segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Google acusa governos de vigilância online

"Mais e mais governos em todo o mundo estão a pedir ao Google para retirar conteúdo ou para disponibilizar dados de utilizadores. Esta é a principal conclusão do relatório de transparência relativo ao primeiro semestre de 2012, disponibilizado na última terça-feira pelo Google.

É a sexta vez que o gigante de serviços de Internet divulga dados relativos à transparência e segundo a empresa os pedidos dos governos para ter acesso a dados de utilizadores têm aumentado constantemente desde o lançamento do primeiro relatório.

Na primeira metade de 2012 o Google registou 20.938 consultas de entidades governamentais de todo o mundo para obter informações sobre 34.614 contas de utilizador. No semestre anterior (Julho a Dezembro de 2011) tinham sido feitos 18.257 pedidos deste tipo. No caso português o Google recebeu 187 pedidos de divulgação de dados do utilizador de contas ou de serviços. Esse número representa um aumento face ao período homólogo de 2011, em que se registaram 161 pedidos.

O número de solicitações governamentais para retirar conteúdo manteve-se relativamente inalterado entre 2009 e 2011, mas teve um aumento considerável entre Janeiro e Junho de 2012. Nesse período houve 1791 pedidos para remover 17.746 peças, o que significa uma subida de 71%, relativamente ao semestre anteriormente analisado (Julho a Dezembro de 2011).

No relatório é possível ver os resultados por país. Os Estados Unidos foram o país com mais pedidos (7969). Seguem-se a Índia (2319), o Brasil (1566), a França (1546), a Alemanha (1533) e o Reino Unido (1425).

O governo turco foi aquele que fez mais pedidos para remoção de conteúdos: 501 no total. Seguiram-se os Estados Unidos (273), a Alemanha (247), o Brasil (191) e o Reino Unido (97).(...)

No blogue oficial do Google, Dorothy Chou, analista sénior de políticas da companhia, escreveu que a informação divulgada pelo Google mostra apenas uma pequena parte da forma como os governos interagem com a Internet. A esperança da empresa, afirmou Chou, é a de que “com o tempo, a divulgação de mais dados [por outras empresas] ajude a reforçar o debate público sobre a melhor forma de manter a Internet livre e aberta”." Fonte: Diário de Notícias (negritos meus para destaque)

Nota: quando os governos tem ao dispor uma ferramenta tão fácil para recolher (e controlar) informações, creio que a tendência será para usá-la cada vez maiscolocando em causa essa liberdade e abertura que a Internet poderia promover, e não mantendo-a, como a analista da Google sugere.

Além disso, quando falamos em recolha e controlo de informação, as implicações são tantas que nem sabemos por onde começar.

Mas, podemos imaginar onde pode, no extremo, terminar: em perseguição, principalmente de consciências.

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