O primeiro tratamento genético para combater o mal de Parkinson proporcionou uma melhora significativa em todos os pacientes que participaram do teste, segundo a revista médica britânica "The Lancet".
A prova clínica, em sua primeira fase, era destinada sobretudo a determinar as condições de segurança do processo, mas um ano depois do início do tratamento, seus benefícios nos 12 doentes participantes não deixam margem a dúvidas.
Os pacientes não só melhoraram o controle dos movimentos musculares, mas graças aos scanners cerebrais pôde ser apreciada também uma melhoria na atividade do sistema central nervoso.
A doença de Parkinson resulta na perda de células nervosas em uma região do cérebro conhecida como "substantia nigra".
As células em questão são responsáveis da produção de dopamina, mensageiro químico do cérebro que ajuda a controlar os movimentos musculares.
Outro problema do mal de Parkinson é a produção insuficiente de um segundo mensageiro químico chamado Gaba, que inibe a transmissão nervosa e calma a atividade nervosa excessiva.
Uma equipe do Weill Cornell Medical Centre, de Nova York, dirigido pelo neurocirurgião Michael Kaplitt, injetou mediante um vírus geneticamente modificado para desativá-lo um gene conhecido como descarboxilase do ácido glutâmico (GAD) no subtálamo do cérebro.
O vírus levou o gene até a célula nervosa que começou a produzir a proteína GAD, o que resultou por sua vez em um aumento do nível do Gaba, inibidor nervoso que contribuiu para acalmar a atividade nervosa excessiva dos doentes de Parkinson.
"Confiávamos em poder potenciar a produção do Gaba e dessa forma normalizar a função de todo o circuito por meio de uma só intervenção nessa zona", explicou Kaplitt.
Os cientistas injetaram em só um dos hemisférios do cérebro para poder comparar o que ali ocorria com a outra metade, não submetida a tratamento
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