terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Obama reafirma apoio ao aborto enquanto milhares protestam em Washington


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira o direito das mulheres de praticarem o aborto. A declaração foi feita em comentário escrito sobre o 36° aniversário da decisão da Suprema Corte sobre o caso “Roe versus Wade”, que estabeleceu o entendimento de que o aborto é legal em todo o país.

“A decisão de 1973 não somente protege a liberdade e a saúde das mulheres, mas representa um princípio mais amplo: que o Governo não deve se intrometer em assuntos familiares mais íntimos”, disse Obama, defendendo ainda que todos precisam trabalhar para evitar a gravidez indesejada, reduzir a necessidade de abortos, e apoiar as mulheres e as famílias nas escolhas que fizerem.

As declarações foram divulgadas enquanto dezenas de milhares de opositores ao aborto realizavam um protesto em Washington contra a legalidade da prática. A manifestação, que acontece uma vez por ano desde 1974, incluiu uma marcha até a Suprema Corte para exigir que Obama “impeça a morte intencional” dos que ainda não nasceram.

“Queremos que Obama seja um defensor dos direitos humanos, dos quais o mais fundamental é defender a vida dos inocentes, dos que não nasceram”, disse Julio Hurtado, um manifestante colombiano. Muitos participantes do protesto disseram que o apoio de Obama ao aborto aumentou a necessidade de tornarem a mensagem deles mais visível.

Mudança

Obama venceu a corrida presidencial com um forte apoio das mulheres, e defendeu durante a campanha o direito de decidir sobre sua própria gravidez, o que causou a repulsa dos ativistas contra o aborto.

O ex-presidente George W. Bush regularmente manifestou apoio aos manifestantes na marcha anual. Em uma gravação endereçada aos manifestantes, no ano passado, ele disse que a biologia confirma que desde o início, cada feto é uma pessoa com seu próprio código genético.

Grupos como a Organização Nacional da Mulher (NOW, em inglês) também realizaram nesta quinta-feira atos de pressão para que Obama reverta as restrições ao envio de fundos americanos a organizações de planejamento familiar no exterior que “realizam ou promovem” o aborto.

A opinião pública americana sobre o aborto tem sido bastante estável nas últimas décadas, com pesquisas mostrando uma escassa maioria a favor do procedimento em todos ou na maioria dos casos. A questão continua entre as mais polêmicas entre os americanos.


Nota extraída da Monografia "Aborto" (SALT) de José Raimundo Benefrides, José Pereira dos Santos, Marcos C. Lamarques Alves, Roberto Motta, Ronaldo Arco, Janeiro – 1999

Vários são os motivos com os quais se quer justificar o aborto: motivos ditos terapêuticos, eugênicos, econômicos, sociais, sentimentais, etc.. Mas o respeito à vida de um indefeso, inocente e frágil ser humano, não seria mais que suficiente para se proibir e condenar o aborto?

É incontestável que o aborto é uma ação contra a vida, é atentado contra uma existência humana. Afirmar contrariamente é falsear a verdade para justificar atos “convenientes” às difíceis circunstâncias do momento.

Sem nenhuma dúvida científica ou ética, o aborto provocado constitui violenta agressão à mãe e à criança que vive em seu ventre, sendo, para o filho, de efeito mortal, constituindo-se portanto, em verdadeiro assassinato.

Por mais dramáticas que sejam as circunstâncias arroladas – como perigo de práticas clandestinas, doença da mãe, incesto, estupro, malformações fetais, explosão demográfica, etc. – não se justifica a legalização do abortamento voluntário, pois seria legalizar um ato de violência premeditada.

O aborto provocado legalizado constitui falsa e contraditória tentativa de solução de problemas que afligem a humanidade, pois consiste em ato, por sua natureza, contrário à justiça e ao direito, subvertendo, assim, a ordem moral e, portanto, desfigurando a dignidade humana, ao invés de promovê-la. É uma tentativa de resolver problemas humanos com desprezo da própria vida humana.

Permitindo-se, sob qualquer pretexto, a supressão voluntária de uma vida humana inocente em sua fase intra-uterina, como impedir-se a supressão de uma vida humana em qualquer fase de sua existência, quando constitui pesada carga: deficientes físicos e mentais graves, inválidos irrecuperáveis, loucos agressivos, velhinhos arterioscleróticos, comatosos irreversíveis, doentes crônicos de difícil manuseio, etc.? Só com respeito aos direitos de cada um, inclusive dos mais fracos e indefesos, é possível salvaguardar o direito de todos.

Por rebaixar o valor da vida humana ao nível dos animais irracionais, constitui o abortamento provocado sério atentado aos alicerces naturais da família, desagregando-os pelo triunfo do egoísmo que rejeita riscos e repele sacrifícios.

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