sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Desvendando o Apocalipse: a Grande Babilônia


Mulher em profecia significa igreja. O capítulo 12 de Apocalipse apresenta uma mulher cujos símbolos que a representam não deixam dúvidas quanto a ser a verdadeira igreja de Deus. Mas neste capítulo, o 17, outra mulher é apresentada. Uma mulher “vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas”. Uma mulher que tem em sua mão “um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição”. Uma mulher com a qual “se prostituíram os reis da Terra”; que embebeda os habitantes da Terra “com o vinho da sua prostituição”; que “está embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus”. Uma mulher denominada de “a grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra”. Enfim, uma mulher “montada numa besta escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmias, e que tinha sete cabeças e dez chifres”. A profecia não deixa dúvidas de que essa mulher é a igreja de Roma.

Apocalipse 17:1: “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e me disse: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas.”

O apóstolo João descreve a cena em que um anjo se aproxima e o leva a uma visão da condenação da “grande prostituta” – assim é declarada essa igreja porque foi infiel ao Senhor Jesus Cristo. Adulterou, tornando-se amante da idolatria.

Apocalipse 17:2: “Com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição,”

Essa tem sido a história da igreja de Roma, desde o quarto século até nossos dias. Deixou de ser uma igreja para ser um Estado em meio aos Estados do mundo. Sua influência entre os governos da Terra, com raras exceções, é a mais poderosa de todas as influências humanas.

E, como igreja, não está ligada ao Estado por afinidades espirituais, mas por finalidades políticas, isto é, para fazer do Estado um instrumento de sua política sob o véu da religião.

Uma pessoa embriagada tem a mente entorpecida pela ação do álcool. Perde-se a razão e o domínio próprio, e a mente se torna totalmente indefesa.

Mas o que é, afinal, o “vinho da sua prostituição?” Sabemos que a “mulher” aqui é a igreja que se prostituiu por abandonar a verdade de Cristo. Portanto, é o seu corpo de falsas doutrinas que constitui o “vinho da sua prostituição”, com o qual “os habitantes da Terra se embebedaram”.

Embriagadas com o vinho servido pela “grande prostituta”, as multidões da Terra não podem entender as verdades do evangelho. A mente está embotada pelo vinho dos enganos da “grande Babilônia” e, por mais clara que seja a verdade de Cristo, seus olhos e ouvidos não podem vê-la e aceitá-la.

Apocalipse 17:3: “Então o anjo me levou em espírito a um deserto, e vi uma mulher montada numa besta escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha sete cabeças e dez chifres.”

A mulher santa do capítulo 12, que representa a igreja de Cristo, foi vista nas alturas dos Céus. A mulher deste capítulo 17, a “grande prostituta”, fora vista no deserto, lugar da habitação dos demônios.

A besta de cor escarlate sobre a qual a mulher está montada tem todas as características do dragão vermelho do capítulo 12 e muita semelhança com a besta do capítulo 13. O dragão, diz a profecia, é Satanás no controle do Império Romano, sendo também Roma-pagã. A besta do capítulo 13, que recebera o poder do dragão, é Roma papal, sucessora de Roma pagã. Assim podemos ter uma idéia da besta sobre a qual a igreja de Roma fora vista “montada”.

Blasfêmias são palavras que ofendem a Deus. A besta sobre a qual a mulher está montada age dessta forma. Proclamar-se intermediário entre o povo e Deus e afirmar que pode perdoar pecados são algumas das blasfêmias cometidas por essa igreja prostituta.

Apocalipse 17:4: “A mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.”

Há mais de dois mil anos, João descreveu exatamente as cores das roupas usadas pelos líderes dessa Igreja. Púrpura e escarlate são as cores predominantes na indumentária dos cardeais da igreja de Roma. Os adornos de “ouro, pedras preciosas e pérolas” mostram a riqueza dessa igreja milenar. Cumprem-se, um a um, os detalhes da profecia.

A igreja que se arroga ser depositária da verdade serve em taça de ouro abominações e imundícias resultantes da sua prostituição.

Apocalipse 17:5: “E na sua testa estava escrito: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra.”

A testa é a sede da razão e da consciência. Isso significa que a liderança da igreja de Roma tem plena consciência do que a profecia diz a seu respeito. O apóstolo Paulo se referiu ao “mistério” da grande Babilônia, denominando-o de “mistério da injustiça” (2Ts 2:7).

Não era um mistério Roma pagã perseguir a igreja cristã. Mas uma igreja que se dizia cristã embriagar-se “do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus”, isso é verdadeiramente um mistério.

Comparando a igreja de Roma com a antiga Babilônia, a revelação faz uma drástica denúncia ao responsabilizá-la pela corrupção da fé cristã. A antiga Babilônia é reconhecida por dominar as consciências humanas, impondo a idolatria e uma religião que tinha por fundamento a salvação pelas obras ao invés da salvação pela fé instituída no plano de Deus. Desse modo, Roma é a Babilônia do Apocalipse.

Quem são essas “prostitutas” das quais a igreja de Roma é a mãe? As filhas são as igrejas protestantes que com ela comungam em muitos pontos de doutrinas. Babilônia mãe e suas filhas são acusadas de provocar a confusão reinante no seio do cristianismo com suas centenas de denominações e falsas doutrinas.

Apocalipse 17:6: “Vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, admirei-me com grande espanto.”

Na Inquisição, os seguidores fiéis da Palavra de Deus foram perseguidos e assassinados. Cada detalhe da profecia é comprometedor contra a igreja de Roma. A revelação de Deus denuncia essa instituição como anticristã.

Apocalipse 17:7: “Então o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a leva, a qual tem sete cabeças e dez chifres.”

Por que João ficou admirado? Certamente não era em face da perseguição ao povo de Deus, afinal, ele havia testemunhado a feroz perseguição do poder romano contra Jesus. Mas essa perseguição vinha da Roma pagã, inimiga declarada de Cristo. Agora ele via uma igreja nominalmente cristã perseguindo cristãos verdadeiros.

Apocalipse 17:8: “A besta que viste era e já não é, e subirá do abismo, e irá à sua destruição. Os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá [agora é].”

Aparentemente, esse texto pode parecer um tanto confuso, mas existe uma explicação lógica para o verso. Nunca é sábio ser dogmático quando se estudam profecias não cumpridas. Um princípio bíblico é claro: Jesus disse: "Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais (Jo 14:29).

Os acontecimentos, quando acontecerem, sem dúvida esclarecerão muitas dessas passagens difíceis. Alguns estudiosos sustentam que se pode dizer que a besta, ou poder político do papado, era de 538 a 1798; já não era de 1798 a 1929; mas que virá.

A mulher representa o poder eclesiástico; a besta, o poder político. Nesse símbolo, encontramos completa união entre igreja e Estado, e todos cujos nomes “não estão escritos no livro da vida” ficam admirados ao testemunhar o surgimento e influência desse tremendo poder político-religioso descrito como “a besta que era, e que já não é, mas que virá”.

Apocalipse 17:9: “Aqui é necessário a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada.”

A Bíblia revela o local ou sede da igreja prostituta: Roma, a cidade edificada sobre sete montes, chamada de “a cidade das sete colinas”, denominadas: Aventino, Palatino, Quirinal, Viminal, Ceoli, Janículo e Esquilino. Assim, em primeiro plano, as sete cabeças apontam para a cidade de Roma.

Apocalipse 17:10: “São também sete reis. Cinco já caíram, um existe, o outro ainda não é chegado. Quando vier, convém que dure um pouco de tempo.”

Em segundo plano, as sete cabeças da besta “são também sete reis”. Ao tempo em que esta profecia teve sua especial aplicação, cinco das sete cabeças da besta já haviam “caído”. Embora possa não ser sábio mostrar-se dogmático sobre a identificação dessas cabeças, é significativo que há sete diferentes e distintos poderes introduzidos nas Escrituras pelos símbolos proféticos. Eles estão claramente indicados: Babilônia (o leão, Dn 7:4); Pérsia (o urso, Dn 7:5); Grécia, o leopardo, Dn 7:6); Roma pagã (a besta com dez chifres, Dn 7:7); Roma papal, ou eclesiástica (a besta com sete cabeças de Ap 13 e também a ponta pequena de Dn 7:8; Ap 13:2, 5); Democracia ou os EUA (a besta com dois chifres que fará uma imagem à besta, Ap 13:11-14) e a última grande confederação do mal (a besta escarlate, Ap 17:3).

Apocalipse 17:11: “A besta que era e já não é, é o oitavo rei. Pertence aos sete, e vai à sua destruição.”

O poder romano é um só, quer na fórmula pagã quer na papal; a besta é um único poder e suas sete cabeças a representam em toda a sua história. Desse modo, o poder revitalizado do papado é a sétima das sete cabeças da besta. E quando, por um breve tempo, a besta e o falso profeta unirem seus poderes, constituirão o “oitavo rei”.

Apocalipse 17:12: “Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam o reino, mas receberão a autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta.”

Apocalipse 17:13: “Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.”

Esses assim chamados reis têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. Essa grande nova confederação de poder político e eclesiástico tem pouca duração (cerca de uma hora profética). Isaías 8:9-15 fala a respeito de uma confederação que existirá nos últimos dias, a qual equivale à declaração acerca de dez reis com apenas um propósito. Apocalipse 16:13 e 14 fala acerca de três espíritos imundos que reúnem os reis do mundo inteiro para a batalha do Armagedom.

Apocalipse 17:14: “Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com Ele, chamados eleitos e fiéis.”

Apocalipse 17:15: “Então o anjo me disse: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.”

Apocalipse 17:16: “A besta e os dez chifres que viste são os que odiarão a prostituta, e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.”

Um dia, os que foram enganados pelos falsos mestres religiosos terão um triste despertar, e se voltarão contra os que os ludibriaram. Eles ficarão furiosos pela maneira errônea com que foram orientados, e deixarão de apoiar a igreja de Roma.

Apocalipse 17:17: “Pois Deus lhes pôs no coração o realizarem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus.”

Apocalipse 17:18: “A mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.”

Alguma forma de religião apostatada sempre tem sido usada pelo inimigo para manipular o poder civil, tentando atrapalhar os planos de Deus e criando dificuldade para Seu povo. Durante os tempos modernos o povo de Deus tem tido descanso de perseguições governamentais.

Em breve a ferida mortal estará curada e a besta vai recobrar seu poder e o mundo todo a seguirá. O falso profeta começará a falar como dragão e todos os outros eventos acontecerão sucessivamente.

Nenhum filho fiel à Palavra de Deus será pego de surpresa, muito pelo contrário, o cumprimento das profecias bíblicas irá mais uma vez confirmar a fé em Jesus e em Seu breve e certo retorno.

(Texto da Jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga.)

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