O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, em encontro com o papa Bento 16, que o Brasil vai "preservar e consolidar o Estado laico".
Em conversa com sua assessoria depois da reunião com o papa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, Lula disse que explicou ao papa que o Brasil mantém a posição de "ter a religião como instrumento para tratar do espírito e temas sociais".
Lula também disse, segundo sua assessoria, que o papa não tocou no tema aborto durante o encontro. A oposição da Igreja Católica ao aborto foi citada pelo papa em suas duas falas na quarta-feira, em seu primeiro dia de visita ao país
A reunião de Lula e Bento 16 terminou em impasse no que diz respeito a fechar um acordo sobre direitos e privilégios da Igreja Católica no país.
Há poucas informações sobre os exatos termos do acordo, mas, segundo a BBC Brasil, a Igreja Católica quer formalizar em um documento legal próprio direitos e privilégios.
Entre os temas estariam a liberdade de culto, a preservação de igrejas, isenções fiscais, concessão de vistos para missionários e o ensino de religião nas escolas.
Segundo a assessoria de Lula, o papa disse que, apesar do impasse, tem a expectativa de que o acordo seja fechado ainda em seu pontificado e no mandato do presidente Lula.
Resistência
O Itamaraty vem resistindo aos pedidos da Igreja e prefere remeter os temas para a legislação brasileira já em vigor.
"A assinatura, segundo o desejo do Vaticano, deveria acontecer durante a viagem do papa ao Brasil, mas ela acabou sendo adiada para o final do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá vir em visita oficial", informou funcionário da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé.
Uma proposta de acordo foi enviada pela Santa Sé ao Itamaraty em dezembro do ano passado.
Com BBC
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