quinta-feira, 19 de abril de 2007

Erros comuns entre os cristãos

Segundo o teólogo e jornalista Azenilto Brito, há três grandes erros que a Reforma Protestante, por revolucionário que haja sido tal movimento e por importantes verdades bíblicas que tenha trazido a lume, falhou lamentavelmente em restaurar, três pontos de indiscutível importância:1. A troca do sábado bíblico pelo domingo pagão (ou o seu subproduto do mais moderno e "user friendly" dianenhumismo / diaqualquerismo / tododiaísmo).2. A crença na doutrina de origem pagã da imortalidade da alma e conseqüente tese do inferno eterno (em termos de tempo) para os réprobos.3. A negligência quanto às leis dietéticas das Escrituras, entendendo-se erradamente que tenham cessado na cruz, o que não é verdade porque não têm o mínimo caráter prefigurativo, cerimonial.Mas eu me comprometo solenemente a mudar inteiramente de posição se me superarem apenas cinco quesitos para cada um destes pontos:A – Sobre a questão da lei e do sábado: 1. Se me provarem convincentemente que devo renunciar à observância do dia que Jesus declarou ter sido estabelecido "por causa do homem", não sendo absolutamente no sentido do "homem judaico", e sim do mesmo homem que deixa pai e mãe e une-se a sua mulher (a mesmo palavra original para homem, anthropós, consta de Mateus 19:5 e 6. Mas, casamento é coisa só para judeu?)Obs.: Também gostaria que me explicassem se o sábado foi estabelecido para o BEM ou para o MAL do homem. Se foi para o bem, por que Deus restringiria tal benefício só para os filhos de Israel, quando Ele antes disse que o sábado se aplicaria também aos estrangeiros, já que o Seu propósito era, como diz em Isaías 56:2-7, tornar a Sua casa "casa de oração para todos os povos"?2. Se me explicarem convincentemente por que devo desprezar a posição clássica, histórica, e ainda OFICIAL das Igrejas cristãs protestantes ao longo dos séculos que sempre ensinaram que os Dez Mandamentos TODOS prosseguem sendo a norma de conduta cristã.Obs.: Também gostaria que me explicassem para que servem as Confissões de Fé, Credos, Catecismos e Declarações Doutrinárias das várias Igrejas, se os membros não as levam mais a sério, sendo ainda seus documentos confessionais oficiais (pelo menos no que ensinam sobre o tema da lei e do dia de repouso).3. Se me demonstrarem convincentemente que devo, além de desprezar as posições históricas desses cristãos, acatar a visão semi-antinomista dispensacionalista, de ensinadores de fins do século 19 e princípio do século 20 que pregam uma confusa e caótica teologia de "lei abolida" e "dispensação da graça" que teria suplantado a supostamente obsoleta "dispensação da lei".Obs.: Também gostaria que soubessem me superar o dilema que essa gente enfrenta de não saberem precisar como se salvavam os pecadores ao tempo do Antigo Testamento, porque se ainda não havia começado a prevalecer a "graça", teriam que admitir a aberração teológica de que eram salvos pela lei!4. Se me justificarem por que devo manter a tradição de dedicar a Deus um dia de origem pagã, o dies solis — dia do sol — transformado no domingo pela tradição católica, que a Igreja Católica diz ter sido mudado por ela e que os protestantes lhe prestam uma homenagem semanal ao observarem ou terem suas principais reuniões de adoração em tal dia.Obs.: Também gostaria que me explicassem por que, se condenam o culto às imagens promovido por tal Igreja, que para tanto alterou os termos da lei dos Dez Mandamentos eliminando o segundo deles, ocorre essa incoerência de aceitarem a outra alteração dos mesmos Dez Mandamentos — a mudança do sábado para o domingo.5. Se igualmente me explicarem de forma convincente por que, sendo que na Nova Terra está profetizado que o mandamento do sábado continuará a ser observado eternamente pelos remidos (Is 66:22, 23) — já que é uma terra "em que habita justiça", sem mais pecado nem pecadores (2Pd 3:13) — por que não o faremos aqui também dentro do processo de santificação que nos prepara para a eterna morada ali?Obs.: O que eu digo no ponto 5 de modo nenhum deve ser interpretado como busca de salvação pela guarda do sábado, pois a obediência aos mandamentos divinos, que Paulo claramente disse ser uma obrigação para os cristãos (ver 1Co 7:19), não entra no campo da justificação, e sim no da santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12:14).B - Sobre a questão da natureza e destino humanos: 1. Se me provarem que Deus colocou uma alma imortal ao criar o homem (sendo que este nem precisaria disso pois a morte não foi prevista no plano original de Deus, e sim a vida física do homem, eternamente preservada no Paraíso físico).Obs.: Também gostaria de saber como explicam a contradição entre a crença na imortalidade da alma e na ressurreição final dos mortos. Para quê ressurreição, se todos já estão desfrutando as glórias da vida no além túmulo?2. Se me mostrarem descrições bíblicas claras (não em textos parabólicos ou simbólicos) de almas conscientes deixando o corpo na morte e partindo para o céu, inferno, purgatório ou qualquer outro "departamento do além" que a teologia popular criou.Obs.: Também gostaria que me explicassem para que deve haver um juízo final, já que na morte salvos e perdidos seguem para seus respectivos destinos...3. Se me citarem descrições bíblicas claras de almas ou espíritos voltando de algum lugar do além para reincorporarem quando da ressurreição final.Obs.: Também gostaria que me explicassem por que há um toque de trombeta e o ouvir da voz de Arcanjo para despertar os mortos, sendo que essas almas suposta e certamente já viriam do céu com Jesus bem despertas...4. Se me demonstrarem como os corpos dos ímpios que ressuscitam têm capacidade de serem eternamente refratários ao fogo, pois somente os remidos são descritos como tendo corpos incorruptíveis (Fp 3:20, 21; 1Co 15:53-55).Obs.: Também gostaria que me explicassem que, sendo que Paulo, Pedro e Cristo falam claramente de "destruição" dos ímpios, como pode haver uma destruição que nunca se destrói, jamais se completa?5. Se me indicarem para onde o lago de fogo parte após cumprir sua função de "segunda morte", já que queima SOBRE A SUPERFÍCIE DA TERRA (Ap 20:4ss) e não é dito em parte alguma que salte de sobre a Terra para prosseguir queimando eternamente noutro recanto do Universo, já que o contexto fala que há "novos céus, e uma nova terra... e o mar já não existe [nem o lago de fogo]" (Ap 21:1).Obs.: Também gostaria que me explicassem que se o "fogo eterno" que destruiu Sodoma e Gomorra (Judas 7) não está mais queimando hoje, não se pode ver que a linguagem nesse caso é inteiramente hiperbólica?C - Sobre a questão das regras dietéticas: 1. Se me explicarem por que Deus criou essas leis de limitações alimentares: Teria Ele simplesmente "cismado" com certos tipos de carne, sem qualquer motivo justo, e pronto?Obs.: Também gostaria que me dissessem que, sendo que quando os animais se apresentaram para a arca, segundo Deus havia instruído a Noé, já estava definido os que seriam puros e impuros, não demonstra isso que essas leis não se limitavam a Israel, vindo desde os primeiros tempos da história (ver Gn 7:2)?2. Se me demonstrarem em que aspectos as leis dietéticas teriam sido abolidas na cruz, já que não eram cerimoniais e em nada apontavam ao sacrifício expiatório de Cristo.Obs.: Houve quem sugerisse que simbolizariam a separação entre judeus e gentios. Mas se assim for, estaria Deus incluindo em Sua lei um aspecto de algo que Ele, que "não faz acepção de pessoas", condena, além de que isso retiraria o enfoque de Cristo e Seu supremo sacrifício pelo homem pecador?3. Se me explicarem como o sangue derramado de Cristo teria sido eficaz para purificar a carne de porco, rato, urubu, cobras e lagartos. Obs.: Seria o caso de saber se o sangue de Cristo, além de purificar os pecados dos que O aceitam como Senhor e Salvador, também teria operado alguma mudança de composição estrutural de modo a torná-las adequadas ao consumo humano?4. Se me esclarecerem como se pode usar como alimentação o que Deus disse ser "coisa abominável" (Dt 14:3), sendo que Paulo declarou que nosso corpo é o templo do Espírito Santo e que "quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus"!Obs.: E a declaração paulina trata sem rodeios de "destruição" de quem destruir o templo de Deus, que é o nosso corpo (1Co 3:17).5. Também se me explicarem como desconsideraremos o texto escatológico de Isaías 66:17 que diz que os que comem carne de porco e rato serão destruídos no dia final do acerto de contas com todas as nações e línguas.Obs.: Há quem diga que isso seja só ligado a Israel, e não a todos os moradores da Terra, pois há menção a nações relacionadas à história e experiência de Israel como nação, mas essas nações são representativas de todas, assim como no Apocalipse fala de Egito, Babilônia, Gogue e Magogue como representando todas as nações da Terra.

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