A rádio Jovem Pan colocou no ar um editorial contra as novelas do "horário nobre" da televisão brasileira. O texto da emissora diz que há "desvios escabrosos no mundo moderno", em meio a liberdade de expressão. "Enquanto na Venezuela se lacram canais de TV, aqui a disputa de audiência coloca no ar uma libertinagem que agride a família brasileira", diz o editorial. Segundo informou a coluna "Outro Canal", da Folha de S.Paulo, o texto da rádio não cita nomes de tramas, mas dá exemplos para argumentar que a "devassidão está escancarada". "A fidelidade morreu. Em cena de café da manhã, a filha sai do quarto com o namorado e se assenta à mesa, na mais absoluta naturalidade. Ali, na outra cena, amigas planejam outro lance de traição e torpeza", cita um dos trechos do editorial.
A novela "Viver a Vida" mostra a infidelidade de Gustavo (Marcelo Airodi) e da esposa Betina (Letícia Spiler). A trama também exibe cenas em que o casal de namorados Miguel (Mateus Solano) e Renata (Bárbara Paz) tomam café com a família após dormirem juntos.
Para a Central Globo de Comunicação (CGC), a novela "é uma obra de ficção, que não tem compromisso com a verdade". Segundo a emissora, ao "recriar livremente situações, problemas e dilemas, de nosso dia a dia, a teledramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para histórias que, na verdade, discutem os sentimentos humanos (...) Essa é a sua função social: entreter, permitindo que nos identifiquemos com tramas, personagens etc...estimulando assim a reflexão sobre nossos valores, crenças, atitudes e comportamentos".
A Globo ainda diz ter a "convicção de que a abordagem de temas de interesse social nas novelas contribui com a mobilização da sociedade", servindo como pauta de discussão e temas à imprensa.
Já no caso do BBB o editorial da Jovem Pan diz:"As cenas do Big Brother Brasil, da Rede Globo, continuam degradantes e cada vez mais beiram ao insulto. Não se compreende que um país que se quer sério tenha de conviver com esse abuso. A televisão brasileira e, neste caso particular, a Rede Globo, presta um desserviço imoral ao país. Cada vez mais as cenas do Big Brother revelam uma leviandade de comportamento que chega a ser uma afronta.
É um vale tudo com um apelo ao sexo fácil, especialmente fácil. E a figura da mulher, e neste caso porque ela se serve a isso, se transforma num simples objeto disponível a qualquer hora. A própria apresentação do programa é feita por um inconsequente e gratuito apelo sexual. E o apresentador tem o desplante de dizer: "Roda a vinheta mais querida do Brasil!".
Um tapa na cara dos que ainda conseguem pensar. Numa das cenas lamentáveis dos últimos dias, um dos integrantes ficou nu na piscina e rodou o maiô com a mãos. Como se vê, uma belíssima cena com um padrão de qualidade de causar inveja a qualquer televisão do mundo. Ontem, por exemplo, o apresentador perguntou aos integrantes do que eles tinham inveja".
Nota: Você se convenceu com a desculpa esfarrapada da Globo? Nem eu...
"Quase nada é bizarro para nós, o que torna mais e mais difícil às hostes de progranas de auditório [e novelas, filmes, etc.] conseguirem bons índices de audiência chocando seus telespectadores. Considere o problema educacional de uma criança nos dias de hoje", escreveu James Sire em seu livro O Universo ao Lado (São Paulo: United Press, 2004), p. 28. Por isso, por amor a seus filhos, tire-os da frente da televisão e vão brincar juntos.
Ouça aqui o Editorial das novelas.
Ouça aqui o Editorial do BBB
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