segunda-feira, 7 de abril de 2008

Desvendando Daniel: na cova dos leões


O capítulo anterior termina com a morte do rei Belsazar e a queda de Babilônia. O ouro dá lugar a um metal de menor valor. Levanta-se um poder que é representado na imagem de Daniel 2 pelo peito e braços de prata. Esse reino que suplanta o império da Babilônia é a Medo Pérsia. Ciro é citado na profecia como a vara na mão do Senhor para a punição de Babilônia. Ele tinha apenas 25 anos de idade quando conquistou o império. Seu tio, Dario, que tinha 62 anos, se tornou o primeiro governante.

Daniel 6:1: "Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino;"

Daniel 6:2: "e sobre eles, três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes sátrapas dessem conta, para que o rei não sofresse dano."

Daniel 6:3: "Então, o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino."

Dario reorganizou o governo na forma de república, fazendo dele o mais democrático de todos os reinos da Antiguidade. Cento e vinte sátrapas (governadores) eram subordinados a três presidentes, ou primeiros-ministros. Cada um desses presidentes, um dos quais era Daniel, tinha 40 príncipes a ele subordinados. O problema começou quando Dario fez de Daniel o chefe dos presidentes, o que suscitou a inimizade dos outros dois.

Altos cargos no governo não eram novidade para Daniel. Ele foi posto na corte de Nabucodonosor quando ainda era bastante jovem, tendo alcançado elevadas posições, as quais ele manteve durante a maior parte das dinastias babilônicas e persas.

É interessante notar que Dario aproveitou um homem de influência política do governo anterior. Por trás de tudo, naturalmente, estava Deus.

Daniel 6:4: "Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa."

Vemos aqui outra manifestação do primeiro pecado de Lúcifer no Céu, quando desejou uma posição que não era sua. Satanás não pode ver a prosperidade de um filho de Deus, sem procurar destruí-lo.

A inveja ardia no coração dos colegas babilônios de Daniel. Estavam decididos a derrubá-lo, e passaram a observar cada movimento dele, na esperança de encontrar algo que desacreditasse sua autoridade. No entanto, não conseguiam encontrar “falta alguma em Daniel”.

Daniel 6:5: "Disseram, pois, estes homens: Nunca acharemos ocasião alguma para acusar a este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus."

Quando não conseguiram encontrar nada no caráter nem nas atividades profissionais de Daniel, que pudessem usar para desacreditá-lo diante do rei, os governadores se voltaram para a religião dele. Sendo que não havia conflito aparente entre a sua vida religiosa e o cumprimento dos deveres, eles tiveram que inventar um. Os hábitos religiosos de Daniel eram bem conhecidos: ele era um homem de oração. Esse foi então o ponto em que decidiram atacá-lo.

Daniel 6:6: "Então, estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei e lhe disseram: Ó rei Dario, vive eternamente!"

Daniel 6:7: "Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram em que o rei estabeleça um decreto e faça firme o interdito que todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões."

Daniel 6:8: "Agora, pois, ó rei, sanciona o interdito e assina a escritura, para que não seja mudada, segundo a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar."

Daniel 6:9: "Por esta causa, o rei Dario assinou a escritura e o interdito."

Os presidentes e os governadores pediram uma audiência urgente com o rei e disseram: “Todos os presidentes do reino se reuniram e resolveram que não adoraremos outro deus, ou a qualquer homem, a não ser a ti, ó rei!” Porém, Daniel não havia sido consultado, pois se tratava de um complô contra ele.

No império medo-persa, quando uma lei era aprovada, nem mesmo o rei tinha poderes para revogá-la. A lei era o mestre, e uma vez assinada, todos deviam segui-la. Por essa razão, os inimigos de Daniel foram ao rei e propuseram que ele editasse uma lei proibindo a adoração de qualquer outro que não fosse ele mesmo, o rei.

Podia parecer estranho que um rei pudesse emitir um decreto mediante o qual todas as pessoas devessem orar tão-somente a ele durante 30 dias, mas em tempos antigos os reis eram freqüentemente tratados como deuses. Esse decreto particular pode até mesmo ter parecido razoável a muitas pessoas, pois foi interpretado como uma espécie de teste de lealdade, designado como forma de unir a todos sob o novo líder.

Daniel 6:10: "Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer."

Ao tomar conhecimento do decreto, logo Daniel viu que não era a honra do rei que estava sendo defendida ou exaltada; percebeu as más intenções dos seus companheiros ao querer destruí-lo; mas nem por isso se atemorizou.

Daniel jamais permitiria que a fidelidade a Dario interrompesse seu relacionamento com Deus. Daniel sabia que Deus tinha estado com ele durante 70 anos no Império Babilônico. Tinha plena consciência e certeza de que Deus lhe tinha dado capacidades para servi-lo, quando ainda adolescente. Sabia também que havia sido Deus que o ajudara a passar nos testes diante do rei Nabucodonosor, e que lhe dera inteligência, conhecimento e capacidade.

Ele sabia que fora Deus quem lhe dera a interpretação do sonho do rei. Tomara conhecimento do livramento de seus amigos Sadraque, Mesaque e Abedenego da fornalha ardente. Daniel sabia que fora Deus que o ajudara a manter o reino unido por sete anos, enquanto Nabucodonosor estava sob a ação da terrível insanidade licantrópica, comendo grama como um bovino. Ele sabia que tinha sido Deus quem o fizera interpretar o sonho do juízo e aquela grande árvore no capítulo 4 de Daniel. Estava plenamente convicto de que havia sido Deus que lhe permitira interpretar a escrita na parede e quem o tinha posto como primeiro presidente no reino medo-persa. Tinha certeza de que Deus estaria com ele nos momentos cruciais que enfrentaria. Sua fé não vacilaria agora, pois ele fazia de Deus a fonte de sua força e energia.

As janelas do seu quarto eram abertas na direção de Jerusalém e, ao ajoelhar-se, Daniel virava o rosto naquela direção. Os conspiradores conheciam bem os hábitos de Daniel e não tiveram dificuldade em vê-lo orando, em atitude de direta violação à ordem do rei.

Se quisesse, Daniel poderia ter deixado de orar pelo curto período do decreto. Afinal, 30 dias passam rápido. Ele poderia até orar secretamente. Ele poderia fechar as janelas. Não necessitaria ajoelhar-se para orar. Ele poderia orar na cama, em silêncio, sem que ninguém soubesse. Mas não! Daniel estava em uma terra pagã, onde a religião vigente era a idolatria. Sentiu que era sua incumbência demonstrar mais uma vez o poder do seu Deus. Sentiu que precisava mais uma vez testemunhar. Não seriam as conspirações de seus inimigos que mudariam seu relacionamento com Deus. É preciso compreender como a nossa fidelidade a Deus pode afetar e influenciar a vida dos outros.

O fato de que Daniel se dispusesse a orar sob aquelas circunstâncias já é digno de nota. O que mais impressiona, porém, é que ele “dava graças”. Mesmo tendo diante de si a perspectiva da cova dos leões, Daniel dava graças. Pense no que isso significa. Daniel conhecia as promessas de Deus. “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46:1). “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra” (Salmo 34:7).

Aos 85 anos de idade, aproximadamente, Daniel ora para que Deus o ajude a enfrentar a cova dos leões, tal como o ajudou nas outras ocasiões de sua vida, e ora para que, por intermédio da sua fidelidade em momento de risco de vida, o rei Dario fosse levado a aceitar o Senhor.

Quando iniciamos a oração dando graças a Deus, nossa fé é reforçada e os problemas que serão apresentados nos parecerão passíveis de solução. Desse modo, estaremos em condições de orar com fé, e não em dúvida. Deus ouve a oração de fé.

Daniel 6:11: "Então, aqueles homens foram juntos, e, tendo achado a Daniel a orar e a suplicar, diante do seu Deus,"

Daniel 6:12: "se apresentaram ao rei, e, a respeito do interdito real, lhe disseram: Não assinaste um interdito que, por espaço de trinta dias, todo homem que fizesse petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei e disse: Esta palavra é certa, segundo a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar."

Daniel 6:13: "Então, responderam e disseram ao rei: Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, não faz caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes, três vezes por dia, faz a sua oração."

Os acusadores fingiram desapontamento. Aparentavam-se chocados pelo fato de o “mal-agradecido, exilado e judeu” mostrar tanta deslealdade para com o rei. A verdade é que Daniel era mais leal ao rei do que qualquer um deles. Tinha mais respeito pelo rei do que todos eles.

Daniel 6:14: "Tendo o rei ouvido estas coisas, ficou muito penalizado e determinou consigo mesmo livrar a Daniel; e, até ao pôr-do-sol, se empenhou por salvá-lo."

Somente agora Dario compreendeu a razão do decreto. Mas nada podia fazer após tê-lo assinado. A lei dizia que nem mesmo o rei podia modificá-la, e se ele o fizesse, seria deposto. Mesmo assim o rei trabalhou até o sol se pôr, tentando encontrar uma maneira de salvar a vida de Daniel. Mas havia um obstáculo jurídico irremovível. Por causa da pressa em assinar o decreto, Dario havia caído na cova que ele mesmo cavara. Seus bajuladores o fizeram de tolo. Em vez de ser deus por um mês, estava sendo marionete por um dia.

Daniel 6:15: "Então, aqueles homens foram juntos ao rei e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum interdito ou decreto que o rei sancione se pode mudar."

Aqueles homens sabiam que o rei pretendia livrar Daniel daquela situação. Mas, pelo fato do rei estar legalmente impedido de voltar atrás em seu decreto, havia apenas uma única chance de Daniel escapar da morte: somente se voltasse atrás e obedecesse ao decreto. Entretanto, todos sabiam que não havia a menor possibilidade disso acontecer. Não porque fosse arrogante, mas porque havia um princípio em jogo. E Daniel não era homem de ceder quando se tratava de um princípio.

Daniel 6:16: "Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel e o lançassem na cova dos leões. Disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que Ele te livre."

Daniel 6:17: "Foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; selou-a o rei com o seu próprio anel e com o dos seus grandes, para que nada se mudasse a respeito de Daniel."

Daniel 6:18: "Então, o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono."

Por todos os relatos, Daniel é um dos poucos personagens sobre quem a Bíblia não registra nada de negativo. Mas isso não o livrou da cova dos leões. Deus permitiu que homens ímpios chegassem a realizar o seu propósito; mas isso foi para que pudesse tornar o livramento do Seu servo mais marcante e tornar ainda mais visível a derrota dos inimigos da justiça.

Após determinar que Daniel fosse jogado vivo na cova dos leões, o rei Dario foi para casa naquela noite com a consciência pesada, porque sabia que não houvera sido justo com o seu fiel servidor. A Bíblia diz que ele não conseguiu se alimentar, não quis ouvir música, como de costume, e perdeu o sono. Estava em seu magnífico palácio e não conseguia dormir.

Naquele momento, Daniel estava numa cova escura e imunda. Com a cabeça recostada sobre uma pedra, ele adormece tranqüilo. O rei, por sua vez, não conseguia dormir nem um minuto. Isso nos ensina que não é a casa em que vivemos que nos permite dormir sossegados. É a paz concedida por Deus que nos faz dormir. A paz é algo interior.

Alguns imaginam que obtendo bens materiais, alcançarão segurança e paz. Mas a verdadeira paz é concedida por Deus. Não surpreende que Daniel, apesar de lançado cruelmente numa cova de leões, tenha sentido a paz de Deus no coração e nada temeu, porque sabia que havia agido honestamente. O rei, contudo, apesar de habitar num belíssimo palácio, gozando de toda segurança, conforto e luxo, não podia dormir.

Quando se conhece a Deus, Ele proporciona paz ao coração. Ele nos capacita a enfrentar as situações difíceis da vida com confiança. Se a nossa paz não depende do que está acontecendo ao redor, mas do que sucede em nosso coração; se o reino de Deus está bem arraigado no íntimo e Jesus vive dentro de nós, então, somente então, sentiremos a verdadeira paz.

Daniel 6:19: "Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei e foi com pressa à cova dos leões."

Daniel 6:20: "Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?"

Daniel 6:21: "Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive eternamente!"

Daniel 6:22: "O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dEle; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum."

Daniel 6:23: "Então, o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus."

Os inimigos de Daniel ficaram alegres quando o viram ser lançado na cova dos leões. E o rei se entristeceu muito por isso. Porém, no dia seguinte pela manhã, ao sair da cova vivo sem um arranhão sequer, Daniel e o rei se alegraram, enquanto a alegria dos inimigos se transformou em terror.

A parte realmente importante na história de Daniel não é o livramento. Mesmo se os leões houvessem retalhado o seu corpo, ainda assim ele teria triunfado. Deus não livrou João Batista, Estevão e tantos outros. Milhares de cristãos morreram como mártires. Nem sempre a vitória é completa nesta vida, mas a promessa de Deus é de vitória para a vida eterna.

Daniel 6:24: "Ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos."

A morte dos familiares dos conspiradores pode parecer um ato bárbaro da parte do rei. Mas é preciso compreender que, com freqüência, ataques injustos aos fiéis seguidores de Deus têm trazido ruína e destruição aos seus autores. Esses acabam recebendo o destino cruel que haviam planejado (Gl 6:7).

Vimos no capítulo anterior que Belsazar foi condenado com justiça, pelo fato de que ele decidira pecar mesmo sabendo tudo a respeito da experiência de Nabucodonosor. Os homens que tentaram liquidar Daniel assim procederam mesmo sabendo de sua inocência. À semelhança de Belsazar – e de tantas outras pessoas que vivem nos dias de hoje – esses homens “não acolheram o amor da verdade” (2Ts 2:10).

Daniel 6:25: "Então, o rei Dario escreveu aos povos, nações e homens de todas as línguas que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!"

Daniel 6:26: "Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o Seu reino não será destruído, e o Seu domínio não terá fim."

Daniel 6:27: "Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra; foi Ele quem livrou a Daniel do poder dos leões."

Daniel 6:28: "Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa."

Como Nabucodonosor, Dario ficou tão impressionado com o triunfo de Daniel, que fez um testemunho público para todo o mundo. A vida de Daniel é uma lição de que Deus pode nos livrar, qualquer que seja a circunstância. Nosso Deus é o Deus dos impossíveis e a vitória ao lado dEle é certa. A vida eterna está ao alcance de todo aquele que crer em Cristo como Salvador e Senhor de sua vida.

Quando os leões da vida, ou os leões da tentação, da depressão, do ressentimento, o(a) estiverem amedrontando, não tema, confie, sinta paz em seu coração. Deus é o maior domador de leões. Talvez você esteja se sentindo no fundo da cova, cercado por feras famintas. Erga os olhos para o alto e confie em Deus.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, baseado na palestra do advogado Mauro Braga. O textos anteriores podem ser obtidos no marcador "Daniel")

Desvendando Daniel: conhecimento ignorado


ste capítulo retrata uma experiência que o rei Belsazar viveu (segundo estudiosos, Belsazar era filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor). Assim como muitos de nós, ele ignorou o conhecimento da Palavra e pecou contra Deus. Ele tinha acesso e conhecimento do testemunho que seu avô dera no passado, pois esse documento fazia parte dos arquivos do império, para que todos tivessem acesso e evitassem que o mesmo erro fosse cometido; mas Belsazar preferiu ignorar.

Daniel 5:1: "O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil."

Este capítulo começa com um grande salão de festas e um jantar para mil convidados. Os reis no mundo antigo eram conhecidos por seus banquetes exagerados. Nessas festas, normalmente aconteciam grandes orgias e bebedeiras. Mas o momento era totalmente inadequado. Enquanto Belsazar bebia com seus convidados, do lado de fora, o exército de Ciro mantinha a cidade cercada.

Os muros de Babilônia eram invulneráveis e invencíveis. Tinham quase 120 metros de altura e 30 metros de largura – tão largos que seis bigas podiam correr lado a lado, no topo dos muros.

Num momento em que eram requeridos planejamento e preparação, Belsazar pensava unicamente em festas e bebedeiras.

Daniel 5:2: "Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo, que estava em Jerusalém, para que neles bebessem o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas."

Daniel 5:3: "Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas."

Daniel 5:4: "Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra."

Belsazar era neto de Nabucodonosor, mas o chamava de pai por ser seu sucessor no reinado. Daniel se refere a Nabucodonosor como pai de Belsazar e algumas pessoas pensam mesmo que o jovem rei seja filho do grande imperador da Babilônia. Jesus, por exemplo, é chamado de filho de Davi (Mt 9:27). Sucede que Davi viveu cerca de mil anos antes de Cristo. É que a palavra “pai”, nos idiomas semitas, pode se referir também a qualquer antepassado, não só ao pai imediato.

Belsazar misturou o sagrado com o profano ao ordenar que fossem trazidos os “candelabros e os utensílios de ouro”. Setenta anos antes, o rei Nabucodonosor foi a Jerusalém e confiscou os candelabros e todos os utensílios de ouro do templo, inclusive os vasos e taças usados no serviço do Senhor. Esses objetos sagrados foram confeccionados durante a construção do tabernáculo. Nesse templo os israelitas louvavam e adoravam a Deus. No templo construído por Salomão, o serviço prosseguiu por séculos, com os objetos de ouro tratados com a mais alta reverência.

Agora, os idólatras babilônios usam as mesmas taças em uma festa pagã. Esse foi o último desafio do imoral Belsazar, porque há uma linha que Deus traçou na areia. Existe um limite onde Deus diz: “Você pode ir até aqui em seu desafio e não mais além.”

O ato audacioso de Belsazar – mandar buscar vasos sagrados do templo judeu para serem usados como utensílios de farra e bebedeira – seria considerado sacrilégio mesmo aos olhos de um pagão. Com absoluto escárnio e desdém para com os judeus e seu Deus, o rei embriagado ordenou que os vasos do templo deles fossem usados, de maneira que pudesse fazer deboche do nome do Deus dos judeus.

Daniel 5:5: "No mesmo instante apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os dedos que estavam escrevendo."

Daniel 5:6: "Então, se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro."

Em meio àquela festa pagã, a mão de Deus começou a escrever na parede palavras estranhas, com letras de fogo. O rei ficou branco como cera. Seus joelhos tremeram ao ver uma mão sem corpo rabiscar palavras misteriosas na parede do palácio.

Daniel 5:7: "O rei ordenou, em voz alta, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os feiticeiros; falou o rei e disse aos sábios da Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será o terceiro no meu reino."

Daniel 5:8: "Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação."

Belsazar não aprendeu a lição com a experiência de seu avô, Nabucodonosor. Repetiu o mesmo erro. O rei escolheu novamente os astrólogos e sábios do reino para decifrar a escrita. Mas, mesmo lendo o que estava escrito na parede, eles não conseguiram traduzir a mensagem.

Daniel 5:9: "Com isto se perturbou muito o rei Belsazar, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados."

Daniel 5:10: "A rainha-mãe, por causa do que havia acontecido ao rei e aos seus grandes, entrou na casa do banquete e disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante."

Alguns registros históricos dizem que Nabucodonosor tinha uma filha casada que deu à luz Belsazar. Os estudiosos, contudo, estão divididos sobre se a rainha era a mãe de Belsazar ou sua avó, a esposa de Nabucodonosor.

As notícias da confusão na sala de banquetes e da perplexidade dos sábios chegaram aos aposentos da rainha-mãe. Com pressa, ela foi até lá para ver o que podia fazer. Era o último recurso, depois do fracasso dos sábios da corte. Ela não esteve presente na farra dos bêbados, estando sóbria e apta para dar um bom conselho. A rainha lembrou-se de outras ocasiões em que os sábios foram desacreditados publicamente. Lembrou-se de um homem que tivera sucesso quando os demais falharam.

Daniel 5:11: "Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai, se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria como a sabedoria dos deuses; teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros,"

Daniel 5:12: "porquanto espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis se acharam neste Daniel, a quem o rei pusera o nome de Beltesazar; chame-se, pois, a Daniel, e ele dará a interpretação."

A essa altura, Daniel deveria estar com cerca de 85 anos de idade. Por 70 anos viveu ele nesse reino e conheceu os tempos épicos de Babilônia.

Daniel 5:13: "Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?"

Daniel 5:14: "Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham luz, inteligência e excelente sabedoria."

Daniel foi introduzido na presença do rei. Ele não fora convidado para a festa. Ele não se sentiria confortável ali, e faria com que todos se sentissem incomodados. Ele entrou no salão com dignidade. Estava apto a dar ao rei a mensagem direta do Deus de Israel, cujos vasos sagrados o soberano havia tão atrevidamente profanado.

Daniel 5:15: "Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem esta escritura e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras."

Daniel 5:16: "Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e serás o terceiro no meu reino."

Belsazar demonstrou não estar totalmente convencido do talento de Daniel, ao dizer: “Se puderes ler esta escritura.” Oficialmente, o pai de Belsazar, Nabonido, ainda era o rei de Babilônia. Belsazar, como co-regente, era o segundo no comando. Portanto, ele só podia oferecer o terceiro lugar a quem pudesse interpretar a escrita na parede.

Daniel 5:17: "Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação."

Se o caráter do rei não estivesse tão impregnado do materialismo, ele não teria falado de recompensas num momento como aquele. Daniel recusou sua proposta com desdém, mostrando sua total falta de interesse nas coisas deste mundo.

Daniel 5:18: "Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e majestade."

Daniel 5:19: "Por causa da grandeza que lhe deu, povos, nações e homens de todas as línguas tremiam e temiam diante dele; matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; a quem queria exaltava e a quem queria abatia."

Daniel 5:20: "Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória."

Daniel 5:21: "Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele."

O que Daniel disse podia custar-lhe a vida, mas, mesmo assim, ele o fez. Ele era profeta de Deus e tinha uma mensagem de verdade para dar. Recapitulando a história de Nabucodonosor, Daniel lembrou ao rei Belsazar quem era o Deus Altíssimo que havia concedido a Nabucodonosor - e também a Belsazar - a autoridade para governar Babilônia. Ele assinalou que ao fim da loucura de Nabucodonosor, o rei reconheceu que “o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele”.

Daniel 5:22: "Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubesse de tudo isto."

Daniel 5:23: "E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dEle perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, destes louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste."

Embora conhecesse em detalhes o que acontecera ao seu avô, Belsazar deixou de aprender pela experiência de Nabucodonosor. Seu avô tinha sido orgulhoso, mas se arrependeu a tempo e se tornou filho de Deus. Belsazar, por outro lado, escolheu deliberadamente desafiar a lei e a autoridade de Deus e recusou humilhar-se. Seu pecado, então, era grande, e o juízo, iminente.

Por que Belsazar aceitou tão mansamente as palavras de Daniel, as quais poderiam ser consideradas traição pelos que o rodeavam? A resposta é simples: o “terror de Deus” (Gn 35:5) estava sobre todos. Quando um profeta de Deus toma conta da situação, como fez Daniel naquela ocasião, não há poder capaz de causar dano, ou de fazer oposição a sua mensagem.

Daniel 5:24: "Então, da parte dele foi enviada aquela mão que traçou esta escritura."

Daniel 5:25: "Esta, pois, é a escritura que se traçou: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM."

Daniel 5:26: "Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele."

Daniel 5:27: "TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta."

Daniel 5:28: "PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas."

Em aramaico, a inscrição consistia em uma série de quatro palavras. O aramaico, assim como o hebraico, era escrito só com consoantes. As palavras a serem lidas dependiam das vogais que fossem acrescentadas.

Para os sábios, as letras M N M N T Q L P R S N não faziam sentido. Daniel leu em voz alta “mene, mene, tequel, parsim” e então deu a interpretação: “contado, contado, pesado e dividido” (“parsim” é o plural de “peres” e pode ser entendido: no singular como “dividido” e no plural como equivalente à pronúncia de “persas”).

A repetição da primeira palavra é uma ênfase solene, como as palavras de Jesus “em verdade, em verdade” no Novo Testamento (Jo 3:11; 5:24).

Pesado e achado em falta – Estas terríveis palavras de destruição condenam todos os que, como Belsazar, negligenciam as oportunidades dadas por Deus. Se a nossa vida, como a de Belsazar, fosse colocada em uma balança (nossa vida em um prato e a lei de Deus no outro), teríamos um resultado melhor?

E mesmo que o resultado fosse melhor, seria suficiente? Afinal, a vida de quem – mesmo do cristão mais santo – poderia resistir diante da lei de Deus? (Rm 3:23). Nesse sentido, não somos tão diferentes de Belsazar. Mas existe uma diferença crucial: nossa fé em Deus.

Há um tempo para tudo (Ec 3:1, 2). Devemos tomar as decisões importantes enquanto há tempo.

Essa foi a última noite de Babilônia e do rei Belsazar. Eles encheram a taça da sua iniqüidade. As demonstrações acumuladas de pecado dessa nação atingiram um ponto onde Deus disse: “Basta!” Os babilônios cruzaram a linha-limite que Deus traçara. Daniel disse: “Pesado foste na balança e foste achado em falta.” A misericórdia de Deus havia se esgotado.

Ninguém será julgado por deixar de fazer aquilo que não sabia; mas por não ter feito o que já tinha conhecimento.

Daniel 5:29: "Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e lhe pusessem cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino."

Daniel 5:30: "Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus."

A história confirma que os babilônios estavam participando de uma grande festa quando os exércitos de Ciro atacaram a cidade. Pegos totalmente de surpresa, foram incapazes de defender a cidade. Ciro pôde entrar em Babilônia sem qualquer batalha. A gloriosa cabeça de ouro da profecia de Daniel 2 teve um fim sem glória e desprezível.

Deus tratou Belsazar como um indivíduo responsável. Permitiu que o rei tomasse suas próprias decisões e sofresse os resultados de sua livre escolha, ao retirar dele a proteção especial que lhe outorgara. Belsazar não queria saber de Deus em sua vida, de modo que o Senhor respeitou sua decisão, simplesmente Se afastando. Relutantemente Deus o “entregou” ao poder de seus inimigos.

Daniel 5:31: "E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino."

Normalmente, o rio Eufrates apresentava baixo fluxo em outubro. Historiadores informam que naquela noite do banquete fatídico, Ciro reduziu ainda mais o volume do rio, desviando temporariamente o seu curso. Soldados penetraram por debaixo do muro em águas que não lhes atingiam mais que os joelhos. Descobriram que os portões do rio ainda se achavam abertos, ganharam acesso às ruas e mataram os guardas que de nada suspeitavam. Exatamente como predissera a profecia, a cabeça de ouro cedera lugar ao peito e braços de prata.

Como Babilônia, este mundo está chegando ao fim. Os juízos de Deus logo se abaterão sobre este planeta impenitente, e o mundo viverá sua última noite. Alguns pedirão um pouco mais de tempo, mas não poderão ser atendidos. A Babilônia moderna terá a mesma sorte que teve a antiga cidade, e todos que recusarem sair dela serão destruídos também.

Apesar das experiências de seu avô, com as quais Belsazar estava familiarizado, o rei decidiu desafiar o Deus do Céu e sofreu as conseqüências. A sabedoria dos pais ou dos avós nem sempre pode ser transmitida às gerações seguintes. O destino eterno de cada pessoa depende de suas próprias escolhas.

Algumas pessoas entendem que ignorância significa recusar obter o conhecimento disponível sem assumir qualquer responsabilidade. Ignorar é desconhecer a verdade por absoluta falta dos recursos disponíveis para conhecê-la. Somos responsáveis por buscar a verdade. Recusar-se a fazê-lo equivale a negar o conhecimento. Não saber é muito diferente de não querer saber (At 17:30; Os 4:6).

A pessoa verdadeiramente ignorante deseja trocar a ignorância pelo conhecimento. A teimosamente ignorante tenta não ser atingida pela verdade, mas fracassa. Então, siga o conselho de Isaías: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto.”

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, baseado na palestra do advogado Mauro Braga. O textos anteriores podem ser obtidos no marcador "Daniel")

Terapia da Mentira Passada (TMP)


A revista IstoÉ desta semana destaca o tema da Terapia de Vidas Passadas - TVP (aliás, a semanal que pertence à mesma editora que produz a esotérica Planeta volta e meia aborda temas de cunho espiritualista). Desta vez, a matéria de capa tenta defender o uso baseada na suposta eficácia da TVP. E o faz apresentando o testemunho de algumas pessoas que se dizem beneficiadas pela terapia.

"A consciência não morre, ela vai para um universo multidimensional em forma de elétrons", disse à IstoÉ Patrick Drouot, Ph.D. em física quântica, que já pesquisou mais de 30 mil pessoas em processo de regressão. Para ele, as crianças têm mais facilidade para entrar em contato com essas partículas cósmicas no processo regressivo porque estão menos presas à realidade material. "Não é possível voltar ao passado fora do estado de relaxamento porque a mente humana não comporta tanta informação", explica. O Ph.D. em física nuclear Amit Goswami, pesquisador do Instituto de Ciências Teoréticas da Universidade de Oregon (EUA), compara a regressão às experiências de quase-morte. "É um encontro intenso com a consciência deslocada do corpo e seus diversos arquétipos através da telepatia. Para cada corpo físico há no universo um estado supramental de natureza quântica que lhe corresponde", afirma.

Quanto a isso, a reportagem não traz novidade alguma. Já faz algum tempo que os espiritualistas se valem de conceitos obscuros da física (especialmente a quântica) para dar ares de ciência às suas convicções (Fritjof Capra já fazia isso alguns anos atrás).

A certa altura, porém, IstoÉ admite que "mesmo com relatos de sucesso no processo de cura de dores físicas ou de transtornos mentais, o Conselho Federal de Psicologia não reconhece a técnica. 'Não há nada na ciência que comprove que o indivíduo tenha outras vidas e que possa voltar a elas', afirma o presidente da instituição, Humberto Verona. Além disso, segundo ele, o interesse pelas supostas vidas passadas tem de vir do paciente, e jamais ser induzido pelo profissional. 'Em 90% dos processos de pacientes contra a TVP, fica provada a tentativa do profissional de associar a terapia a alguma religião', revela".

Além de não ter base científica, a TVP não encontra respaldo na Bíblia. Tá mais para Terapia da Mentira Passada (TMP). O espiritualismo com todas as suas variantes tem origem no Éden, quando Satanás tentou contradizer as palavras de Deus, ao afirmar que, mesmo que pecasse, o ser humano não morreria (cf. Gn 3). Ao longo dos séculos, essa mentira vem assumindo formas variadas, mas em essência é a mesma idéia: independente do que faça, o ser humano não morre.

Aparecida - do Brasil ou dos católicos?


O Projeto de Lei 2623/07, do ex-deputado professor Victorio Galli, retira de Nossa Senhora Aparecida o título de padroeira do Brasil. "O País, por ser um Estado laico, não deve ter este ou aquele padroeiro", afirma Galli. Apesar da mudança, segundo o projeto, o feriado religioso será mantido. A proposta altera a Lei 6.802/80, que institui o feriado nacional de 12 de outubro em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. O projeto substitui a expressão "padroeira do Brasil" por "padroeira dos brasileiros católicos apostólicos romanos" e a expressão "culto público e oficial" por "homenagem oficial".

Victorio Galli ressalta que o Estado está impedido de instituir qualquer tipo de culto, conforme o artigo 19 da Constituição de 1988. Segundo Galli, a alteração proposta "deve ser considerada democraticamente útil para a promoção da igualdade entre os cidadãos brasileiros, sem privilégios à maioria de orientação cristã". Segundo ele, a proposta foi sugerida por cidadãos que não professam a fé católica.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

(Click News)

Comentário do leitor Paulo Fernando: "O site católico e 'quase declaradamente' anti-evangélico www.veritatis.com.br traz em sua página principal uma chamada para o Projeto que tramita no congresso nacional que torna a conhecida N. Sra. Aparecida padroeira apenas dos católicos romanos. Conclama a todos os católicos romanos a votarem contra o projeto. E a partir daí há uma série de comentários dos fiéis e nada como um bom empurrãozinho dado pelo site para virem os comentários contra os evangélicos. De minha parte, acho que não é necessária uma lei para definir quem é ou não 'padroeiro(a)' do Brasil. Esse não é um problema de lei mas de fé e de coração. A Palavra de Deus nos dá todas as respostas: 'Feliz a nação cujo Deus é o Senhor.'

"Mas, por outro lado, nada mais correto que o título seja 'padroeira dos católicos romanos', afinal, esse título é o real. Não se está suprimindo nada, nem tirando direitos de ninguém. Não acho que os católicos deveriam ficar preocupados ou agitados, afinal, nem todos os brasileiros querem a tal senhora como padroeira. E ponto final. Nada de mais, é a democracia."

E você, leitor, o que acha disso?

Homem na Lua - ainda há quem pense ser mentira


Como o 1º de abril é tido como "dia da mentira", lembrei-me de que ainda há gente que pensa que o pouso de astronautas na Lua, em 1969, foi uma fraude superproduzida. Foram seis as missões de pouso lunar com astronautas conduzidas pela Nasa, a agência espacial norte-americana. Neil Armstrong, da missão Apollo 11, foi o primeiro homem a deixar a pegada impressa na superfície do satélite, em 20 de julho do ano mencionado. Os adeptos da teoria da conspiração dizem que algumas sombras e luzes não deveriam estar nas fotos feitas pelos astronautas e consideram que as cenas poderiam muito bem ter sido produzidas por Hollywood. Mas por que os russos, rivais dos norte-americanos na corrida espacial, nunca denunciaram isso? Na verdade, eles interpretaram todos os sinais de rádio que captaram dos astronautas americanos, vindos da Lua, como evidência de que eles estavam mesmo lá. Além disso, até hoje é possível usar lasers para medir a distância exata entre a Terra e a Lua, graças a espelhinhos que os astronautas instalaram na superfície lunar.

Há um texto bíblico interessante em Obadias 1:4 que diz: "Se te remontares como a águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o Senhor."

O ser humano pode, sim, colocar seu "ninho" no espaço. Mas o melhor mesmo será poder viajar mil anos pelo Universo a bordo da nave-mãe Nova Jerusalém (Ap 21), depois que Jesus vier resgatar os salvos.