sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A BÍBLIA SAGRADA: INSPIRAÇÃO E EXATIDÃO



Escrita há milênios, a Bíblia Sagrada, livro básico dos cristãos (e também judeus), é muitas vezes ignorada em sua essência, até por professos seguidores de Cristo. Dúvidas sobre a precisão de seus dados históricos ou integridade de sua mensagem com respeito ao texto original, após trinta e cinco séculos, são suscitadas por muitos que desconhecem alguns pormenores de suas origens e conservação. Para os que a adotam como princípio de vida, porém, a Bíblia é, e continua sendo, o “Livro dos livros”, fonte de fé, conforto e instrução.

Antes do desenvolvimento da imprensa de tipos móveis, por Johann Gutenberg, por volta de 1455, a tarefa de preparar livros e reproduzir o seu conteúdo em novos volumes ficava a cargo de escribas que cumpriam à mão a penosa tarefa. Dentre estes, os mais famosos eram os judeus que se encarregavam de copiar os textos bíblicos. Esta tarefa, tida como das mais sagradas pelos escribas hebreus, era alvo das mais severas recomendações.
Entre as várias recomendações, exigia-se deles que quando estivessem realizando o trabalho de copiar o texto sagrado, deviam ter o corpo plenamente limpo e utilizar o vestuário judaico completo. Havia ainda a ordem de “não escrever o nome de Deus com uma pena recém-molhada em tinta” e esta devia ser de cor preta. Os pergaminhos empregados deviam ser preparados com peles de animais sem defeito.

Além das preocupações meramente exteriores, o mais importante para o pesquisador moderno da Bíblia é que o processo ‘que poderíamos chamar de “revisão de texto” era rigorosíssimo: cotejava-se a cópia manuscrita com o original, contando-se o número de letras. O escriba sabia quantas consoantes havia em cada livro bíblico e qual era a letra que correspondia exatamente à sua exata metade. Diante de tanto rigor, seria impossível ter havido interpolações ou omissões comprometedoras no texto bíblico.
Há cerca de meio século, o manuscrito bíblico mais antigo que se conhecia era um fragmento de papiro (planta da família das Ciperáceas, nos folhetos de cuja haste se escrevia) contendo os Dez Mandamentos e as palavras do livro mosaico de Deuteronômio, cap. 6 e versículos 4 e 5. Esse documento, conhecido como “Papiro Nash”, era datado de cerca do ano 100 antes de Cristo.

Com a sensacional descoberta dos pergaminhos nas cavernas de Qumrán, proximidades do Mar Morto, em 1947, manuscritos bíblicos mais antigos foram trazidos à luz. Estudiosos têm debatido o tempo de antiguidade desses vários manuscritos e as avaliações variam desde o 5o até o 2o e 1o séculos antes de Cristo. Através desses famosos manuscritos, constatou-se que o texto moderno da Bíblia que hoje manuseamos é seguramente o mesmo texto preparado pelos copistas hebreus séculos atrás. Eles faziam todo empenho para preservar inalteradas as palavras dos profetas e salmistas, na certeza de que eram palavras procedentes de Deus.

Estudos científicos têm demonstrado fatos narrados pela Bíblia como ocorrências sobrenaturais. Sob o fundo do misterioso Mar Morto, ruínas de grandes cidades têm sido sondadas, trazendo à lembrança a devassidão e orgulho descritos na Bíblia como característicos de Sodoma e Gomorra. A Paleontologia (ciência que estuda animais e vegetais fósseis) e a Geologia dão testemunho de que o planeta viu-se em algum tempo coberto pelas águas de um enorme dilúvio, o que é comprovado pela tradição de diversos povos que lembram o episódio de Noé e sua arca, incluindo lendas do folclore indígena brasileiro.

À parte das repetidas comprovações de sua exatidão histórica, a própria preservação do texto bíblico é algo sobrenatural. Em 1976, o Dr. Paolo Matthias e seus colaboradores encontraram em Tell Mardikh, na Síria, na antiga cidade de Ebla, 14.000 tabletes de argila correspondentes ao ano 2.300 AC, que confirmam de forma assombrosa a historicidade das Escrituras Sagradas. Os tabletes incluíam narrações sobre o Dilúvio e a criação do mundo, ratificam a antigüidade das leis registradas no Antigo Testamento, mencionam nomes de deuses pagãos e de cidades que também constam nas páginas bíblicas, e demonstram que os personagens das Escrituras tinham nomes usados correntemente em sua cultura e época.

Semelhantemente a outras descobertas, esses tabletes, desenterrados após quatro milênios, contribuem para fortalecer a fé nas Escrituras e silenciar novamente as críticas dos seus oponentes. Como dizia artigo da revista Time, em longa matéria dedicada à Bíblia:
Após mais de dois séculos enfrentando as mais pesadas armas científicas que têm sido levada a defrontar, a Bíblia sobrevive e está, talvez, levando a melhor sobre o cerco. Mesmo nos próprios argumentos dos críticos – fato histórico – as Escrituras parecem mais aceitáveis agora do que o foram quando os racionalistas iniciaram o ataque. Acentuando um exemplos dentre muitos, o especialista em Novo Testamento, Bruce Metzger, observa que o livro de Atos foi outrora acusado de erros históricos quanto a pormenores que desde então se demonstraram corretos por arqueólogos e historiadores.

A Bíblia tem uma divisão principal em duas partes–Velho e Novo Testamento. A primeira parte abrange o período compreendido desde a Criação até a era pós-exílica, ou seja, posterior ao cativeiro de Israel sob o reinado de Babilônia.

O Novo Testamento parte dos dias que antecederam o nascimento de Cristo e alcança até os tempos da pregação do Evangelho–a mensagem cristã–a todo o Império Romano.

Outras divisões da Bíblia são seus vários livros (30 do Velho Testamento e 27 do Novo), os livros em capítulos e estes em versículos. Essa divisão em capítulos é atribuída tanto ao Cardeal Hugo de Santo Caro (1.240 AD) quanto ao Arcebispo de Canterbury, Stephen Langdon, falecido em 1.228 AD). A divisão em versículos é atribuída a Robert Stephens, um hábil tipógrafo de Lyon, França, em 1.551 AD. Essas divisões muito facilitaram o manejo e estudo do livro sagrado.

Há cem anos a Bíblia estava disponível em 72 línguas. Hoje pode ser encontrada, de forma completa ou suas porções, em mais de 2.000 idiomas. As Sociedades Bíblicas, entidades voltadas à tradução, publicação e difusão da Bíblia, opera em dezenas de países e territórios por todo o mundo mediante centros nacionais, agora tendo o desafio de atender os milhões de indivíduos das nações outrora comunistas, com governos que promoviam o ateísmo e eram hostis às atividades e publicações religiosas. Hoje a Bíblia circula livremente nos territórios da antiga União Soviética e tem crescente popularidade na Mongólia, China, Albânia, países do Leste Europeu e Cuba.

A Bíblia é um livro sem par em termos de influência. Em 1975 estimou-se que haviam sido impressos 2,5 bilhões de exemplares da Bíblia e a produção anual está em torno de 44 milhões. A distribuição atual da Bíblia é mais do que 17 vezes a de qualquer competidor secular. Muitas vezes testamentos ou livros individuais da Bíblia são impressos separadamente, e isso incrementa o domínio da Bíblia.

Por recente iniciativa das Sociedades Bíblicas em diversas nações, produziu-se um texto das Escrituras em linguagem popular, tornando o seu texto mais fácil de ser compreendido. O método utilizado na tradução dessas Bíblias em linguagem moderna leva em conta o sentido do texto original e a expressão do mesmo em formas e estruturas de linguagem que o leitor possa compreender sem maiores dificuldades. Leva-se em conta aspectos de formação educacional dos diversos territórios onde circularão. O vocabulário e a estrutura gramatical empregados englobam a linguagem comum a pessoas mais ou menos cultas, como explica Werner Kashel, um dos membros da Comissão de Tradução da Sociedade Bíblica do Brasil. Dita entidade lançou há alguns anos a edição de sua Bíblia na Linguagem de Hoje, em português falado no Brasil, que atingiu tiragem de 210 mil exemplares nos seus dois primeiros anos de existência.

Vista com preconceito por alguns, mais acostumados à linguagem clássica das Bíblias tradicionais, as novas traduções têm sido bem acolhidas por muitos, que por meio de seu texto mais acessível passam a entender melhor a mensagem de Deus para o homem, que se poderia sumariar em três “atos” do grande drama da história universal–Criação, Queda, Redenção.

Convém recordar que o Novo Testamento foi produzido na língua grega koiné, que, diferentemente do grego clássico, empregado em obras literárias e de estrutura gramatical sofisticada, trazia um texto de linguagem comum aos leitores de diferentes regiões do mundo greco-romano dos primeiros séculos da Era Cristã.

Seja nas versões clássicas e tradicionais ou nas modernas, o estudo da Bíblia deve ser empreendido com a assistência do Espírito Santo, buscando-se alcançar a mensagem inspirada de Deus e aplicá-la à vida do leitor. Somente assim se obterão os benefícios deste extraordinário livro que continua sendo um indiscutível best-seller em qualquer idioma por todo o mundo.

9 comentários:

Fernanda disse...

É uma verdadeira benção mesmo. O livro mais completo e perfeito!

Carol Sousa disse...

Livro maravilhoso!

Pereira disse...

"A forma básica da nossa profissão de fé trinitariana (Mateus 28:19) tomou forma durante o curso dos séculos segundo e terceiro em conexão com a cerimônia de batismo. Medida em que o seu lugar de origem está em causa, o texto (Mateus 28:19) veio da cidade de Roma."
O batismo da Trindade e texto de Mateus 28:19, portanto, não se originou a partir da Igreja original, que começou em Jerusalém por volta do ano 33. Era um pouco como a evidência demonstra uma invenção posterior do catolicismo romano completamente inventada. Muito poucos sabem sobre estes fatos históricos." --- Introdução ao Cristianismo por Joseph Ratzinger. página 82-83. Edição de 1968.






Deus Preservou a Bíblia (APESAR DAS MUDANÇAS PROPOSITAIS)

“Vi que Deus havia de maneira especial guardado a Bíblia, ainda quando dela existiam poucos exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras, achando que a estavam tornando mais compreensível quando, na realidade, estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição. Vi, porém, que a Palavra de Deus, como um todo, é uma cadeia perfeita, prendendo-se uma parte à outra, e explicando-se mutuamente.”
Primeiros Escritos, pág. 220-221 – História da Redenção, pág. 391

email: Urso10000@gmail.com

Pereira disse...

A Apostasia na Igreja Adventista Profetizada – Imagem à Besta

Foi a APOSTASIA QUE LEVOU A IGREJA PRIMITIVA a procurar o auxílio do governo civil, e isto preparou o caminho para o desenvolvimento do papado – a besta. Disse Paulo que havia de vir “a apostasia”, e manifestar-se “o homem do pecado”. II Tessalonicenses 2:3. Assim A APOSTASIA NA IGREJA preparará o caminho para a imagem à besta.
A Escritura Sagrada declara que antes da vinda do Senhor existirá um estado de decadência religiosa semelhante à dos primeiros séculos. “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Timóteo 3:1-5. “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.” I Timóteo 4:1. Satanás operará “com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça”. E todos os que “não receberam o amor da verdade para se salvarem”, serão abandonados à mercê da “operação do erro, para que creiam na mentira”. II Tessalonicenses 2:9-11.
Quando for atingido tal estado de impiedade, ver-se-ão os mesmos resultados que nos primeiros séculos. O Grande Conflito, pág. 443 - Capitulo 25 - “A Imutável Lei de Deus”

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Pereira disse...

DE MANEIRA ESTRANHA-

Permiti-me dizer-vos que o Senhor trabalhará nesta última obra de um modo muito fora da comum ordem de coisas e de um modo que será contrário a qualquer planejamento humano. Haverá entre nós os que sempre desejarão dominar a obra de Deus, para ditar até que movimentos se farão quando a obra avançar sob a direção do anjo que se une ao terceiro anjo na mensagem a ser dada ao mundo. Deus usará maneiras e meios pelos quais se verá que Ele está tomando as rédeas em Suas próprias mãos. Surpreender-se-ão os obreiros com os meios simples que Ele usará para efetuar e aperfeiçoar Sua obra de justiça. –TM, 300(1885). Não imagineis que será possível traçar planos para o futuro. Seja reconhecido que Deus está ao leme em todas as ocasiões e circunstâncias. Ele agirá de maneiras apropriadas, e manterá, aumentará e edificará Seu povo - CW, 71 (1895).

Urso10000@gmail.com

Pereira disse...

NÃO USARÁ GRANDES HOMENS -

Na última e solene obra se empenharão poucos grandes homens... Deus realizará uma obra em nosso tempo que poucos esperam. Ele suscitará e exaltará entre nós os que são mais adestrados pela unção do Seu Espírito, do que pelo preparo exterior de instituições científicas. Estes meios não devem ser desprezados ou condenados; eles são ordenados por Deus, mas só podem fornecer as habilitações exteriores. Deus mostrará que não depende de seres humanos instruídos e cheios de si . Eventos Finais-pág.176.


Urso10000@gmail.com

Pereira disse...

A LIDERANÇA DA OBRA ( LÍDERES DA IGREJA ADVENTISTA ) IRÁ CONTRA OS MÉTODOS USADOS POR DEUS

Nas igrejas (Adventistas do sétimo dia) deverá haver admirável manifestação do poder de Deus, mas ela não influirá sobre os que não se têm humilhado diante do Senhor, abrindo a porta do coração pela confissão e arrependimento. Na manifestação desse poder que ilumina a Terra com a glória de Deus, eles só verão alguma coisa que, em sua cegueira, consideram perigosa, alguma coisa que despertará os seus receios, e se disporão a resistir-lhe. Visto que o Senhor não age de acordo com suas idéias e expectativas, eles combaterão a obra. Por que – dizem eles – não reconheceríamos o Espírito de Deus, se temos estado na obra por tantos anos? – RH Extra, - 27 de maio de 1890.
Ver Eventos Finais – pag.175 a 180

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Pereira disse...

A Troca do Sábado pelo Domingo na Igreja

"Diz o grande enganador . . . 'o sábado é a grande questão que decidirá o destino das almas. Devemos exaltar o sábado de nossa criação. Temos feito com que seja aceito tanto pelos mundanos como pelos membros da igreja; agora a igreja precisa ser levada a unir-se ao mundo em seu apoio . . . deixar de lado a razão e o temor a Deus, e seguir o costume e a tradição". Spirit of Prophecy, vol. 4, pág. 337-338 (O Grande Conflito original de 1884).
http://egwdatabase.whiteestate.org/nxt/gateway.dll/egw-comp/section00000.htm/book05012.htm/chapter05041.htm

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Pereira disse...

"O Senhor tem uma controvérsia com seu povo professo nestes últimos dias. Nesta controvérsia, homens em posição de responsabilidade tomarão um curso diretamente oposto àquele seguido por Neemias... Em igrejas e em grandes concentrações ao ar livre ministros irão instar com o povo a necessidade de guardar o “primeiro dia da semana”. (Ellen White, Adventist - Rewiew and Sabbath Herald, Volume 61, #12, Tuesday, March 18, 1884: ênfase acrescentada.

Urso10000@gmail.com