sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Movimento Reformista - Parte II



A VERDADEIRA E A FALSA REFORMAS

a) Características da Verdadeira Reforma entre o Povo de Deus:

“É chegado o tempo para se realizar uma reforma completa. Quando essa
reforma começar, o espírito de oração atuará em cada crente e banirá da Igreja o
espírito de discórdia e luta. Os que não têm estado a viver em comunhão cristã,
chegar-se-ão uns aos outros em contato íntimo. Um membro que trabalhe de maneira
devida levará outros membros a unir-se-lhes em súplica pela revelação do
Espírito Santo. Não haverá confusão, pois todos estarão em harmonia com o
Espírito” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 254-255).

“Em visões da noite passaram perante mim representações de um grande
movimento reformatório entre o povo de Deus. Muitos estavam louvando a Deus. Os
enfermos eram curados e outros milagres eram operados. Viu-se um espírito de
intercessão tal como se manifestou antes do grande dia de Pentecostes. Viam-se
centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante elas a Palavra de Deus.
Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo e manifestava-se um
espírito de genuína conversão. Portas se abriam por toda parte para proclamação
da verdade. O mundo parecia iluminado pela influência celestial. Grandes bênçãos
eram recebidas pelo fiel e humilde povo de Deus. Ouvi vozes de ação de graças e
louvor, e parecia haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844”
(Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 345).

“Antes de os juízos de Deus caírem sobre a Terra, haverá entre o povo do
Senhor tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os
tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus
filhos” (O Grande Conflito, p. 466, 27ª ed.).

Vemos que as características da verdadeira reforma são:
1. Banir da Igreja o espírito de discórdia e luta;
2. O espírito de oração atuará em cada crente;
3. Não haverá confusão;
4. Todos estarão em harmonia com o Espírito;
5. As barreiras que separam um crente do outro serão derrubadas;
6. Os servos de Deus falarão as mesmas coisas;
7. Os enfermos serão curados, e outros milagres serão operados;
8. Haverá espírito de intercessão, como no Pentecostes;
9. Milhares serão vistos abrindo a Palavra de Deus nos lares;
10. É um grande movimento;
11. Acontecerá entre o povo de Deus. Não será uma “nova igreja”;
12. Se manifestará o espírito de genuína conversão;
13. O mundo será iluminado pela influência celestial;
14. Haverá uma reforma completa, não apenas parcial.

Pode-se verificar claramente que o movimento reformatório, profetizado por
Ellen White, ainda não aconteceu; está no futuro. Seu início se dará com o
derramamento do Espírito Santo (a chuva serôdia), e só participarão os que já
estiverem praticando uma reforma individual, desde agora.
Observemos que a senhora White viu um “movimento reformatório” entre o povo
de Deus (a Igreja Adventista do Sétimo Dia), e não uma outra “igreja”, chamada
“movimento de reforma”, ou “completa reforma”, ou seja lá que nome derem...
A verdadeira reforma acontecerá dentro da Igreja, mas as falsas “reformas”
ocorrem em movimentos separatistas, isolados, fora do corpo organizado de
Cristo. Ellen White faz sérias advertências aos que agem dessa maneira:
“Quando alguém se afasta do corpo organizado do povo que observa os
mandamentos de Deus, quando começa a pesar a Igreja em suas balanças humanas e a
acusá-la, podeis saber que Deus não o está dirigindo. Ele se encontra no caminho
errado” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 18).

Muito cuidado aos que gostam de criticar a Igreja e apontar apenas os
erros! Deus não os está guiando...

A VERDADEIRA REFORMA É UM MOVIMENTO GRANDE E MUNDIAL
O movimento profetizado por Ellen White é um grande reavivamento, que
ilumina o mundo, não um pequeno movimento, como as reformas que têm surgido por
ai. Para se ter uma idéia, quando a Reforma de 1914 surgiu, tinha 2000 membros
na Alemanha, conforme a declaração feita na Ata da Conferência Geral da Reforma,
em 1993, realizada em Quito, Equador, na qual o Pr. Benildo Gabriel participou
como delegado do Brasil.

“En Alemania habia al principio dos mil miembros” (Acta de la Sesion de la
Conferencia General del 08-03-1993, em Quito, Equador, p. 8).

É interessante notar que, quando foi apresentado o relatório do número de
membros na Alemanha, em 1993, após cerca de 80 anos do surgimento da Reforma,
foi relatado apenas 559 membros, e isto somando-se Alemanha, Áustria, Suíça e
Polônia. Em vez de crescer (como aconteceu com a IASD) o movimento diminiu...

“Union Alemania. El hermano A. Di Franca presento el informe. A la union
pertencen tres asociaciones: Alemania, y Austria, y Suiza, y Polonia como campos
missioneros. La membresia el 31-12-1992 ascendia a 559 miembros. Trabajan en la
union Alemania diez pastores, 11 obreros biblicos y un colportor” (Idem, p. 15).

Esses movimentos não crescem porque não possuem a mão abençoada de Deus
sobre eles, como ocorre na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Vejamos...

“Erguem-se continuamente pequenos grupos que crêem que Deus está unicamente
com os poucos, os dispersos, e sua influência é derrubar e espalhar o que os
servos de Deus constroem. Espíritos desassossegados, que desejam ver e crer
constantemente em alguma coisa nova, surgem de contínuo, uns aqui, outros ali,
fazendo todos uma obra especial para o inimigo, e todavia, pretendendo possuir a
verdade. Eles ficam separados do povo a quem Deus está conduzindo e fazendo
prosperar, e por meio de quem há de realizar Sua grande obra” (Testemunhos
Seletos, vol. 1, p. 166).
Não poderíamos ler declaração mais explícita e clara... não acha?!

b) Características da Falsa Reforma:

Os movimentos de reforma que têm surgido são pequenos, o que os faz
acreditar que por isso são abençoados por Deus. Os reformistas se gloriam de
serem grupos menores em comparação com a Igreja Adventista, argumentando que o
Espírito de Profecia diz que a Igreja verdadeira sempre foi pequena. Mas vejamos
o texto original:
“Em comparação com os milhões do mundo, o povo de Deus será, como tem sido,
um pequeno rebanho; mas se permanecerem na verdade como revelada em Sua Palavra,
Deus será seu refúgio” (Atos dos Apóstolos, p. 589).

Veja que a comparação não é feita entre os reformistas e a organização
Adventista, mas sim entre o mundo (7 bilhões de pessoas) e a Igreja Remanescente
(hoje com cerca de 13 milhões de membros).

CONFUSÃO E DESORDEM
O surgimento do movimento reformista em 1914 não foi com espírito de
oração, amor e união, como será a verdadeira reforma; mas pelo contrário, eles
criaram muita confusão, e até hoje observamos as inúmeras brigas, divisões,
dissensões, discórdias e disputas entre eles.

“Em lugar de dirigirem-se à Associação Geral sempre continuaram fazendo a
guerra no seio das igrejas... Teriam direito os dirigentes do movimento
oposicionista de agitar constantemente nossas igrejas com essas circunstâncias
difíceis, de formar desordens, de derrubar as igrejas e de formar suas

próprias?” (Protocolo de Fridensau, p. 19).

SURGIRAM LEVANTANDO FALSO TESTEMUNHO
O movimento de 1914 surgiu com falsos testemunhos contra a organização
Adventista, dizendo que a Igreja tinha se apropriado das casas publicadoras e
das instituições missionárias, e que eles (os reformistas) é que eram os
legítimos donos, pois foram os únicos a permanecerem fiéis.
E. Dorsheler escreveu “Ainda hoje tenho o mesmo ponto de vista, de que as
casas publicadoras, como a daqui de Fridensau, pertencem ao lugar onde estão os
princípios que foram dados em 1844. Pertencem aos irmãos que persistem neles”
(Idem, p. 24).

As instituições foram adquiridas com muito sacrifício, e Deus colocou Sua
bênção fazendo com que elas crescessem e se multiplicassem. Todas pertenciam à
organização Adventista, instituída pelos pioneiros de 1860.

MENTIRAS E FALSIDADES
Durante a divisão iniciada em 1914, os reformistas usavam uma estratégia
muito desonesta. Eles distribuíam revistas e folhetos, nas portas de nossas
Igrejas, ao final dos cultos, dizendo que eram um resumo do sermão que fora
apresentado. Uma grande artimanha! Pois isso levava as pessoas a estudarem suas
acusações e críticas contra a Igreja Adventista, fazendo com que muitos
descontentes deixassem à Igreja.

“Teriam vocês o direito de distribuir publicamente as revistas citadas,
depois de nossas reuniões, como resumos ou extratos de nossos sermões, expondo-
nos como babilônia caída, usando também falsamente os Testemunhos para este
fim?” (Protocolo de Fridensau, p. 20).

Vejamos o que Ellen White diz sobre os que ficam “pescando” textos isolados
nos seus escritos, e usando este material para acusar a Igreja:

“Os que escolhem os Testemunhos como a mensagem de Deus, são por eles
abençoados e auxiliados; mas os que o fragmentam, simplesmente para apoiar
alguma teoria ou idéia pessoal, para defender um procedimento errado, não serão
abençoados e beneficiados por aquilo que ensinam. Pretender que a Igreja
Adventista do Sétimo Dia seja babilônia, é fazer a mesma declaração que faz
satanás, que é o acusador dos irmãos, acusando-os dia e noite perante Deus”
(Testemunhos para Ministros, p. 42-43).

c) Por que o Movimento Reformista não é inspirado pelo Espírito Santo?


1) A Reforma de 1914 não cumpre os requisitos profetizados por Ellen White,
conforme vimos anteriormente, referentes aos movimento de reforma e derramamento
do Espírito sobre a Igreja.

2) Se a Reforma de 1914 fosse a verdadeira, a irmã White teria ratificado a
queda e apostasia da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e profetizado sua
substituição por outra organização ou igreja (cf. Am 3:7).

“O Senhor não tem deixado Sua Igreja em trevas, abandonada, mas traçou em
declarações proféticas o que havia de acontecer” (Med. Matinais 1977, p. 16).
“A Igreja talvez pareça prestes a cair, mas não cairá” (Mensagens
Escolhidas, vol. 2, p. 380).
“Tomais passagens dos Testemunhos que falam do fim do tempo da graça, da
sacudidura do povo de Deus, e falais da saída dentre este povo de um outro povo,
mais puro e santo, que surgirá. Ora, tudo isso agrada ao inimigo” (Mensagens
Escolhidas, vol. 1, p. 179).

3. Se o Movimento de Reforma fosse autêntico, Ellen White não teria feito
um Testamento, no qual deixa todo seu legado à organização Adventista do Sétimo
Dia. Uma cópia deste Testamento pode ser vista no livro Mensageira do Senhor,
publicado pela CPB, pág. 569-571).
4. Se o Movimento de 1914 fosse autêntico, certamente todos os fiéis
pastores teria aderido a tal nova organização, porém nenhum aderiu à pseudo-
reforma. Homens consagrados, como Butler e Loughborough, que ainda estavam vivos
em 1914, permaneceram na Igreja Adventista do Sétimo Dia, até a morte. Ellen
White considerava estes homens como alguns dos mais valorosos obreiros da causa
do Mestre (cf. Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 225-226).

5. Ellen White, que morreu em 1915, jamais aderiu ao Movimento de 1914, nem
deu apoio a ele. Ela fez questão de registrar em seu Testamento:
“Deixo instruções para que meu corpo seja sepultado com as devidas
cerimônias religiosas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, sem aparato ou
ostentação” (ver Testamento de Ellen White, citado anteriormente).

6. O Pr. G. C. White, filho de Ellen White, também nunca saiu da Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Sobre ele, Ellen White escreveu algo muito solene:
“Foi-me mostrado, também, que meu filho, G. C. White, seria meu ajudante e
conselheiro, e que o Senhor poria sobre ele o espírito de sabedoria e são
discernimento. Foi-me mostrado que o guiaria, e que ele não seria desviado,
porque reconheceria as direções e orientações do Espírito Santo” (Mensagens
Escolhidas, vol. 1, p. 54-55).
O Pr. G. C. White morreu em 1937 (23 anos após o movimento ter surgido), e
nunca abandonou as fileiras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, passando para o
movimento reformista.


Vemos até aqui que não há respaldo nos escritos de Ellen White para o
surgimento de um novo movimento autorizado por Deus, fora da organização
Adventista do Sétimo Dia.

Os reformistas precisam reconhecer que sua origem é destituída
completamente da bênção de Deus... e a prova maior disso é seu crescimento
inexpressivo, ou até negativo.


Autor: Prof. Gilson Medeiros

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