O livro Deus em Questão, do psicanalista Armand Nicholi Jr., é altamente esclarecedor a respeito do motivo por que muita gente envereda pelo ateísmo. Já me convenci de que a esmagadora maioria dos ateus (Dawkins incluído) tem motivação emocional/psicológica para a rejeição de Deus (às vezes raivosa, do tipo: Deus não existe, mas eu O odeio!). Depois, o que alguns fazem é colecionar argumentos racionais para justificar sua descrença. Mas há também os que não deixam de crer, embora acabem desenvolvendo certa aversão à religião. E novamente (quase sempre) a culpa disso recai sobre pessoas que representaram de forma imprópria a religião e o caráter do Criador, principalmente os pais. Parece que isso aconteceu com a polêmica cantora pop Katy Perry. Pelo menos é o que sugere a reportagem abaixo, publicada no site da revista Veja:
“Conhecida por cantar músicas cheias de duplo sentido, a cantora pop Katy Perry [na foto acima, ela está no Grammy Awards e, segundo a Veja, ela ‘se esqueceu’ da recomendação da organização do prêmio de usar roupas comportadas] foi acusada pelo próprio pai, um pastor evangélico, de ser ‘filha do diabo’. A afirmação foi feita durante um sermão dele em Santa Fé Springs, na Califórnia, nos Estados Unidos, segundo o tabloide britânico The Sun.
“Keith Perry, o pai da estrela, afirmou ter estado em um dos shows dela e disse que não gostou de ver que os fãs idolatram a cantora, mas não a Deus. Durante o sermão, ele e a mulher, Mary, exibiram um vídeo que mostra a cantora como ‘filha do diabo’, que precisa ser curada, e pede que os fiéis rezem pela filha.
“‘Como posso pregar se criei uma garota que canta sobre beijar outra garota? Eu estive em um dos shows dela e havia 20 mil pessoas. Eu estava observando essa geração, e eles estavam gostando daquilo. Parecia uma igreja. Eu fiquei ali chorando. Eles estão idolatrando a coisa errada’, disse o pai da cantora.
“Os pais de Katy Perry estão fazendo uma turnê por várias cidades dos EUA, onde pregam seus sermões. O número em que eles falam da filha, porém, parece ser uma ensaiada jogada de marketing, já que, segundo o The Sun, depois do sermão, eles pedem doações de ‘não um ou dois dólares, mas vinte’, para que eles possam fazer uma viagem para a Suíça. Antes de ser famosa, Katy cantava em igrejas. Mas não é de hoje que seus pais criticam o novo comportamento da cantora, como pode ser visto em seu filme, Part of Me, lançado no ano passado.”
Nota: O que pensar de um pai que chama a filha de “coisa” e de “filha do diabo”, tendo ela se afastado de sua igreja? Esse é o tipo de amor com que ele espera atraí-la de volta? Que tipo de religião esses pais devem ter apresentado para a filha que antes cantava nos cultos? A julgar pelo comportamento mercantilista deles (bem ao estilo de certas igrejas neopentecostais) e pelas palavras impróprias usadas contra a filha, deve ter sido do pior tipo. Não é de se estranhar que Katy tente chocar por meio de suas roupas indecentes, de suas canções e seu comportamento. Ela deve estar querendo (consciente ou inconscientemente) afrontar os pais que lhe representaram tão mal o cristianismo. Mais uma vez, vê-se que a culpa não é de Deus nem de Seus princípios de vida, mas sempre “sobra” para Ele. Fica aqui o alerta para os pais: vivam sincera e transparentemente a verdadeira religião em seu lar. Os filhos observam tudo, e um dia vão devolver isso ao mundo – de uma forma boa ou má.
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