"Não vos deixes envolver por doutrinas várias e estranhas. Bom é que o coração se fortifique com a graça e não com alimentos que não trouxeram proveito nenhum aos que com eles se preocuparam." Hebreus 13:9
Nunca se falou tanto em religião e crenças espirituais na mídia em geral. Entre as principais pautas de jornais, revistas, emissoras de TV e de rádio e portais de notícias da Internet estão as notícias relativas à religiosidade, igrejas, crenças e manifestações sobrenaturais. A figura de Jesus Cristo e de Sua vida e da Bíblia e a polêmica entre criacionismo e evolucionismo, sobretudo, são as mais comentadas, pesquisadas e objeto de análises nos artigos e reportagens. Mas será que tudo isso significa necessariamente um reavivamento de fé?
Só para termos uma idéia, um levantamento rápido demonstra o interesse da mídia nacional pelo tema da religiosidade e Jesus Cristo especialmente. É muito raro em alguma edição de uma das três maiores revistas de circulação nacional (Veja, IstoÉ e Época) não aparecer reportagem acerca dessa temática. E não são apenas em épocas próximas à Páscoa ou Natal, quando é mais comum a abordagem. Durante todo o ano, praticamente, o assunto é recorrente, seja através de notas ou matérias maiores.
A revista Veja, no ano passado, trouxe pelo menos quatro reportagens alusivas a assuntos de religião, sendo uma delas relacionada ao Vaticano (especialmente por conta da escolha do novo papa – 28/09), outra sobre a cantora Baby do Brasil (26/10), que se diz convertida por Jesus, uma relativa a evangélicos e bailes funk (14/12) e também reportagem sobre supostos mistérios e incoerências do Novo Testamento (21/12). Em todas elas, percebe-se o sarcasmo ou o ceticismo predominante no texto dos jornalistas.
Já a revista Época teve um interesse bem maior por religiosidade em suas páginas no ano de 2005. Contabilizei pelo menos nove reportagens que trataram sobre: crítica ao criacionismo (19/01), fundamentalismo religioso (07/02), cientologia (espécie de "igreja científica" que existe especialmente nos EUA e reúne famosos do meio artístico – 28/02), comentários sobre o novo papa (02/05), catolicismo (20/06), Opus Dei (ordem católica – 31/10), além de uma reportagem sobre Jesus Cristo (19/12) e outra referente à ciência versus religião (mesma edição – 19/12). Na IstoÉ, as reportagens encontradas, no ano passado, sobre religiosidade e religião, foram apenas duas: uma a respeito da pedofilia de padres (26/11) e outra referente às razões da fé com crítica ao criacionismo (28/12). É evidente que alguma nota ou comentário em outras reportagens podem ter passado sem minha percepção e a rápida pesquisa se limitou às revistas nacionais (nem mencionei TV, rádio, jornais e Internet).
** EXALTAÇÃO DO CETICISMO
Mesmo assim, dentro desse panorama já podemos observar o interesse dos meios de comunicação pela temática da religiosidade e de tudo o que está associado a isso. Editores, repórteres e comentaristas parecem ávidos por discutir e debater, na maioria das vezes, os aspectos da religiosidade (especificamente de Cristo, da Bíblia e dos princípios bíblicos) por meio de uma leitura crítica que chega à ridicularização. O que se vê por trás de boa parte dessas reportagens e artigos, é um desejo de dizer ao leitor que tudo é mentira, falácia, invenção humana, sonho ou algo prejudicial para as mentes "sãs e desenvolvidas". Eles estão afirmando, nas entrelinhas, que Jesus não é esse em quem os fiéis cristãos acreditam e que a Bíblia necessariamente não pode ser levada a sério e muito menos os princípios nela contidos.
O alerta, portanto, é que ao ler essas reportagens não imaginemos que está ocorrendo um despertamento religioso, mas uma curiosidade motivada pelos que esperam destruir os alicerces da fé genuína. Jesus está na capa de muitas revistas dessas, mas como um mito questionável e não como o suficiente salvador e mediador da raça humana, tal como é apresentado nas escrituras (Atos 4:12, I Timóteo 2:5 e Hebreus 4:15). A religião cristã ganha destaque nas páginas dessas revistas, mas como algo excêntrico, que leva à busca do "eu" ou como uma opção de vida sem princípios e não como a religião pura e de obediência a Deus, conforme a Bíblia assevera (João 14:15, Atos 5:29 e Tiago 1:27). A criação divina, conforme estabelecida no livro de Gênesis e confirmada nas demais partes da Bíblia, é ridicularizada diante de afirmações céticas, preconceituosas e equivocadas biblicamente.
A raiz do problema está no enfoque das reportagens. A maioria não se propõe a levar pessoas a um maior conhecimento de Deus. Pelo contrário, são reportagens voltadas a colocar mais dúvidas e incertezas na mente dos leitores. Paulo afirmou algo interessante em sua segunda carta aos coríntios, ao dizer que "derrubamos raciocínios e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo o pensamento à obediência de Cristo" (II Coríntios 10:5). O ser humano precisa destruir seu egoísmo, prepotência e orgulho próprio e levar os pensamentos cativos a Deus para entendê-Lo e assim amá-Lo. É óbvio que nem tudo saberemos acerca da natureza divina e nem é necessário isso para nos sentirmos amados por Ele como Seus filhos legítimos. Moisés deixou isso muito claro, ao afirmar que "as coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Deuteronômio 29:29).
É por isso que, em resposta à pergunta inicial, podemos afirmar que toda essa movimentação em torno da religiosidade na mídia eletrônica ou impressa representa um obstáculo à fé sincera desenvolvida por Deus na vida dos que desejam crescer em relacionamento com Ele. Não se engane! A intenção é suscitar indagações desnecessárias e não exaltar a Cristo, Sua lei e a Bíblia. A advertência de Pedro é válida para nossos dias, hoje, especialmente porque dentro das próprias igrejas isso pode ser uma realidade: "Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição" (II Pedro 2:1).
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