terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ellen White e o filme 'Avatar'


Não assisti ao filme 'Avatar' nem tampouco sei qual o assunto abordado no mesmo. No entanto, pela leitura rápida dos títulos diários, apercebi-me que se trata de uma grande produção que marca algum pioneirismo no cinema no que diz respeito à realização do mesmo.

O que captou mais a minha atenção foram as recentes notícias sobre os espetadores do filme. Um desses títulos denunciava: 'Avatar gerou depressão aos fãs'. E esta notícia li na totalidade.

Um outro fã é citado dizendo: 'desde que vi «Avatar», tenho andado deprimido. Ao ver o maravilhoso mundo de «Pandora» e todos os «Na'avi», desejei ser um deles. Não consigo parar de pensar em todas as coisas que acontecem no filme e em todas as lágrimas e gritos, que retirei do mesmo. Até tentei o suicídio, pensando que se o fizesse, renasceria num mundo semelhante a Pandora'.

Tecnicamente, não sou capaz de afirmar por que razão específica surgiu esta reação nos espetadores. Mas sou capaz de perceber a manipulação mental que a isso deu origem.

No livro 'Mensagens aos Jovens', páginas 271-273, no capítulo 'A Influência da Leitura Nociva', Ellen White deixou o seguinte testemunho (negritos meus para destaque). Por favor, tenha a noção que quando ela escreveu este texto não havia cinema; havia livros, e de vários tipos. Procure fazer o paralelo e decida por si se é comparável. Eu creio que sim.

'Satanás sabe que, em alto grau, o espírito é afetado por aquilo de que se alimenta. Está tentando dirigir tanto os jovens como os de idade madura à leitura de romances, contos e outra literatura.

Os leitores de tal literatura tornam-se incapazes para os deveres que têm pela frente. Vivem uma vida irreal, não sentindo desejo de buscar as Escrituras para se alimentar do maná celeste.

A mente que necessita se robustecer é enfraquecida, perdendo o poder de estudar as grandes verdades relacionadas com a missão e obra de Cristo - verdades que revigorariam a mente, despertariam a imaginação, ateando um forte e fervoroso desejo de vencer assim como Cristo venceu.

Pudesse grande parte dos livros publicados ser consumidos, e seria detida uma praga que está efetuando uma terrível obra sobre a mente e o coração. Histórias de amor, frívolos e excitantes contos, e mesmo a espécie de livros chamados de "romances de fundo moral" - obras em que o autor liga a sua história uma lição moral - são uma maldição para os leitores. Talvez sejam entremeados dos sentimentos religiosos em todo o romance, mas, na maioria dos casos, Satanás está apenas revestido das roupagens angélicas, as mais eficazes para enganar e seduzir. Ninguém está tão firmado nos justos princípios, ninguém tão seguro contra a tentação, que esteja a salvo lendo essas histórias.

Os leitores de ficção estão condescendendo com um mal que destrói a espiritualidade, eclipsando a beleza da Página Sagrada. Cria uma nociva estimulação, desperta a imaginação, incapacita a mente para a utilidade, desvia o espírito da oração, tornando-o inapto para qualquer exercício espiritual.

Deus tem dotado muitos de nossos jovens com superiores aptidões; mas demasiadas vezes têm eles enfraquecido suas faculdades, confundido e debilitado a mente de tal maneira que, por anos, não têm feito nenhum progresso na graça ou no conhecimento das razões de sua fé, devido a sua pouco sábia escolha de leituras. Os que estão aguardando a próxima vinda do Senhor, esperando aquela maravilhosa transformação, quando "isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade" (I Cor. 15:53) devem, neste tempo de graça, encontrar-se num mais elevado plano de ação.

Meus queridos amigos jovens, interrogai vossa própria experiência quanto à influência das histórias excitantes. Podeis vós, depois de tal leitura, abrir a Bíblia e ler com interesse a Palavra da vida? Não achais desinteressante o Livro de Deus? O encanto daquela história de amor vos domina a mente, destruindo-lhe o saudável tono, e tornando-vos impossível fixar a atenção sobre as importantes e solenes verdades que dizem respeito a vosso bem-estar eterno.

Rejeitai resolutamente toda leitura inútil. Ela não vos fortalecerá a espiritualidade, mas introduzirá na mente sentimentos que hão de perverter a imaginação, fazendo com que penseis menos em Jesus, demorando-vos menos em Suas preciosas lições. Mantende o espírito livre de tudo quanto o poderia levar em uma errônea direção. Não o acumuleis de histórias inúteis, que não comunicam nenhuma força às faculdades mentais. Os pensamentos são do mesmo caráter que o alimento provido ao espírito.'

Recupero uma frase deste último parágrafo: 'rejeitai resolutamente toda leitura inútil'; sobre o 'Avatar', poder-se-á dizer 'rejeitai resolutamente todo filme inútil'? Eu creio que sim.

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