domingo, 29 de agosto de 2010

Satanás terá oportunidade de vitória?


Há cerca de seis mil anos que este mundo é o cenário do mais gigantesco conflito de todos os tempos: Cristo vs. Satanás. De cena em cena, batalha em batalha, eis que o grande final se aproxima a passos largos, ainda que a maioria dos envolvidos (que são todos os habitantes da Terra) estejam desgraçadamente distraídos para o assunto.
Esta não é uma luta de contornos humanos. Podemos entendê-la até ao limite da capacidade humana em perceber questões cuja dimensão ultrapassa a do raciocínio humano; no entanto, muitos nos é dado a conhecer.
Sabemos que tudo começou ainda não existia humanidade. Uma criatura, então conhecida como 'Portador de Luz', agora Satanás, manifestou-se em desacordo com o governo do Criador e intentou uma revolta contra o Supremo Rei do universo. Foi-lhe dada a oportunidade de desenvolver as suas teorias, que conseguiram convencer uma boa tarde dos habitantes do céu. Deus não ficou especado a assistir; Ele decidiu tomar parte para vindicar a sua posição, sem por algum momento colocar em causa os valores e princípios que desde sempre estabeleceu.
Entre outras, levantou-se a seguinte questão: Satanás alegou que Deus não poderia ser simultaneamente amor e justiça. Imaginando que alguém se desviasse da Sua autoridade, Deus poderia exercer de justiça para com ele e destruí-lo; mas, assim, não estaria a ser amor. Por outro lado, se exercesse de amor para com o errante e poupasse a sua vida, Ele não estaria a ser justo pois a transgressão deveria ser punida com a morte. Havia portanto, alegava o opositor à divindade, uma grave falha havia no governo divino, até então nunca posto em causa.
E, caro amigo, transportando esta alegação para a condição pecadora do ser humado, se pensar bem, aquele raciocínio até encontra alguma lógica. Tanto assim foi que Satanás conseguiu convencer um terço dos anjos do céu com a sua tese, arrastando-os na sua revolta contra Deus.
Algo, porém, devemos ter em conta (e não sei se o revoltoso meditou bem nisso!): qual é a mente criada que pode perscrutar a totalidade do pensamento divino? Quem é a criatura que pode saber e conhecer tudo quanto É o Ser Criador? Pois bem, nenhuma; nem mesmo aquele que abaixo de Cristo era o mais honrado.
E aqui podemos começar a perceber onde Satanás falhou (ou, talvez, escolheu falhar...): ele não considerou que o próprio Deus tivesse uma solução para aquela aparente contradição, cujos fatores pareciam irreconciliáveis.
Mas Deus tinha: Ele demonstraria amor para com o homem dando-lhe a oportunidade de se salvar, recuperar a vida, ao mesmo tempo que exerceria a exigida justiça oferecendo-se para morrer como pagamento pela transgressão ocorrida.
Ora isto estava (e está!) muito para além do raciocínio de qualquer criatura! O próprio Criador voluntariar-Se para cumprir a pena que a criatura devia pagar! Tanto assim é que mesmo quando a solução para a queda do homem foi anunciada nas cortes celestiais, muitos não perceberam a plenitude do que estava em causa.
Cerca de quatro mil anos após a triste expulsão do Éden, Deus surgiu em forma de homem na pessoa de Jesus, o Messias enviado para reconciliar o céu com a Terra.
E Deus venceu! Foi demonstrado que o Seu caráter, o fundamento no qual assunto assenta o governo do universo, é justo muito para além do que a ciência das criaturas poderia conceber.
A Bíblia diz que a partir deste momento, Satanás, sofrendo uma derrota de consequências eternas, voltou totalmente a sua fúria para os que aceitariam esse sacrifício em seu favor; e ao longo dos séculos lhes tem feito guerra, por vezes com uma intensidade brutal.
Poder-se-á então perguntar: se Satanás sabe que está derrotado, porque razão insiste no conflito? Porque razão intenta, ainda assim, revoltar-se e derrubar o governo de Deus? Ele conhece a Escritura; sabe, portanto, que será, juntamente com os seus exércitos e os seus adeptos, alvo de destruição completa e definitiva. Porque, então, continua com uma luta que é para ele uma causa perdida?
A razão é que ele pensa, ou pelo menos convenceu-se, que não é uma causa perdida e que, finalmente, ele terá direito ao governo deste mundo.
A nova alegação é simples: ele reconhece que Cristo, na cruz, lhe infringiu uma derrota irreversível. Cristo venceu; por isso, tem o direito a reclamar a vitória para aqueles que O aceitarem como Salvador pessoal. Mas, e os outros? Muitos há que não aceitarão Jesus como Redentor... O que fazer com esses?
A Bíblia ensina que pecado e pecadores serão destruídos. Leu bem? Repito: 'pecado e pecadores'. Pois bem, Satanás tem uma versão alternativa...
Ele sugere que, no momento em que Cristo descer novamente com os salvos para o final acerto de contas (naquilo que poderemos chamar de terceira vinda), e quando os mortos perdidos ressuscitarem para receberem o galardão que escolheram, o próprio Cristo abdicará do Seu direito a Rei da nova terra, renunciará à autoridade de ganhou sobre os ímpios e os entregará, juntamente com este mundo, a Satanás, que por ter sido o seu líder e mentor, tem direito a governá-los neste lugar.
Qual o problema com esta nova teoria? Vou apenas mencionar uma: se assim fosse, a Bíblia estaria errada. Veja dois exemplos:
a) 'Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra já passaram' (Apocalipse 21:1); se Satanás cá ficasse a governar, esta terra não passaria...
b) 'O diabo, que as enganava, foi lançado no lago que arde com fogo e enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre' (Apocalipse 20:10); se Satanás cá ficasse a governar, ele não seria destruído para sempre...
No fundo, ele continua com a mesma estratégia de sempre: contradizer Deus, exatamente como demonstrado na primeira conversa que manteve com a humanidade, quando perguntou cinicamente 'foi assim que Deus disse?...'.
Entre as duas opções, eu escolho acreditar no que Deus diz. E Deus diz que ele e todos os que escolherem o seu lado serão destruídos. Por isso, ele não terá uma nova oportunidade de vitória.

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