segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Desvendando o Apocalipse: o Grande Conflito
Apocalipse 12 revela por meio de símbolos o grande conflito dos séculos travado entre as forças do bem e as do mal, entre a luz e as trevas, entre a verdade e o erro. Seu simbolismo claro lembra, em primeiro lugar, a origem do mal, para depois tratar da oposição cerrada à igreja de Cristo. O capítulo deixa muito claro que, na era cristã, os verdadeiros seguidores de Cristo não pertencem à igreja dominante e aliada aos poderes políticos da Terra, mas é um povo perseguido, fiel aos Dez Mandamentos de Deus e ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Segundo a ordem estabelecida na visão, a igreja é apresentada num glorioso símbolo, revelando sua pureza, sua divina justiça e seu fundamento profético. O grande adversário da igreja segue-a numa guerra aberta contra ela, para, se possível, destruí-la. Usando os poderes apóstatas da era cristã, procura oprimir a igreja numa guerra sem tréguas, derramando-lhe rios de sangue, porém, sem conseguir fazê-la desaparecer do mundo. No entanto, no fim do capítulo, são apresentadas as duas principais características que revelam a verdadeira igreja cristã. São elas: a fidelidade aos Dez Mandamentos de Deus e ao Testemunho de Jesus Cristo.
Apocalipse 1:1: “Viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.”
Mulher, em profecia, representa igreja. A igreja de Deus, pura, verdadeira é representada por uma mulher virtuosa (Jr 6:2; Is 54:5, 6; Os 2:19, 20; Jo 3:29; 2Co 11:2; Ap 19:7, 8). A igreja apóstata, corrupta é representada por uma mulher de má conduta (prostituta) (Ap 17:5; Jr 3:1, 8; Ez 16:26-29; Is 50:1).
A verdadeira igreja de Cristo tem estado sempre vestida com o “Sol da Justiça” (Ml 4:2); Cristo é também “a Luz do mundo” (Jo 8:12; 9:5).
A Lua não tem luz própria; ela é simples refletora da luz solar. Assim é também com a igreja. Não temos luz de nós mesmos, mas apenas refletimos a glória de Cristo, “o Sol da Justiça”. Isso foi revelado de modo claro no antigo santuário hebreu, cujo cerimonial era apenas “sombra dos bens futuros” (Hb 10:1).
A igreja é aqui representada como estando em pé sobre a Lua, não como menosprezo ao Antigo Testamento, a Moisés e aos profetas, mas tendo-os como fundamento. O significado aqui é que a igreja foi estabelecida sobre a Palavra de Deus.
A coroa é símbolo de realeza. A igreja é chamada de “sacerdócio real” (1Pe 2:9). Doze é o número do reino de Deus. Havia doze tribos na igreja do Antigo Testamento e doze é o número de apóstolos da igreja do Novo Testamento. Há doze fundamentos na Nova Jerusalém, e são doze as portas de entrada para a cidade. Haverá também doze tronos na igreja triunfante (Mt 19:27, 28; Lc 22:28-30).
Apocalipse 12:2: “Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.”
Durante 4 mil anos a igreja desejou ver e ouvir o Messias, que era a ânsia da mulher por dar à luz. “Bem-aventurados”, disse Jesus, foram os discípulos que O viram e ouviram. “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho” (Gl 4:4).
Apocalipse 12:3: “Viu-se também outro sinal no céu: um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.”
Apocalipse 12:4: “A sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra. O dragão parou diante da mulher que estava prestes a dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.”
O dragão é o diabo, Satanás (Ap 12:9). Mas, em seus ataques ao povo de Deus, ele tem sempre operado por intermédio de perseguidores terrenos, como o antigo Egito e Roma pagã, ambos representados nas Escrituras pelo mesmo símbolo (Ez 29:2-4).
Entre o dragão de Apocalipse 12 e o quarto animal de Daniel 7, há perfeita identificação. Ambos são terríveis e espantosos; ambos possuem dez chifres; ambos estão ligados à história da igreja cristã. O quarto animal, segundo a profecia, é o quarto reino da Terra que, sem dúvida, é Roma pagã. Conseqüentemente, o dragão vermelho é Roma pagã. O quarto animal, assim como o dragão vermelho, representam o mesmo poder: Satanás com a “toga romana”.
As sete cabeças representam o Império Romano e os dez chifres indicam a divisão nos reinos que constituiriam a Europa moderna. Vemos os dez chifres do quarto animal nas sete cabeças do dragão vermelho, o que comprova que o dragão e o quarto animal simbolizam o Império Romano que se dividiria em dez partes.
Parte da força do dragão está em sua cauda, que representa a astuta maneira com que enganou a terça parte dos anjos, ou seja, a cauda do dragão representa a mentira e os enganos de Satanás.
Conhecedor profundo das profecias messiânicas, Satanás vigiou o tempo do nascimento de Jesus, na esperança de tragá-Lo ao nascer. Que o Filho da mulher é Cristo não há dúvida já que Ele foi arrebatado para Deus e Seu trono (Ap 12:5). Servindo-se de Herodes como agente humano, Satanás intentou matar todos os meninos de dois anos para baixo, nascidos em Belém, para eliminar a Jesus entre eles. Os soldados batiam nas portas, invadiam as casas, arrancavam bebês dos braços de suas mães e os matavam a sangue frio diante dos olhos de seus pais.
Cerca de 600 anos antes, o profeta Jeremias havia profetizado: “Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento: era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque já não existem” (Jr 31:15). Mas Deus não havia esquecido o Seu Filho unigênito. Homens sábios do Oriente levaram-Lhe presentes, e com o dinheiro José viajou para o Egito com o menino Jesus.
Apocalipse 12:5: “Ela deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus e para o Seu trono.”
Ele Se levantou para nossa justificação e, como Rei da justiça, ministra agora por nós diante do trono da graça (Hb 4:14; 8:1; 10:12). Quem ousa qualquer acusação contra os eleitos de Deus? Sendo justificados em Cristo, nada pode agora separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Rm 8:33, 34).
Apocalipse 12:6: “A mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.”
Frustrado ao tentar matar o Filho, o grande dragão vermelho volta o seu ódio contra a mãe. Ao ver-se vencido mais uma vez por Cristo e compreendendo que a morte do Filho de Deus assegurara a sua futura destruição no tempo certo, Satanás enfureceu-se sobremaneira e procurou vingar-se na mulher, a igreja. Mas a mulher escapa para o deserto, um lugar preparado por Deus, onde seria alimentada por 1.260 dias (anos). A mulher teve que fugir da vista dos agentes do dragão para um esconderijo seguro provido por Deus, para que ela pudesse subsistir, tal a ira de Satanás.
O deserto nos faz lembrar do Israel do Antigo Testamento, quando ele escapou do Egito. Os israelitas ficaram no deserto por 40 anos, sendo alimentados fisicamente com o maná (Êx 16) e espiritualmente pelos Dez Mandamentos e os ensinamentos de Moisés.
A idade escura durou de 538 até 1798. Durante esse período, existiu uma grande igreja mostrando sua autoridade, representada pelas catedrais. Não foi essa a igreja que fugiu para o deserto, escondendo-se em cavernas e montanhas. Escondidos nas cavernas das montanhas, os verdadeiros crentes podiam adorar a Deus de acordo com os ditames de sua consciência.
Apocalipse 12:7: “E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam”,
Apocalipse 12:8: “mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.”
Apocalipse 12:9: “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, que engana a todo o mundo. Ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.”
A guerra no céu não começou no fim dos 1.260 dias, ou no tempo em que Jesus ascendeu ao Céu. Temos um parêntese aqui. O Antigo Testamento mostra que uma guerra começou há muito tempo (Ez 18:12-17; Is 14:12-14). Jesus mesmo disse: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lc 10:18).
Há entre os homens algumas hipóteses incorretas sobre a origem do mal. Alguns dizem que os homens criaram o mal. Mas, embora seja certo que eles praticam o mal, é também certo que eles não nasceram maus. Eles aprenderam com alguém a praticar o mal mesmo antes de terem consciência dele. Outros, mais ousados, dizem que foi Deus quem criou o mal.
Outros ainda afirmam que todos trazem a sua sina e o seu destino traçado por Deus e até mesmo a hora da morte. A isto perguntamos: Criou Deus homens para serem ladrões, assassinos, orgulhosos, imorais, etc.? Criou Deus Seus filhos para sofrer e depois matá-los sob as rodas de um trem, num dia que determinou para assim dar fim deles? Se Deus fizesse isso, Ele nunca seria Deus. Os que O acusam disso, deveriam pensar seriamente na responsabilidade que estão assumindo nessa decisão.
Deus não é o autor do mal. Ele é o autor do bem. Aquele que deu o Seu próprio Filho para salvar a humanidade de perecer não pode ser considerado autor do mal. No entanto, é certo que o mal existe e os homens aprenderam a praticá-lo. E com quem aprenderam?
O caráter do mal prova que ele é instigado. Na pista de aeromodelismo, o avião sem piloto porventura voa por si só? Não, alguém o comanda por controle remoto. Assim é o mal. Ele não é natural no homem. O homem não foi criado com ele nem para ele. Como no exemplo do avião, há alguém que está por trás da maldade, inspirando-a. Se o homem pode dirigir um avião sem tocá-lo com as mãos, alguém pode dirigi-lo na prática do mal sem lhe pôr as mãos. Daí o homem executa o mal por alguém inteligente que às ocultas o induz a agir.
A guerra não começou na Terra, mas no Céu. O pecado é um mistério. Ele não se originou na Terra, mas começou no Céu, quando Lúcifer instigou a rebelião entre os anjos. Como dirigente da hoste celestial, ele desafiou a soberania de Deus (Is 14:12-15). Ele era “cheio de formosura”, perfeito no caráter, “até que se achou iniqüidade” nele (Ez 28:12-15). Embora fosse o mais honrado de toda a hoste angélica, ele teve inveja do Criador e, cobiçando-Lhe o trono, começou a semear a discórdia entre os anjos, provocando assim rebelião.
Apocalipse 12:10: “Então ouvi uma grande voz no Céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo. Pois já o acusador de nossos irmãos foi lançado fora, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.”
Apocalipse 12:11: “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; não amaram as suas vidas até a morte.”
Apocalipse 12:12: “Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.”
Esses versículos cumpriram-se inteiramente na crucificação de Jesus. Quando Jesus foi morto na cruz, Satanás viu que estava desmascarado. Sua administração foi exposta perante os anjos não caídos e o universo celestial. Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, Satanás perdeu a simpatia dos seres celestiais.
Até a morte de Cristo, Satanás ainda ia às vezes ao Céu. Como vimos acima, sua intenção era acusar os filhos de Deus que haviam aceitado a salvação em Jesus. Aos anjos ali no Céu Satanás acusou Abraão, Jacó, Jó, Moisés e o povo de Deus em geral. A morte de Cristo, porém, fechou para ele o Céu e ali não pode mais entrar para acusar os servos de Deus.
Os que habitavam no Céu se alegraram ao ali não ser mais permitido o acesso de Satanás. Não veriam mais o indesejável pisar os átrios sagrados para depor contra aqueles pelos quais o Filho de Deus dera Sua vida na cruz. A justiça de Deus no trato com o rebelde tinha sido reconhecida.
Mas, “ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira”. A ira de Satanás contra os habitantes da Terra é uma vingança contra o Filho de Deus.
Apocalipse 12:13: “Quando o dragão se viu lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão.”
Apocalipse 12:14: “E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.”
Desesperado por não poder vencer a Jesus na Terra e também por não ter mais acesso ao Céu, Satanás procura então se vingar na igreja. Imediatamente, iniciou uma terrível perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém, empregando para tanto o próprio povo judeu e o famigerado rei Herodes Antipas. Depois, os imperadores romanos. Em seguida, após usar Roma pagã contra a igreja, Satanás usou Roma papal. Durante mais de 12 séculos a mulher permaneceu escondida no deserto.
Apocalipse 12:15: “Então a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pela corrente.”
Água em profecia representa povo (Ap 17:15). Durante a supremacia papal, diferentes povos foram usados no esforço de destruir o fiel e verdadeiro povo de Deus. As páginas da História estão manchadas com o sangue de amargas perseguições e impiedosos massacres. Mas tudo foi em vão; ao contrário, “o sangue dos mártires é semente da igreja”.
O céu se rejubila na vitória dos santos sobre o poder do dragão. “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho” (Ap 12:11). Mas o profeta observa que outra tentativa, e mais sutil, é feita para destruir a igreja. O inimigo lança de sua boca um dilúvio para arrastar a mulher. Com efeito, um dilúvio de falsos professores, saturados de evolucionismo e filosofias humanas, tem-se levantado para opor-se à verdade de Deus. Isso tem sido assim especialmente desde o fim dos 1.260 anos. A água vinha da boca da serpente. O que ele não logrou por meio de exércitos e das perseguições, busca alcançar por meio de um exército de falsos educadores. Propaganda mentirosa e a “falsamente chamada ciência” (1Tm 6:20) alcançará o seu clímax na batalha final contra a verdade.
Apocalipse 12:16: “Mas a terra ajudou a mulher, abrindo a sua boca e engolindo o rio que o dragão lançara de sua boca.”
A terra socorreu a mulher – Se as águas representam densa população, a terra seria bem o oposto. Áreas relativamente desabitadas foram descobertas, onde os cristãos encontravam alívio da perseguição. Eles fugiram para os vales montanhosos dos Alpes e para a América do Norte.
A terra abriu a sua boca – Foi pela boca da serpente que as mentiras originais foram pronunciadas e, desde então, uma catarata de doutrinas falsas vem saindo da boca da serpente. Mas a terra engoliu muitas dessas águas através do estudo de arqueólogos e geólogos. Arqueólogos forneceram evidências vindas da terra que ajudam a estabelecer a precisão histórica da Bíblia. A geologia fornece evidências, como a ausência de fósseis elos, a presença de inconformidades e a intensa complexidade mesmo das mais simples formas de vida, que ajudam a expor a falácia do evolucionismo.
Apocalipse 12:17: “Então o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao restante de sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus.”
Apocalipse 12:18: “E o dragão parou sobre a areia do mar.”
A obediência é o teste. O inimigo está irado com aqueles que ainda obedecem a Deus. Milhões de cristãos têm sofrido como resultado de sua obediência. Se você obedece a Deus, Satanás atacará de todos os lados. Há uma semelhança de linguagem entre este verso e o de Gênesis 3:15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” A promessa de Deus implicava hostilidade entre a mulher e Satanás, entre a semente da mulher e a semente de Satanás.
A descendência da serpente significa que Satanás teria “filhos” que agiriam como ele. A mulher teria filhos também e Deus prometeu ajudar àqueles que desejassem resistir aos filhos do diabo.
A igreja de Cristo do tempo do fim é considerada um “resto”, evidência de que não seria uma grande corporação, mas seria constituída de poucos membros em relação ao número de adeptos de igrejas anticristãs.
Aqueles “que guardam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus” sentirão a ira do dragão. Observando essas duas características, há um povo que se manterá fiel até o fim dos tempos. A Lei de Deus e o Testemunho de Jesus não podem divorciar-se. A verdadeira igreja de Deus deve apresentar essas duas características apontadas na profecia.
Deus está chamando pessoas que queiram mostrar de que lado estão. Nossa decisão determinará se somos parte da descendência da mulher ou da descendência da serpente.
(Texto da Jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga.)
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