quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Bento XVI usa a crise ambiental para defender o descanso dominical

Ante o sinal de alarme provocado pela degradação do ambiente, Bento XVI assegurou que é necessário um "despertar moral a favor da terra". Sua exortação faz parte da mensagem enviada em nome do Papa pelo arcebispo Fernando Filoni, substituto da Secretaria de Estado, à 92ª edição das Semanas Sociais da França, celebrada na região parisiense de 16 a 18 de novembro.

O tema do encontro que congregou 4.000 participantes – empresários, políticos, sindicalistas, teólogos, etc. – era "Viver de outra maneira por um desenvolvimento duradouro e solidário". A mensagem pontifícia reconhece que "é necessário alegrar-se pelo fato de que nossos contemporâneos reconheçam cada vez mais a necessidade de um desenvolvimento duradouro para deixar às gerações futuras um planeta verdadeiramente habitável, na perspectiva oferecida pelo Criador (cf. Gêneses 1)".

O texto se faz porta-voz dos medos dos homens e mulheres de hoje: "esgotamento dos recursos do planeta, aumento do gás de efeito invernal, crescimento das catástrofes naturais, emissão excessiva de anidrido carbônico".

"São alguns dos sinais de alarme que convidam a um despertar moral a favor da terra", reconhece. "Mais uma vez, os países mais pobres terão de sofrer as graves conseqüências provocadas pela atitude do mundo industrializado e a confiança, em certas ocasiões excessiva, depositada no progresso científico e tecnológico", adverte.

O Papa exorta a "suscitar uma nova esperança para que o planeta possa continuar alimentando todos os homens que vivem nele."

"O Criador deu ao homem seu Espírito para que, de maneira racional, fizesse incessantemente projetos orientados a permitir uma melhor distribuição dos recursos naturais e dos bens da terra a favor de um uso comedido dos bosques e das reservas biológicas", afirmou. "As nações mais ricas estão chamadas a não abusar impropriamente dos recursos dos países em vias de desenvolvimento sem devolver-lhes as rendas que se derivam dos recursos de seu solo e subsolo."

"Trata-se dos princípios elementares de justiça e equidade e do destino universal dos bens da terra. É também o sistema de trabalho sobre o qual é necessário refletir." O Papa pediu que cada um dos cristãos "adotasse novos comportamentos para tutelar a natureza e o ambiente".

"A inteligência humana tem muitas possibilidades para estimular um novo desenvolvimento duradouro", conclui a mensagem.

Nenhum comentário: