A despeito da tendenciosidade característica dos textos anti-religiosos da revista Superinteressante, é de se notar e destacar dois trechos de recente matéria veiculada pela mesma acerca da história da Igreja Católica: "Na penumbra da sala, um homem escreve sua obra-prima. Ele usa uma pena, tinta preta e folhas de papiro ou pergaminho. Não há certeza quanto à data, algo em torno do ano 750. Um endereço provável é o Palácio de Latrão. O autor seria um certo Cristóforus, secretário do papa Estêvão 2. Certeza mesmo, só em relação à obra: é a Doação de Constantino, a fraude mais bem-sucedida da história.
"Para entender o sentido do documento, temos de voltar no tempo. Ao longo do século 5, a parte ocidental do Império Romano foi invadida e devastada por tribos bárbaras. Em 476, Roma foi conquistada. Na confusão da guerra, o papado foi a única instituição organizada que sobreviveu - o papa Leão Magno entrou para o rol dos gênios da diplomacia por ter liderado o Vaticano nessa transição.
"Quando o rebuliço acabou, a Igreja era dona do mais poderoso dos monopólios: o conhecimento. Religiosos cristãos eram os únicos europeus letrados no início da Idade Média. Fornecendo conselheiros e legisladores para os reinos nascentes, a Igreja ganhou influência sobre os soberanos bárbaros, que começaram a se converter em 508 - o primeiro foi Clóvis, rei dos francos, que mandou batizar seus exércitos com tonéis de água benta. ...
"Mas a Igreja ainda tinha dias piores 'pela frente'. No século 18, a Europa viu o florescimento do Iluminismo, movimento filosófico que colocava a razão e a ciência no centro do mundo e questionava o valor absoluto da fé e das tradições. Pensadores iluministas, como o francês Voltaire, defendiam que todos os homens nascem iguais e têm o direito de escolher a própria religião. Esse novo jeito de pensar passou dos intelectuais para as massas: em 1789, a Revolução Francesa guilhotinou privilégios (e padres) e desapropriou terras da monarquia e da Igreja. Firmava-se o divórcio litigioso entre religião e Estado no Ocidente. De patrono das artes, o papado virou inimigo do progresso, entrando numa fase de pânico apocalíptico em relação a tudo o que cheirasse a modernidade - condenava até ferrovias e iluminação a gás. No século 19, a moralidade rígida era de novo a norma do Vaticano. O papa, que antes acumulava funções de político e soldado, passou a ser visto pelos fiéis como um santo vivo, casto e distante."
Pois bem, analisando os textos supra transcritos, temos por certo que encontramos com clareza meridiana um indicativo de início e fim da supremacia papal na Europa, que a matéria norteou como tendo início por volta do ano 508 (a igreja teria se antecipado politicamente ampliando seu círculo de influência), até por volta de 1789 (perdeu poder em decorrência da Revolução Francesa). Período de intensa perseguição aos opositores pelo poder religioso constituído, como o restante do texto deixa muito claro.
Intervalo aproximado, segundo a matéria: 1.281 anos.
Bíblia fala sobre um período análogo de intensa perseguição? Vejamos:
Daniel 7:25: "Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo."
Um tempo = 1 ano
Um tempo + dois tempos + ½ tempo = 3 ½ tempos = 3,5 anos
Um ano = 360 dias x 3,5 = 1.260 dias
Apocalipse 13:5: "Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses."
42 Meses x 30 dias = 1.260 dias
Apocalipse 12:6: "A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias."
Princípio dia/ano:
Números 14:34: "Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos e tereis experiência do meu desagrado."
Ezequiel 4:7: "Quarenta dias te dei, cada dia por um ano. Voltarás, pois, o rosto para o cerco de Jerusalém, com o teu braço descoberto, e profetizarás contra ela."
Diante do quadro exposto e a despeito inclusive da imprecisão das datas lançadas na matéria da Super, que obviamente não se preocupou em melhor fixar ou aproximar os possíveis marcos de início e fim da supremacia papal naquele período, temos por certo que, mais uma vez, a mídia secular trata de chancelar, ainda que involuntariamente, o texto bíblico.
Podemos ser mais precisos acerca desse período de dominação? Vejamos:
“Em 1798, o General Berthier entrou em Roma, aboliu o governo papal e estabeleceu um governo secular” (Enciclopédia Britânica, edição de 1941).
Estabelecido o final da profecia como 1798 e voltando 1.260 anos, chegamos a 538 d.C. Para o pontificado concretizar essa marca identificadora, um evento importante deve ter ocorrido em 538 d.C. a fim de marcar o início do período de 1.260 anos.
Evidências históricas revelam que em 533 d.C. o imperador romano Justiniano reconheceu a supremacia eclesiástica do papa como "líder" de todas as igrejas dos territórios ocidentais e orientais do Império Romano. Porém, só em 538 d.C., quando o pontificado realmente ficou livre de seu último oponente ariano, os ostrogodos (que naquela época governavam a Itália), o papa surgiu como a figura principal do Ocidente. Portanto, em 538 d.C., o palco estava armado para a gradual, mas contínua ascensão do pontificado.
“Virgílio... ascendeu ao trono papal (538 d.C.) sob a proteção militar de Belisário” (History of the Christian Church, vol. 3, p. 327).
Fonte: World´s Last Chance
"Os períodos aqui mencionados - 'quarenta e dois meses' e 'mil, duzentos e sessenta dias' - são o mesmo, representando igualmente o tempo em que a igreja de Cristo deveria sofrer opressão de Roma. Os 1.260 anos da supremacia papal começaram em 538 de nossa era e terminariam, portanto, em 1798. Nessa ocasião um exército francês entrou em Roma e tomou prisioneiro o papa, que morreu no exílio. Posto que logo depois fosse eleito novo papa, a hierarquia papal nunca pôde desde então exercer o poder que antes possuíra" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 266).
João 13:19: "Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU."
Fonte: Michelson Borges
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