa e escura noite de tragédias e tristezas terá fim para sempre. O eterno sonho de todo homem – paz e segurança – se tornará realidade, assim como o sonho de Jesus, que sempre foi o de morar conosco.

O maior motivo pelo qual Deus nos revelou o breve futuro é simplesmente porque Ele nos ama e quer que cada um de nós esteja preparado para viver em Seu reino eterno.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, baseado na palestra do advogado Mauro Braga. O textos anteriores podem ser obtidos no marcador "Daniel")

terça-feira, 11 de março de 2008

Gelatina emporcalhada


Um nicho da suinocultura que é pouco divulgado é o da utilização da pele do animal para a produção de gelatina. Mais do que um produto, a gelatina é um ingrediente muito aplicado pela indústria alimentícia na elaboração de iogurtes, balas e produtos dietéticos. Já a indústria farmacêutica utiliza a gelatina suína para a produção de cápsulas de remédios e de produtos cosméticos. Sua aplicação também está presente no segmento fotográfico, onde a gelatina é comumente utilizada na revelação dos filmes.

De acordo com Paulo Reimann, presidente da Gelita do Brasil, hoje são produzidas anualmente no País cerca de 6 mil toneladas de gelatina a partir da pele do suíno. "Além da própria gelatina, a pele suína é destinada para a produção de pururuca e emulsões para embutidos como mortadelas, salsichas, patês e lingüiças", explica. "A história da gelatina remonta séculos, sendo produzida a partir de couro bovino e suíno." Segundo Reimann, o principal destino da gelatina suína produzida pela empresa é para a confecção de cápsulas e de gomas tipo confeito. ...

Durante o abate dos suínos no frigorífico, as carcaças que terão a pele aproveitada passam por um processo denominado de esfola (retirada total do couro animal). "Os suínos passam por todas as etapas usuais de abate como atordoamento, sangria, escaldamento e depilação, evisceração, divisão da carcaça, esquartejamento e desossa. A esfola é realizada no momento em que ocorre o esquartejamento do animal na linha de processamento", esclarece Paulo Reimann. Segundo o presidente da Gelita, de uma carcaça suína normal podem ser retirados, em média, 5,5 kg de pele. "O preço do quilo da pele suína para fabricação de gelatina alimentícia gira em torno de R$ 0,95, incluídos os impostos." ...

A Gelita, uma das maiores fabricantes de gelatina animal do mundo, produz no Brasil 22 mil toneladas do produto ao ano, originárias de pele suína e bovina. "Cerca de 80% da nossa produção vão para o mercado internacional", revela Paulo Reimann. Segundo ele, no mercado mundial o crescimento do consumo de gelatina é de 4% ao ano, impulsionado pela crescente demanda da indústria alimentícia e da indústria farmacêutica. "No Brasil, prevemos um incremento de 15% no consumo de gelatina animal em 2005, o que significa uma produção adicional de 8 mil toneladas."

A Suprema Corte Americana e o domingo


Do blog Diário da Profecia: "Assistindo um vídeo disponível no YouTube sobre Lei Dominical (abaixo), chamou-me a atenção uma imagem destacada pelo pastor que dirige a palestra, como sendo uma escultura existente na Suprema Corte Americana. O pastor chama a atenção para a posição da perna da estátua postada ao lado das tábuas do Decálogo. É que ela cobre o quarto mandamento da Lei de Deus, o sábado. Somente isso já havia me convencido o suficiente para estruturar este post, pelo próprio argumento encampado pelo pregador. Resolvi, assim, procurar uma foto dessa escultura para ilustrar as palavras que aqui pretendia escrever. Achei a figura e a recortei para dar maior destaque. Qual não foi minha surpresa ao perceber que além de cobrir o mandamento sábatico, as referidas tábuas têm em seu topo uma representação do Sol (sun, em inglês, componente do sunday - domingo - que se pretende seja substituto do 4º mandamento como dia de guarda). Isso sem contar a águia americana ao fundo, acobertando com sua asa alguém à sua frente que parece, nitidamente, muito mais um César romano do que Moisés, e que denotaria a aliança que se formará - já está se formando mais claramente - entre esses dois poderes.

"De um tempo para cá, não sei se por força de já estar envolvido com tantas notícias referentes a cumprimento profético, das mais óbvias às mais interpretativas, deixei de acreditar em 'coincidências' neste campo. Seria possível o autor da obra ter 'inocentemente' acobertado em parte os mandamentos, especialmente o referente ao sábado, e ter acrescentado algo completamente estranho às tábuas da Lei, na figura de um Sol?"

A polêmica das células-tronco


Segundo a Dra. Mayana Zatz, professora de Genética Humana e Médica do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da Universidade São Paulo e coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, "células-tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.). Sua utilização para fins terapêuticos pode representar talvez a única esperança para o tratamento de inúmeras doenças ou para pacientes que sofreram lesões incapacitantes da medula espinhal que impedem seus movimentos. As células-tronco existem em vários tecidos humanos, no cordão umbilical e em células embrionárias na fase de blastócito. Pesquisas com células-tronco, porém, estão cerceadas pela desinformação ou por certas posições religiosas que vêem nelas um atentado contra a vida em vez de um recurso terapêutico que possibilitará salvar muitas vidas."

De acordo com o site Comciência, "a grande discussão gira em torno das células-tronco embrionárias obtidas, normalmente, de embriões descartados em clínicas de fertilidade. Não há um consenso mundial sobre a liberação das pesquisas com células humanas. A Inglaterra foi o primeiro país a liberar, em agosto de 2000, os experimentos com células-tronco de seres humanos. Na Alemanha, a criação de embriões para pesquisa é proibida, embora eles possam ser importados de outros países. No restante da Europa, o assunto ainda é motivo de restrições éticas. Países como Austrália e Israel já se posicionaram a favor das pesquisas."

Alguns anos atrás, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, permitiu o financiamento público à pesquisa com células-tronco embrionárias, mas de forma limitada. Ele liberou US$ 250 milhões para pesquisas em apenas 60 linhas de células-tronco já existentes, que tenham sido criadas com o consentimento dos doadores a partir de excesso de embriões fecundados apenas para fins reprodutivos.

O assunto voltou a ser debatido nesta semana e está envolto em polêmica pois traz à baila a discussão sobre o que é e quando surge a vida humana. Mas o ponto central da discussão é o fato de que para retirar as células-tronco embrionárias é preciso destruir os embriões. A Igreja Católica considera a destruição de embriões equivalente ao aborto (mas é bom lebrar que a Igreja Católica também é contra o uso de contraceptivos). A Lei Judaica (Halachá), por outro lado, não faz objeção ao uso de embriões em estágio primário. Segundo o rabino Moshe D. Tendler, presidente da Comissão Bioética do Conselho Rabínico da América, o óvulo fertilizado in vitro não tem "humanidade". Sem a implantação no útero ele permanece um zigoto, não sendo vista sua destruição como aborto.

O tema, como se pode ver, é polêmico. E não pode ser resolvido com afirmações e comparações absurdas como a do comentarista Arnaldo Jabor que, na terça-feira à noite, no Jornal da Globo, disse que não ser a favor da utilização de células-tronco embrionárias seria o mesmo que acreditar como os criacionistas, que Deus criou o mundo há 6 mil anos com Adão e Eva namorando no jardim do Éden". Ele conclui dizendo que isso não passa de "pura ignorância". Jabor não precisava ter aproveitado o tema para alfinetar os criacionistas. Até porque a igreja (católica) que mais condena a pesquisa com células-tronco não é criacionista. Foi uma comparação desnecessária e infeliz.

Quanto ao uso ou não das células-tronco, creio que se deve discutir melhor o assunto. O uso indiscriminado desse recurso (ou seja, criar embriões "apenas" para pesquisa) pode banalizar ainda mais a vida humana; mas o não uso pode fazer com que percamos uma grande chance de salvar vidas e amenizar o sofrimento de muita gente. A doação de órgãos também produziu (e produz) grandes discussões, mas hoje ninguém duvida ser ela uma prova de amor que salva muitas vidas. E você, o que acha desse assunto?[MB]

Vaticano divulga lista de novos pecados capitais


A manipulação genética, o uso de drogas, a desigualdade social e a poluição ambiental estão entre os novos pecados capitais pelos quais os cristãos devem pedir perdão, segundo a nova lista apresentada pela Santa Sé. O Vaticano atualizou a lista de pecados capitais para adaptá-la à "realidade da globalização". Os novos pecados capitais – merecedores de condenação segundo a Igreja Católica – serão agregados aos anteriores: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça.

Publicada no domingo no jornal do Vaticano, Osservatore Romano, a lista foi divulgada depois que o Papa Bento 16 denunciou a "queda do sentimento de pecado no mundo secularizado", em meio à redução no número de católicos que praticam a confissão.

Em entrevista ao Osservatore Romano, monsenhor Gianfranco Girotti, responsável pelo tribunal da Cúria Romana que trata das questões internas do Vaticano, afirmou que, ao contrário dos anteriores, os novos pecados vão além dos direitos individuais e têm uma dimensão social.

"Há várias áreas relacionadas aos direitos individuais e sociais dentro das quais incorrer em atitudes pecaminosas. Antes de mais nada, a área bioética, dentro da qual não podemos deixar de denunciar algumas violações de direitos fundamentais da natureza humana, através de experiências e manipulações genéticas, cujos êxitos são difíceis de prever e manter sob controle."

Na avaliação do prelado, a injustiça social e os crimes ambientais também estão na lista das novas ofensas pelas quais os fiéis devem pedir perdão e fazer penitência. ...

(BBC Brasil)

Nota: Não duvido que logo chegue o dia em que aqueles que não "santificarem" o domingo serão acusados de cometer pecado contra o meio ambiente. (Se duvida, clique no marcador "ECOmenismo", aí embaixo.) Não adianta aumentar a "lista de pecados" achando que com isso as pessoas deixarão de fazer coisas erradas. O ser humano precisa é de Jesus.[MB]