segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quatro motivos porque satanás odeia o santuário



O inimigo de Deus em sua fúria contra Ele e seu povo, tem tentado com muito esforço destruir o tema do santuário, apesar de não conseguir destruir, obteve êxito acrescentando heresias e distorções no mundo evangélico com relação ao tema.


Tanto ódio assim se justifica quando identificamos 4 motivos pelos quais ele tem arremessado seus dardos inflamados, mas o pior é que tem usado homens e mulheres que professam levar a bandeira do cristianismo. Esses, os "do evangelho", professos seguidores do cordeiro são incentivados a combaterem com força o ensino do santuário. O diabo odeia por 4 razões:


PORQUE A SALVAÇÃO ESTÁ DISPONÍVEL A TODO SER HUMANO


O tema central da bíblia de Gênesis ao Apocalipse é "salvação através do cordeiro". No santuário não era diferente, pois revela-nos um plano perfeito elaborado na eternidade pela trindade, para resgatar a raça humana.


O altar de sacrifícios revela que a salvação está disponível abertamente a todos que chegam a porta das ovelhas e olham a cena do cordeiro morrendo em seu lugar. Ao admitir sua culpa, seus pecados são transferidos ao animal real, representativo perfeito do verdadeiro cordeiro Jo 1:29. No santuário existem oportunidades para todos os tipos de pessoas, das diversas classes sociais, inclusive as mais baixas, pessoas que não tinham dinheiro para comprar um animal e levá-lo para morrer em seu lugar, eram beneficiadas com a morte de cordeiros sacrificatórios pela nação, onde um era morto pela manhã e outro pela tarde, conseguindo assim alcançar tais pessoas. A salvação no santuário consegue cobrir um período de 24h ininterruptas por toda a nação, como um guarda-chuvas, a graça é capaz de proteger "...totalmente aqueles que se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" Hb 7:25


Não há um motivo tão grande para causar tanto ódio no inimigo como o de apresentar uma proteção a todos, pois estar sob os cuidados de Deus é está protegido. Em 1Pe 5:6 nos dá a simples receita da vitória sobre o maligno, diz: "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte". Juntando a este maravilhoso conselho tomemos as palavras de Tiago quando dizem: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós".


Para concluir veja que em Tt 2:11 nos diz que: "Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens". Perceba que o verso diz "todos", não os do novo testamento, mas desde Adão até o último nascido de mulher antes do retorno de Cristo. Pergunto: Como a graça se revelou no antigo testamento? Não há outra resposta, senão o santuário, onde pode ser visto o cordeiro.


PORQUE É UM LUGAR DE ADORAÇÃO


O santuário é de forma clara e visível a adoração ao único Deus verdadeiro. O verdadeiro povo de Deus era monoteísta, pois aprendiam esta lição quando visitavam o santuário.


As palavras de Cristo aqui na terra foram: Mt 4:10 "...vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele servirás".


No Sl 122:1 Davi expressa sua alegria em ir a casa de Deus, para que? Para adorá-lo. Segundo ele no Sl 23:6, era seu desejo morar todos os dias no santuário do Senhor.


Todas as ofertas eram levadas ao santuário. Ex 34:20; Dt 16:16


Todas os primogênitos eram apresentados no santuário. Lc 2:21-24


Todos os votos e diversas demonstrações de gratidão eram levadas a casa do Senhor, o santuário.


Era ali onde as pessoas reuniam-se para aprender do evangelho, onde nas rodas de amigos o assunto central era "santuário".


Os 3 evangelistas apresentam da seguinte forma:


Mt 21:13 - "E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração — mas vós a tendes convertido em covil de ladrões".


Mc 11:17 - "E os ensinava, dizendo: Não está escrito — A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões".


Lc 19:46 - "Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores".


Mas afinal que "minha casa" era essa? No grego a palavra para casa é "oikos" que significa "a casa de Deus, o tabernáculo".


As pessoas estavam transformando o tabernáculo em lugar de comércio. O que Deus projetou para adoração, era usado para vendas ilícitas, negócios sujos, exploração, engano etc. A expressão de Cristo é tão forte em dizer "covil de salteadores" que pode ser traduzido como: Uma caverna de ladrões.


O santuário significa "lugar de adoração" - quando estamos na presença de Deus em espírito e em verdade e o adoramos, estamos seguros, estando seguros somos fortaleza contra o inimigo, não há como nos destruir estando na presença de Deus. Ef 6:11 nos aconselha a revestir-nos, isso só é possível estando diante da presença do Senhor, adorando-o. E não há lugar melhor do que sua própria casa.


PORQUE É O DEPOSITÁRIO DA LEI DE DEUS


A Lei de Deus já existira antes da origem do pecado. Foi essa mesma lei rejeitada ou colocada sob questão por Lúcifer ainda no céu, semeou dúvida nos seres ainda perfeitos quanto a legitimidade desta lei. Como os seres celestiais poderiam saber ser a lei era mesmo justa se eles não tinham opção de serem infiéis? Assim a dúvida com relação ao caráter e a lei de Deus ficou impregnada no universo.


O fato de Lúcifer ter pecado no céu é prova de que havia Lei ali. Como sabemos disto se não havia registro escrito formal da Lei? Por uma dedução muito simples: a Bíblia diz que onde não há lei não pode haver transgressão Rm 4:15, pois pecado é a transgressão da lei 1Jo 3:4. Se o pecado foi imputado, é porque havia lei Rm 5:13. Lei e pecado são conceitos paralelos e coexistentes. Se não houvesse Lei não poderia haver transgressão.


Segundo o livro do apocalipse a rebelião é transferida para a terra Ap 12:9, o mesmo espírito de rebeldia está movendo-o, continua a ser o mesmo inimigo da Lei de Deus, continua a usar até "pessoas do evangelho" quando afirmam com todas as forças "não precisamos da lei", são os fora da lei.


Para Deus o local mais importante do universo era a terra, na terra o lugar mais importante era a nação israelita, da nação israelita era o santuário, do santuário era o santíssimo, do santíssimo era a arca, onde estavam as duas tábuas da lei divina, representação do seu caráter.


Se não houvesse a lei de Deus seria vão a morte de Cristo na cruz. Pois o pecado é a transgressão da lei, e se não há lei não existe pecado, se não existe pecado é desnecessário o sacrifício de Cristo, assim, Jesus veio morrer pelos pecadores satisfazendo as justas exigências de sua própria lei.


* Jesus Cristo diz "Não vim destruir a lei..." Mt 5:17, mas o diabo diz "a lei passou"!


* Jesus Cristo diz "Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos" Mt 19:16-17, mas o diabo diz "a salvação é pela fé, não precisa da lei".


* Jesus Cristo diz "O povo santo é salvo pela fé e como consequência guarda os mandamentos" Ap 14:12, mas o diabo diz "o povo santo pode ser qualquer um que acredite em Deus".


Em qual personagem acreditaremos?


Podemos afirmar seguramente que Cristo veio não apenas redimir o homem, como também veio sustentar a autoridade e santidade da sua própria lei.


A bíblia revela que o dragão está irado contra um povo que guarda esta lei Ap 12:17, sabendo disso não é de admirar que o inimigo de Deus odeie o santuário, pois no coração do santuário está a sua lei, ela não está no átrio ou pátio, lugar santo ou outro lugar, mas está no local mais santo de todos, diante do Senhor eterno, que a utilizará para o seu devido fim, julgar Tg 2:12.


Se alguém desejar fazer qualquer mudança na Lei de Deus, deverá ir onde estão os originais, no céu, entrar no santíssimo, abrir a tampa da arca, com as mãos retirar as tábuas da Lei do Senhor e modificá-la, (risos), será isso possível?


PORQUE JESUS É O PERSONAGEM CENTRAL DO SANTUÁRIO


Este é o ponto mais importante, o foco central de todo o ódio do inimigo contra o santuário.


Jesus Cristo é o antítipo profético de toda a tipologia, é o resultado de todo o anúncio do que viria. Em todas as suas partes o santuário apresenta um aspecto da vida de Cristo, um nome diferente, um poder diferente e acima de tudo um amor absurdo.


Pergunte-se, existe razão de o diabo levantar no mundo hoje tanta luta contra esse tema? Veja algumas pistas:


Segundo alguns teólogos, o nome da porta principal se chama "caminho", a segunda se chama "verdade", a terceira chama "vida", Jesus vem entre os homens dizendo ser "o caminho, a verdade e a vida" Jo 14:6


O principal elemento, o sangue que era derramado, no qual sem este perdia-se até a necessidade de santuário, era símbolo do sangue de Jesus.


Todo animalzinho que era levado pelo pecado, era símbolo de Jesus. O animal foi esquartejado, Jesus foi moído por nossas transgressões. Is 53


Na pia, mostra-nos o início do ministério de Cristo através do batismo.


No candelabro e a mesa dos pães Ele é luz e alimento respectivamente.


Os méritos de intercessão dEle podem ser vistos quando olhamos para o altar de incenso, todas as vezes que o sacerdote estava lá.


O sumo-sacerdote bem como o sacerdote são tipos de Cristo.


Jesus é o cumprimento de todos os tipos do santuário, assim conseguimos entender porque este tema é tão odiado pelo inimigo de Deus, e pasmem, muitos estão fazendo o mesmo.

Crenças Fundamentais: Deus Pai


Deus, O Eterno Pai, é o Criador, o Originador, o Mantenedor e o Soberano de toda a criação. Ele é justo e santo, compassivo e clemente, tardio em irar-Se, e grande em constante amor e fidelidade.

No princípio criou Deus os céus e a terra. Gên. 1:1;

Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. Apoc. 4:11;

E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.I Cor. 15:28;

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16;

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.I João 4:8;

Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém. I Tim. 1:17:

Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. Êxo. 34:6 e 7;

Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? João 14:9.

Veja aqui uma apresentação

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Uma mancha no paraíso


Ao contrário do evolucionismo, a Bíblia ensina que não surgimos de uma ameba, mas de um planejamento perfeito.

No livro de Gênesis, que significa “origens”, está escrito que “no princípio Deus criou os céus e a terra.” Ele apresenta Deus “dando forma” ao nosso planeta e criando tudo pelo poder da Sua Palavra: “Disse Deus: ‘Haja luz’, e houve luz.” Gênesis 1:1-3.

Mas, ao descrever a criação do homem, a Bíblia mostra a atitude diferente de Deus. Ele, que até ali, apenas ordena que as coisas se façam, aparece agora “sujando” as mãos no barro e criando uma obra de arte em argila. De forma muito carinhosa, o Criador concebeu cada parte do corpo humano: os olhos, com sua estrutura fantástica; o cérebro, como um computador insubstituível; o sistema nervoso central, o sistema imunológico; enfim, tudo minuciosamente planejado.

Terminada a obra-prima, o Criador se inclinou sobre Sua criatura, “soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.” Gênesis 2:7. Ao abrir os olhos, a primeira coisa que Adão contemplou foi o rosto do próprio Deus. Houve uma interação completa entre Criador e criatura. Deus fez o homem semelhante a Ele: “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste.” Salmo 8:5 – RA.

O Dono da Terra

Deus abençoou o sexo entre o casal e deu o DOMÍNIO sobre a Terra. “Deus os abençoou, e lhes disse: ´Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’.” Gênesis 1:28. A palavra “domínio” usada no original hebraico é “radhah” que quer dizer “reinar sobre”. Em outras palavras, o homem era o DONO DA TERRA.

Deus não só deu a Terra de presente ao homem, mas pediu a ele e o advertiu a GUARDAR essa Terra. “Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” Gênesis 2:15. No original hebraico, a palavra usada para “guardar” é “shamar”, que significa “GUARDAR CONTRA INTRUSOS”. Deus estava avisando Adão e Eva que haveria um intruso.



Cuidado! Perigo!
Estudamos, no último capítulo, que Lúcifer lançou dúvidas em todo o Universo questionando o caráter divino e que, após sua rebelião, ele foi expulsou do Céu. Mas, por que Deus, ao invés de expulsar Satanás do Céu, não o destruiu?

É que Lúcifer havia lançado dúvidas a respeito do amor de Deus. Se Deus o exterminasse naquela ocasião, a dúvida continuaria por toda a eternidade na mente dos seres criados, pois ninguém conhecia os resultados do mal. Outros obedeceriam a Deus por medo e não por amor!

Deus é Deus de liberdade. Todas as suas criaturas, inclusive Adão e Eva, foram criados com liberdade de escolha. A liberdade oferecida pelo Senhor era tão ampla, que eles poderiam até mesmo rejeitá-Lo, se o desejassem. Assim, com Lúcifer solto, oferecendo-se como segunda opção ao governo de Deus, o Senhor colocou diante deles uma maneira para que eles pudessem exercer seu livre arbítrio: uma árvore no centro do jardim.

A Bíblia revela que Deus se encontrava com o casal todos os dias, na hora do pôr-do-sol (Gênesis 3:8). Deus também os advertiu de que Satanás não tinha vida em si mesmo, por isso, se o escolhessem, perderiam o contato com a Fonte da vida (Deus) e morreriam: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá.” Gênesis 2:16 e 17.

A curiosidade fez com que Eva se aproximasse da árvore proibida. De repente, ela ouviu uma voz dizendo: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?” Gênesis 3:1. Eva deve ter levado um susto. Uma serpente falou com ela, mas serpentes não falam! De onde teria vindo o poder para fazer uma serpente falar? O corpo da serpente foi usado como fantoche por Satanás, que induziu Eva a cometer os mesmos pecados que ele: duvidar da palavra de Deus e tentar ser como Deus. Ele disse à mulher: “Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal.” Gênesis 3:4 e 5. Eva, que já estava encantada por ver uma serpente falar, agora se deleita em pensar que poderia ser como Deus.

Eva decidiu contra Deus e Adão também. Os dois pecaram! Essa escolha trouxe terríveis conseqüências. Agora, Satanás teria a oportunidade de mostrar ao Universo como seria o seu domínio. “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram.” Romanos 5:12.



Príncipe do Mundo? Por Enquanto!

Adão, o DONO DA TERRA, vendeu para Satanás o presente que Deus havia lhe dado. SATANÁS passou a ser O DONO DA TERRA (ver Lucas 4:6). Jesus reconheceu que Satanás é o “príncipe” deste mundo: “Já não lhes falarei muito, pois o príncipe deste mundo está vindo.” João 14:30 ( ver também João12:31 e 16:11).

Depois do pecado, Satanás começou a estabelecer as bases do seu reino. Surgiram doenças, pestes, sofrimentos, mudanças climáticas e mudanças no caráter do ser humano. O apóstolo Paulo disse que nos últimos dias os homens seriam “egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios... cruéis, inimigos do bem... mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus.” 2Timóteo 3:1-4.

Muitas pessoas, ao olharem para tanta miséria e tanta injustiça, afirmam que Deus não existe; afinal, se Ele existe, por que Ele permite todas estas coisas? Não sabem que o deus deste mundo não é Deus e, sim, Satanás. Ele é coerente com seu mundo. Isso é o que ele tem a oferecer!

E você, também já questionou: “Então, por que Deus não faz alguma coisa para acabar com tudo isso?”

Eu lhe respondo: Ele fez!

E você pergunta: O quê?



O Plano É Revelado

Ele morreu na cruz por nós!

Vamos um pouco atrás: Deus havia advertido que se comessem do fruto, morreriam no mesmo dia.

Os dois pecaram!

Morreram no dia?

Não!

Deus mentiu?

Não!

O próprio Jesus se ofereceu para morrer no lugar do homem!

O Criador se dispôs a pagar o preço da morte por Seus filhos. Assim, Deus não só resolveu o problema do pecado, mas deu a todo o Universo a maior demonstração de amor que pode existir! “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.

Não se esqueça que antes de criar o ser humano, Deus sabia que:

· A humanidade iria pecar;

· O mundo se tornaria o que se tornou;

· O coração do homem seria cruel;

· Ele teria que vir morrer pelo homem;

· Mesmo morrendo pela humanidade, poucos O aceitariam.



Mas, mesmo sabendo de tudo isto, Deus criou o mundo porque sabia que muitos seriam salvos e teriam a oportunidade da vida eterna.

Jesus, através da Sua morte, venceu o domínio de Satanás. Ele disse: “Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo.” João 12:31. A Bíblia complementa: “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos... Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro...” Apocalipse 12:10 e 11. O domínio de Satanás no mundo só irá durar até que cada ser humano tenha a oportunidade de escolher a Deus ou não. Deus está esperando.

Tenho certeza que, na sua vida, diariamente a história do Éden se repete. Satanás continua misturando a verdade e o erro para enganar você. Ele está “cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo.” Apocalipse 12:12. Mas Deus está à sua procura e lhe pergunta: “Onde você está?”

Quem tem o domínio do seu coração? Jesus está convidando: “Se hoje você ouvir a Minha voz, não endureça o seu coração.” Hebreus 4:7 (adaptado). O mal está com os dias contados e o bem finalmente triunfará. A mancha no paraíso será apagada e nós voltaremos ao lar. Lá não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.



A Criação

1º dia: Trouxe luz ao nosso planeta;

2º dia: Separou as águas em oceano e a atmosfera;

3º dia: Fez aparecer a porção seca (terra) e criou o reino vegetal;

4º dia: Fez aparecer os astros, sinalizando as Estações;

5º dia: Criou todos os animais aquáticos e as aves;

6º dia: Criou os animais terrestres, como os mamíferos, os répteis... Neste mesmo dia o Criador formou o homem à Sua imagem.

Bem X Mal





Uma revista que se propõe ser científica afirmou:

Ninguém precisa acreditar no Diabo, mas seria leviandade dizer que todas as histórias de possessão e exorcismo são inventadas para ludibriar os incrédulos. Ainda assim, a ciência não se dedica muito a esclarecer esses fenômenos – a postura das mentes ditas esclarecidas oscila do total desdém ao interesse específico por sintomas particulares. Demoníacas, espirituais ou manifestações de alguma condição peculiar da mente, elas ocorrem muito mais frequentemente do que se imagina.(Revista Superinteressante, Ed. 232, Novembro de 2006, pág. 68).





A questão da espiritualidade humana é um problema sem explicação para os evolucionistas, pois se o homem tivesse mesmo surgido apenas da matéria, de onde teria vindo essa capacidade de transcender, de buscar o imanente, o espiritual?

Nos capítulos anteriores, trabalhamos bastante com evidências, mas agora precisamos analisar um assunto de natureza essencialmente espiritual.


Você Acredita numa Luta Entre o Bem e o Mal?

Acredite ou não, esse assunto está na cabeça de todo mundo e se reflete onde a gente menos imagina. A luta do bem contra o mal roteirizou oito dos dez filmes de maior bilheteria de Hollywood de todos os tempos. É tema de romances, desenhos animados, e o tempo todo ocupa espaço em nossa vida. Então, a primeira pergunta a se fazer é: por que se falaria tanto em algo que não existe?

Agora imagine a seguinte situação: a chuva parou de cair às 2h45min, mas você chegou ao local às 3h. Como você sabe que choveu? É lógico! Percebemos que algo aconteceu pelos vestígios. É só olhar para o chão, para o telhado das casas e ver que estão molhados.

Assim acontece com Satanás. Como existiria o mal se não existisse um causador para ele? A Bíblia reconhece a existência desse inimigo de Deus: “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.” Mateus 4:1.


Como Surgiu Satanás?

Deus é eterno (Salmo 90:2). A fé, apoiada por evidências científicas nos fazem entender que o Universo foi formado por Deus, através de Sua palavra (Hebreus 11:2).

Por Seu amor e vontade própria, Deus desejou criar outros seres que pudessem desfrutar a vida. Todos os anjos foram criados por Ele (Salmo 148:2-5). Esse exército celeste adorava o Criador (Neemias 9:6) e O servia (Daniel 7:10), louvando- O. Isaías 6:3 (ver também Hebreus 12:22 e Apocalipse 5:11).

Talvez a afirmação de que anjos existem e foram criados por Deus soe aos seus ouvidos como dizer que Papai Noel e duendes existem. Afinal de contas, as fábulas estão aí para inventar um mundo de faz-de-conta tão parecidos com o real, que a realidade do mundo espiritual acaba se parecendo com ele. Hoje em dia, magia, bruxaria, duendes e fadas foram tão bem embrulhados num mesmo “pacote”com os anjos, que fica difícil até mesmo estudar a seu respeito. É que verdade e mentira são sempre muito parecidas.

Todos os seres criados por Deus foram dotados de liberdade de escolha, vontade própria. Deus é amor e jamais gostaria que Suas criaturas O servissem por obrigação. Elas eram livres para receber e corresponder esse amor, ou não.

Pense comigo:

· Deus é a fonte da vida;

· Ele desejou criar outros seres;

· Assim como uma lâmpada precisa da energia elétrica para iluminar, nós dependemos de Deus para viver;

· Logo, ao criar, Ele disse: “Vocês são livres para curtir tudo o que a vida oferece, mas se desejam viver, permaneçam ligados a Mim, que sou a fonte da vida!”;

· Deus não criou robôs, mas seres livres.

E se os seres criados pensassem que poderiam ter vida sem estar ligados a Deus? O que Deus faria?

Em todo o Universo existia amor, harmonia e liberdade. E “LIBERDADE” É A PALAVRA CHAVE NA CRIAÇÃO DE DEUS. Mas, em certo momento, algo inexplicável aconteceu.

A harmonia foi ameaçada por uma das criaturas de Deus que era um verdadeiro modelo de perfeição, “cheio de sabedoria... querubim da guarda ungido... perfeito... nos [seus] caminhos desde o dia em que [foi] criado até que se achou iniqüidade [nele].” Ezequiel 28:15-17. Deus dera a ele posição e capacidades especiais. O rosto daquele anjo transparecia felicidade. Sua majestade e inteligência destacavam seu porte nobre. Lúcifer era quem estava mais próximo do Criador.

O amor não é egoísta. Mas como Lúcifer passou a amar mais a sua própria glória, começou a sentir ORGULHO, INVEJA, ÓDIO (ver Ezequiel 28:15-17) e, então, passou a MENTIR, expondo aos outros o seu ponto de vista. “Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.” João 8:44. Dessa forma, o enganador “arrastou consigo um terço” dos anjos do Céu (Apocalipse 12:4).

Deus o criara perfeito e lhe dera a capacidade de fazer suas próprias escolhas. Mas um dia, a MALDADE FOI ACHADA EM SEU CORAÇÃO, foi sendo acariciada por ele, e foi assim que surgiu o pecado. Não há uma explicação para o pecado. Se houvesse, isso seria o mesmo que justificá-lo. E se o pecado fosse justificável, não seria pecado.

A Bíblia conta: “Você, que dizia no seu coração: ‘Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo’.” Isaías 14:13 e 14. Ele desprezou o fato de que a glória que aparecia nele era simplesmente o reflexo da glória do seu Criador (Ezequiel 28:17).

Deus não criou Satanás - Ele criou seres livres. Livres até mesmo para não escolhê-Lo, se assim optassem. E foi o que Lúcifer fez.


Batalha no Céu

Se Deus sabia que Lúcifer se transformaria num diabo, porque não deixou de criá-lo? Se Ele fizesse isso, a liberdade seria uma mentira, pois como pode haver liberdade, se só existe uma opção? O verdadeiro amor só pode surgir da verdadeira liberdade. Para cada ato de rebeldia que as criaturas cometessem, o Criador cometeria um ato de amor maior ainda (Romanos 5:20).

Lúcifer tinha rejeitado a autoridade divina. Certamente foram feitas várias tentativas para convencê-lo e dadas muitas chances, mas seu caráter passara a ser oposto ao do Seu Criador (Filipenses 2:6-8). “Houve peleja no céu. Miguel [Cristo] e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos... não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo... e, com ele, os seus anjos.” Apocalipse 12:7-9 – RA.


Uma Guerra Muito Próxima

Embora Satanás seja um inimigo vencido, ele continua empenhado em subjugar, “pois sabe que lhe resta pouco tempo”. Apocalipse 12:12. Ele não quer perder sozinho. Por isso, “estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.” 1Pedro 5:8. “Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal” Efésios 6:12.

Um fora-da-lei sobreviverá bem melhor, se ocultar sua própria identidade. Por isso, uma poderosa arma desse inimigo, hoje, é fazer com que as pessoas duvidem da sua existência. Por que lutaríamos contra um inimigo “que não existe”?

Ele consegue camuflar suas maiores mentiras com disfarces de verdades, afinal, ninguém seria capaz de tomar um veneno puro, mas o tomaria se estivesse misturado com um delicioso suco de frutas (veja Gênesis 3:1-6).

Hoje, o campo de batalha é a nossa mente. A luta é para ganhar a simpatia do coração humano. A cada momento, a cada decisão a ser tomada é você quem determina se o vencedor será Deus ou Satanás. É por isso que você tem, em sua consciência, um senso de “bem” e “mal”. Não é algo místico e, sim, real. A voz da consciência que quer fazer o que é certo é o apelo de Deus falando à sua mente: “Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos”. Provérbios 23:26.

termo “Miguel” significa “Quem é como Deus?”. Este é um nome de honra de Jesus, usado quando Ele está em direto conflito com as forças do mal. É um desafio a Satanás, que pretendia ser igual a Deus (Isaías 14:12-14). Outros textos na Bíblia mencionam este Ser: Daniel 10:13 e 21; 12:1; Judas 1:9 e Apocalipse 12:7. O termo “arcanjo” significa “anjo chefe” e Jesus é o líder dos anjos - de forma alguma Ele é uma criatura. O termo “anjo” significa “mensageiro” e Cristo é o mensageiro do Pai à humanidade. Veja que o nome “Miguel” não interfere em nada na plena divindade de Cristo (João 1:1-3; Colossenses 2:9). O fato de Jesus ser considerado “Miguel” não o torna uma criatura; da mesma forma que, quando Apocalipse 5:5 O chama de “leão”, Ele não se torna um animal. “Miguel” é apenas um nome que descreve uma função específica do Salvador no conflito entre o bem e o mal!

As 10 maiores bilheterias de todos os tempos




Destes dez filmes, oito têm como tema a luta entre o bem e o mal.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Profetas antigos e contemporâneos


“Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado seus segredos aos seus servos, os profetas”. Amós 3:7

No princípio Deus se comunicava pessoalmente com os seres humanos, mas depois do pecado, uma brecha foi posta entre Deus e o homem. O pecado criou uma espécie de muralha espiritual separando o Criador da criatura. “Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós para que não vos ouça”. Isaias 59:2.

Deus tinha a intenção de restaurar o homem, tinha por eterno amor o intuito de buscar o homem no mais fundo poço das trevas espirituais. Por meio de Cristo, Deus restauraria por completo o ser humano. Pois a escritura diz que:
“Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte...” (Rom 5:12),
Por esta razão Jesus se tornou o meio pelo qual o homem poderia viver novamente. Rom. 3:24.

Como restaurar a comunicação entre o céu e a terra já que ela foi interrompida pelo pecado? Por essa razão Deus usou homens orientados pelo Espírito Santo para nos trazer sua mensagem de salvação.

“E falarei aos profetas, e multiplicarei a visão; e pelo ministério dos profetas proporei símiles”. Oséias 12:10.

Deus jamais revelará algo sem antes revelar aos seus profetas. Amós 3:7.
Os profetas não existiram apenas para escrever as escrituras que temos hoje. Os profetas eram a voz de Deus para ajudar o ser humano no entendimento da verdade que a escritura queria transmitir.

Exemplo:

No tempo de Elias, uma grande multidão de pessoas interpretava a verdade de forma errada. Se não fosse Elias ajudar o pequeno povo de Deus a entender o que realmente as escrituras queriam dizer, até o povo de Deus teria se apostatado.
No tempo de Jeremias, em 629 ac, se Deus não falasse por intermédio dele, o povo já teria se apostatado, pois interpretariam a verdade erroneamente.
Em todos os tempos Deus teve um profeta para guiar sua igreja.

Moisés – 1571
Ido – 951
Profetas Menores
Miriam – 1491
Azaria filho de Obede - 941

70 anciãos – 1490
Hanãni – 940
Jonas – 862
Balaão – 1452
Elias – 912
Joel – 800
Josué – 1451
Zacarias – 840
Amós - 787
Débora – 1316

Oséias – 785
Anônimo – 1249

Miquéias – 750
Samuel – 1141

Naum – 713
Gade – 1062
Profetas Maiores
Sofonias – 630
Nata – 1034

Habacuque – 626
Davi – 1033
Isaias – 760 à 698
Obadias – 587
Aias o Silonita – 980
Jeremias – 629 à 585
Ageu – 520
Profeta velho de Betel – 975
Ezequiel – 595 à 574
Zacarias – 519
Semaias – 971
Daniel – 603 à 534
Malaquias - 397

A igreja de Deus no ano 397 ac ao ano aproximado zero, apostatou-se fazendo interpretações próprias das Escrituras, criando dogmas e preceitos que não existiam. Mas o que levou a igreja a se apostatar de tal forma que não pode nem mesmo compreender as profecias referentes à vinda de Cristo como o messias prometido? O que levou os judeus a deixarem a verdade e crucificarem aquele que era o centro dos livros dos profetas? Será que Deus deixou de enviar um profeta para instruí-los?

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados!...”. Mat. 23:37.

Os judeus ficaram sem profeta de 397 ac até a vinda de João Batista, porque perseguiam os profetas e por esta razão erraram ao interpretar as verdades. Em realidade nem haveria a necessidade de enviar mais profetas se eles não examinassem as escrituras com seus sentimentos egoístas.
Será que hoje em nossos dias precisamos de um profeta para nos instruir em toda a verdade? Será que se não tivermos um profeta para guiar a igreja do tempo do fim, para ser a voz de Deus, podemos estar seguros?

Um dia alguém disse que não precisamos de profeta, pois já temos a verdade, temos a escritura. Se pessoas acreditam desta forma, o que dizer da igreja dos apóstolos, como Paulo, Pedro, Barnabé, Tiago, João, etc. Será que eles precisaram de um profeta para não errar na interpretação da escritura?

Até mesmo eles precisavam do profeta, pois se não tivessem, com certeza teriam cometido alguns erros doutrinários. Atos 15:32,34.

No capítulo quinze de atos, fala de um conflito doutrinário que os apóstolos estavam enfrentando. Relativamente, quem consertou quase toda a situação foram dois profetas que estavam no meio dos discípulos.
Será que a Igreja de Hoje seria orientada por Deus através de um profeta? Será que hoje teríamos um profeta para nos instruir?

“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.... E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para doutores e pastores”. Efésios 4:8-11.

“Irou-se o Dragão contra a mulher e foi fazer guerra ao resto de sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus”. Apoc.12:17 “...O testemunho de Jesus é o Espírito de profecia”. Apoc. 19:10.

“Edificados sobre o fundamento dos Apóstolos, dos profetas, e do qual Jesus Cristo é a principal pedra de esquina”. Efésios 2:20.

Através destes versos, fica evidente que tanto a igreja primitiva quanto a que acompanha no fim dos tempos, teria o dom de profecia. (profeta).

Fonte:Gilbertotheiss

terça-feira, 24 de junho de 2008

Música: O que ouvir.


Primeiramente, qualquer questão envolvendo a música não pode ser vista apenas da perspectiva do antagonismo entre “estilo novo/estilo antigo”. Devemos procurar as orientações bíblicas e do Espírito de Profecia sobre o assunto. Parece que há um receio generalizado de consultar o claro “Assim diz o Senhor” quando o assunto é música. Alguns fazem crer que esse é um assunto no qual “vale tudo”, em que o mais importante é “ser sincero”. Parece que se formos honestos com as evidências da Inspiração, correremos o risco de desagradar à juventude ou ferir o gosto pessoal de alguém.


A MÚSICA SUPERIOR

Quero chamar a atenção para essas duas citações de Ellen White:“O cântico é um ato de adoração. O coração deve sentir o espírito do cântico a fim de dar a este a expressão correta.”

“Vi que todos devem cantar com o espírito e com entendimento também. Deus não Se agrada de barulho e desarmonia. O certo é-lhe sempre mais aprazível que o errado. E quanto mais perto puder chegar o povo de Deus do canto correto, harmonioso, tanto será Ele mais glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos impressionados favoravelmente.”

O ponto mais claro afirmado nos dois textos é que existe uma forma correta de louvar a Deus. Em contrapartida, se há o correto, somos levados a crer que o que se afasta de seus princípios se torna incorreto.

Alguns poderiam afirmar “Música é questão de cultura”. É verdade que toda expressão artística (música, artesanato, artes plásticas, etc) parte de uma cultura. Mas os valores é que moldam a cultura. Se os princípios da Palavra de Deus moldam nosso coração, não nos afastaremos totalmente da nossa cultura de origem – no meu caso, e no da maioria dos leitores, a cultura brasileira – , mas ela será transformada, e seus aspectos contrários ao Evangelho serão sublimados. Isto é o que B.B. Beach quer dizer quando afirma que o culto é transcultural.

Como cristãos, somos chamados a olhar para o modelo musical mais elevado, a música celestial. Em Testemenhos Seletos, volume I, a segunda citação vista acima, Ellen White fala que “[…] quanto mais puder chegar o povo de Deus do canto correto, harmonioso, tanto mais será Ele glorificado[…]”. Somos tomados por curiosidade a respeito do que seria exatamente este “canto correto”; felizmente, a autora se refere no parágrafo posterior à música executada nas cortes celestes, detalhando determinadas práticas dos músicos superiores:

“Foi-me mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. Vi grupos de anjos que se achavam dispostos em quadrado, tendo cada um uma harpa de ouro. Na extremidade inferior dela havia um dispositivo para virar, fixar a harpa, ou mudar os tons. Seus dedos não corriam pelas cordas descuidosamente, mas faziam vibrar diferentes cordas para produzir diferentes acordes. Há um anjo que dirige sempre, o qual toca primeiro a harpa a fim de dar o tom, depois todos se ajuntam na majestosa e perfeita música do Céu. Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível.”

Elementos como ordem, perícia técnica, harmonia e elevação podem ser claramente notados na descrição mencionada.[7] Na Bíblia, o cântico dos anjos é dirigido a Deus Pai, quando concluiu Sua Obra de Criação (Jó 38:7) e Deus Filho, quando concluiu a Sua Obra de Redenção (Apocalipse 5:12). Sempre uma obra divina serve de mote para que os anjos glorifiquem o Ser Superior, exaltando Seu poder criador, a beleza de Sua santidade, a inteireza de Sua justiça, enfim, aquilo que compõe a singularidade de Seu caráter. Adorar a Deus é reconhecer amorosamente aquilo que Ele é. A música cristã deve estar fundamentada neste princípio, não na exaltação performática das habilidades do músico.

DEVO OUVIR QUALQUER TIPO DE MÚSICA EM MINHA CASA?

É comum algumas pessoas argumentarem que a música cristã para ser ouvida dentro da igreja é de determinado tipo, enquanto há outra variedade de música cristã para ser ouvida fora da igreja. Penso que a música usada na devoção pessoal possa até ser distinta daquela que é executada num sábado de manhã, por exemplo, desde que ambas representem adequadamente o caráter de Deus. A adoração não é apenas uma prática cúltica – é, antes de tudo, um estilo de vida. Eu adoro a Deus quando vivo de acordo com Sua vontade, porque a minha vida se torna um meio de exaltá-Lo pelo Seu caráter, reproduzido em mim.

O apóstolo oferece esta norma para o viver cristão:

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4:19

Se servimos a um Deus que é Santo, temos de oferecer-Lhe música compatível com o Seu caráter. A essência da santidade é ser separado (no caso de uma pessoa ou elemento cúltico, separado para uma finalidade; no caso de Deus, separado de tudo quanto existe, principalmente do mal e pecado). Uma música santa não pode ser identificada com ritmos populares (samba, rock, axé, hip hop, sertanejo, pop, entre outros), que transmitem sentimentos e ideais mundanos (como sensualidade, protesto, revolta, satisfação egoísta, etc.).

A prática de converter músicas seculares em canções gospel não pode ser encarada como natural. Isso porque a escolha da música pode ou nos rebaixar ou nos elevar. Karlheinz Stockhausen, expoente da música eletrônica, afirma que
“Ao revolucionar nossa maneira de ouvir, a música eletrônica pode revolucionar nossa maneira de viver.”

O mesmo pode ser dito da música de modo geral – ela tem o poder de influenciar nossa cultura, comportamento, ideologia e sentimentos. Como pode a música mundana cumprir a função de elevar nossa mente a entreter comunhão com o Céu? Vale a pena nos lembrar de que o cristão é orientado pela Palavra de Deus e isto afeta à sua vida como um todo – inclusive o seu gosto musical. Deveríamos, portanto, criar cultura sadia, nobre, e não consumir a cultura que recende a valores mundanos.

“O modo como expressamos a imagem de Deus pode ser demonstrado pelas nossa criatividade e maneira de construir cultura.
Se trabalhamos com a cabeça ou com as mãos, se somos analíticos ou artísticos, se trabalhamos com pessoas ou com coisas, em cada vocação somos criadores de cultura, oferecendo nosso trabalho como serviço a Deus”

Tratamos antes de mostrar como a música que produzimos, ouvimos, tocamos ou consumimos está ligada à adoração, uma vez que adoração não é um programa de fim de semana, mas um estilo de vida. Dentro dessa perspectiva, devo escolher uma música que seja compatível com o plano de Deus para mim. Uma música em que o efeito causado pelo emprego de uma técnica se torna mais importante do que a própria mensagem não pode ser tida como adequada.

Especialmente no contexto de um culto, a apresentação musical não pode valorizar o intérprete ou sua execução. Perceba o tom de repreensão da serva do Senhor a seguir:

“Pode-se fazer grande aperfeiçoamento no canto. Pensam alguns que, quanto mais alto cantarem, tanto mais música fazem; barulho, porém, não é música. O bom canto é como a música dos pássaros - dominado e melodioso.Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos que eram de todo inadequados ao culto da casa do Senhor. As notas longamente puxadas e os sons peculiares, comuns no canto de óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cânticos de louvor entoados em tom natural. Os cânticos em que cada palavra é pronunciada claramente, em tom harmonioso, eles se unem a nós no cântico. Eles combinam o coro, entoado de coração, com o espírito e o entendimento.”

Tenho sincera dificuldade em harmonizar a descrição do ideal divino, conforme traçada no texto acima, com as apresentações musicais contemporâneas. Ao contrário: acredito que a música é barulhenta, alta (em tonalidade e volume), pouca dominada ou mesmo natural (afinal, os cantores tem se preocupado em “atingir” os limites de sua extensão vocal, muitas vezes gritando, literalmente) e tem freqüentemente abusado de modulações e “notas longamente puxadas”.

Tudo se torna ainda mais preocupante ao nos conscientizarmos de que estamos inseridos em um contexto profético; assim sendo, é capital que a música seja encarada com maior responsabilidade. Em visão, Ellen White disse o que aconteceria com a música nos tempos finais da história da igreja:

“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.”

Parece incrível, mas veremos em nossas igrejas uma operação maligna, desvirtuando o propósito do próprio culto, tornando-o em uma experiência emocionalmente histérica, bastante parecida com a que encontramos em alguns cultos pentecostais. Fico me indagando se a influência da Black Music, originária das tradições pagãs da África, aonde a experiência de transe faz parte do culto, não pode estar envolvida com a mudança de paradigma musical que já vem ocorrendo, e que levará à confusão dos “sentidos dos seres racionais”.

Penso que um ministério de música bem-sucedido deve se basear nas orientações divinas. Deus graciosamente deu aos adventistas princípios claros para orientar nossa música. Não basta alcançar qualidade técnica e produzir com competência. Se não somos pautados pelo que o Senhor diz, estamos fadados ao fracasso. Louvar é o contrário de dar um “show”, porque a ênfase não recai no artista, senão na adoração que o ministro/cantor oferece a Deus. Penso que devemos de ter critérios muito mais substanciosos para analisar o trabalho de qualquer artista cristão do que simplesmente dizer “tudo o que é novo, não presta!” O outro extremo, é sucumbirmos a modismos, descuidando da vigilância necessária no contexto profético em que vivemos

Acredito que deve haver maior debate sobre esses assuntos, de forma sadia e equilibrada. Não devemos ter medo de falar sobre música – ou qualquer outro assunto –, mas buscar um sólido embasamento bíblico e do Espírito de Profecia. O apóstolo Paulo recomenda aos cristãos:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração […]” Efésios 5:18 e 19.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A religião do jovem brasileiro


Deu na IstoÉ desta semana: "O jovem brasileiro dá mais valor à fé do que às igrejas. Ele escolhe professar uma determinada religião por iniciativa própria, não por orientação familiar ou costume. E tem uma relação de intimidade com Deus, sem o temor e a distância tão presentes nas gerações anteriores. Essas são as principais tendências observadas por respeitados especialistas do País, comprovadas por estudos recentes... Esses estudos revelam que o perfil religioso da população está sofrendo alterações significativas e definitivas. Mais: isso ocorre acima de tudo por conta da atitude religiosa manifestada pela juventude do que pela filiação dela a qualquer religião. ...

"'O espírito buscador do jovem não procura uma instituição religiosa que o enquadre, mas uma doutrina onde ele se encontre', diz a antropóloga Regina Novaes, pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para a juventude, explica, a fé está em alta; a religião, não.

"Nesse universo, é socialmente possível - algo impensável em épocas passadas - um jovem ir à missa de manhã e meditar em um templo budista à noite. ..."

Veja a reportagem na integra cliquando abaixo:

ISTOE

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Concorra a um livro


Concorra a um livro de Ellen G White.

Para concorrer é bem simples basta enviar uma mensagem ao blog e você já estará concorrendo ao livro.

O livro sorteado será Esperança para viver.

Este é um livro que fala de amor, esperança e salvação. Foi escrito especialmente para você!

Mas, você deverá deixar uma mensagem neste post. Menssagens em outros posts não serão aceitos.

Não se esqueça de colocar seu nome e contato. O sorteio será dia 14/07

Boa sorte.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Crenças Fundamentais: A Trindade


Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo, e sempre presente.

Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR; As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.Deut. 6:4; 29:29;

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Mat. 28:19; A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.II Cor. 13:13;

Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só SENHOR, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós. Efés. 4:4-6;

Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas. I Pedro 1:2;

Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém. I Tim. 1:17;

E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.Apoc.14:6-7.

Veja aqui uma apresentação

terça-feira, 10 de junho de 2008

A Escritura Sagrada e a Revolução Francesa


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No século XVI, a Reforma, apresentando ao povo uma Bíblia aberta, procurava admissão em todos os países da Europa. Algumas nações receberam-na com alegria, como um mensageiro do Céu. Em outras terras o papado conseguiu em grande parte impedir-lhe a entrada; e a luz do conhecimento da Escritura Sagrada, com sua enobrecedora influência, foi quase totalmente excluída. Em um país, posto que a luz encontrasse entrada, não foi compreendida por causa das muitas trevas. Durante séculos a verdade e o erro lutaram pelo predomínio. Finalmente o mal triunfou e a verdade divina foi rejeitada. "Esta é a condenação, que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz." João 3:19. Permitiu-se que a nação colhesse os resultados da conduta que adotara. A restrição do Espírito de Deus foi removida de um povo que tinha desprezado o dom de Sua graça. Consentiu-se que o mal chegasse a sazonar. E todo o mundo viu os frutos da rejeição voluntária da luz.

Esta guerra contra a Escritura Sagrada, prosseguida durante tantos séculos na França, culminou nas cenas da Revolução. Aquela terrível carnificina foi apenas o resultado legítimo da supressão da Escritura por parte de Roma. Apresentou ao mundo o mais flagrante exemplo da operação dos princípios papais – exemplo dos resultados a que por mais de mil anos tendia o ensino da Igreja de Roma.

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A supressão das Escrituras durante o período da supremacia papal, foi predita pelos profetas; e o Revelador (o apóstolo João) indica também os terríveis resultados que deveriam sobrevir especialmente à França pelo domínio do "homem do pecado".

Disse o anjo do Senhor: "Pisarão a santa cidade por quarenta e dois meses. E darei poder às Minhas duas Testemunhas, e profetizarão por mil, duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. … E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará. E jazerão seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. … E os que habitam na Terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a Terra. E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram." Apoc. 11:2-11.

Os períodos aqui mencionados – "quarenta e dois meses" e "mil, duzentos e sessenta dias" – são o mesmo, representando igualmente o tempo em que a igreja de Cristo deveria sofrer opressão de Roma. Os 1.260 anos da supremacia papal começaram em 538 de nossa era e terminariam, portanto, em 1798. Nessa ocasião um exército francês entrou em Roma e tomou prisioneiro o papa, que morreu no exílio. Posto que logo depois fosse eleito novo papa, a hierarquia papal nunca pôde desde então exercer o poder que antes possuíra.

A perseguição da igreja não continuou durante o período todo dos 1.260 anos. Deus, em misericórdia para com Seu povo, abreviou o tempo de sua dolorosa prova. Predizendo a "grande tribulação" a sobrevir à igreja, disse o Salvador: "Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se

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salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias." Mat. 24:22. Pela influência da Reforma, a perseguição veio a termo antes de 1798.

Relativamente às duas testemunhas, declara mais o profeta: "Estas são as duas oliveiras, e os dois castiçais que estão diante do Deus de toda a Terra." "Tua Palavra", diz o salmista, "é lâmpada para meus pés, e luz para o meu caminho." Apoc. 11:4; Sal. 119:105. As duas testemunhas representam as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos. Ambos são importantes testemunhas quanto à origem e perpetuidade da lei de Deus. Ambos são também testemunhas do plano da salvação. Os tipos, sacrifícios e profecias do Antigo Testamento apontam para um Salvador por vir. Os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento falam acerca de um Salvador que veio exatamente da maneira predita pelos tipos e profecias.

"Profetizarão por mil, duzentos e sessenta dias, vestidas de saco." Durante a maior parte deste período, as testemunhas de Deus permaneceram em estado de obscuridade. O poder papal procurava ocultar do povo a Palavra da verdade e colocar diante dele testemunhas falsas para contradizerem o testemunho daquela. Quando a Bíblia foi proscrita pela autoridade religiosa e secular; quando seu testemunho foi pervertido, fazendo homens e demônios todos os esforços para descobrir como desviar da mesma o espírito do povo; quando os que ousavam proclamar suas sagradas verdades eram perseguidos, traídos, torturados, sepultados nas celas das masmorras, martirizados por sua fé, ou obrigados a fugir para a fortaleza das montanhas e para as covas e cavernas da Terra – então profetizavam as fiéis testemunhas vestidas de saco. Contudo, continuaram com seu testemunho por todo o período de 1.260 anos. Nos mais obscuros tempos houve fiéis que amavam a Palavra de Deus e eram ciosos de Sua honra. A esses fiéis servos foram dados sabedoria, autoridade e poder para anunciar Sua verdade durante aquele tempo todo.

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"Se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto." Os homens não poderão impunemente espezinhar a Palavra de Deus. O sentido desta terrível declaração é apresentado no capítulo final do Apocalipse: "Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro." Apoc. 11:5; 22:18 e 19.

Estas são as advertências que Deus deu para guardar os homens de mudar de qualquer maneira o que revelou ou ordenou. Essas solenes declarações de castigo se aplicam a todos os que por sua influência levam os homens a considerar levianamente a lei de Deus. Deveriam fazer tremer aos que declaram ser coisa de pouca monta obedecer ou não à lei de Deus. Todos os que exaltem suas próprias opiniões acima da revelação divina, todos os que mudem o sentido claro das Escrituras para acomodá-lo à sua própria conveniência, ou pelo motivo de se conformar com o mundo, estão a trazer sobre si terrível responsabilidade. A Palavra escrita, a lei de Deus, aferirá o caráter de todo homem, e condenará a todos a quem esta infalível prova declarar em falta.

"Quando acabarem [estiverem acabando] seu testemunho." O período em que as duas testemunhas deveriam profetizar vestidas de saco, finalizou-se em 1798. Aproximando-se elas do termo de sua obra em obscuridade, deveria fazer guerra contra elas o poder representado pela "besta que sobe do abismo". Em muitas das nações da Europa os poderes que governaram na Igreja e no Estado foram durante séculos dirigidos por Satanás, por intermédio do papado. Aqui, porém, se faz referência a uma nova manifestação do poder satânico.

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Fora a política de Roma, sob profissão de reverência para com a Bíblia, conservá-la encerrada numa língua desconhecida, ocultando-a do povo. Sob seu domínio as testemunhas profetizaram "vestidas de saco". Mas um outro poder – a besta do abismo – deveria surgir para fazer guerra aberta e declarada contra a Palavra de Deus.

A "grande cidade" em cujas ruas as testemunhas foram mortas, e onde seus corpos mortos jazeram, é "espiritualmente" o Egito. De todas as nações apresentadas na história bíblica, o Egito, de maneira mais ousada, negou a existência do Deus vivo e resistiu aos Seus preceitos. Nenhum monarca já se aventurou a rebelião mais aberta e arrogante contra a autoridade do Céu do que o fez o rei do Egito. Quando, em nome do Senhor, a mensagem lhe fora levada por Moisés, Faraó orgulhosamente, respondeu: "Quem é o Senhor cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel." Êxo. 5:2. Isto é ateísmo; e a nação representada pelo Egito daria expressão a uma negação idêntica às reivindicações do Deus vivo, e manifestaria idêntico espírito de incredulidade e desafio. A "grande cidade" é também comparada "espiritualmente" com Sodoma. A corrupção de Sodoma na violação da lei de Deus, manifestou-se especialmente na licenciosidade. E este pecado também deveria ser característico preeminente da nação que cumpriria as especificações deste texto.

Segundo as palavras do profeta, pois, um pouco antes do ano 1798, algum poder de origem e caráter satânico se levantaria para fazer guerra à Escritura Sagrada. E na terra em que o testemunho das duas testemunhas de Deus deveria assim ser silenciado, manifestar-se-ia o ateísmo de Faraó e a licenciosidade de Sodoma.

Esta profecia teve exatíssimo e preciso cumprimento na história da França. Durante a Revolução, em 1793, "o mundo pela primeira vez ouviu uma assembléia de homens, nascidos e educados na civilização, e assumindo o direito de governar

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uma das maiores nações européias, levantar a voz em coro para negar a mais solene verdade que a alma do homem recebe, e renunciar unanimemente à crença na Divindade e culto à mesma". – Vida de Napoleão Bonaparte, de Sir Walter Scott. "A França é a única nação do mundo relativamente à qual se conserva registro autêntico de que, como nação, se levantou em aberta rebelião contra o Autor do Universo. Profusão de blasfemos, profusão de incrédulos, tem havido e ainda continua a haver, na Inglaterra, Alemanha, Espanha e em outras terras; mas a França fica à parte, na história universal, como o único Estado que, por decreto da Assembléia Legislativa, declarou não haver Deus, e em cuja capital a população inteira, e vasta maioria em toda parte, mulheres assim como homens, dançaram e cantaram com alegria ao ouvirem a declaração." – Blackwood’s Magazine, de novembro de 1870.

A França também apresentou as características que mais distinguiram Sodoma. Durante o período revolucionário mostrou-se um estado de rebaixamento moral e corrupção semelhante ao que trouxera destruição às cidades da planície. E o historiador apresenta juntamente o ateísmo e a licenciosidade da França, conforme os dá a profecia: "Ligada intimamente a estas leis que afetam a religião, estava a que reduzia a união pelo casamento – o mais sagrado ajuste que seres humanos podem formar, cuja indissolubilidade contribui da maneira mais eficaz para a consolidação da sociedade – à condição de mero contrato civil de caráter transitório, em que quaisquer duas pessoas poderiam empenhar-se e que, à vontade, poderiam desfazer. … Se os demônios se houvessem disposto a trabalhar para descobrir o modo mais eficaz de destruir o que quer que seja venerável, belo ou perdurável na vida doméstica, e de obter ao mesmo tempo certeza de que o mal que era seu objetivo criar se perpetuaria de uma geração a outra, não poderiam ter inventado plano mais eficiente do que a degradação do casamento. … Sofia Arnoult, atriz famosa

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pelos ditos espirituosos que proferia, descreveu o casamento republicano como sendo ‘o sacramento do adultério’." – Scott.

"Onde o seu Senhor também foi crucificado." Esta especificação da profecia também foi cumprida pela França. Em nenhum país fora o espírito de inimizade contra Cristo ostentado mais surpreendentemente. Em nenhum país encontrara a verdade mais atroz e cruel oposição. Na perseguição que a França infligiu aos que professavam o evangelho, crucificou a Cristo na pessoa de Seus discípulos.

Século após século o sangue dos santos fora derramado. Enquanto os valdenses, "pela palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo", depunham a vida nas montanhas do Piemonte, idêntico testemunho da verdade era dado por seus irmãos, os albigenses da França. Nos dias da Reforma seus discípulos foram mortos com horríveis torturas. Rei e nobres, senhoras de alto nascimento e delicadas moças, o orgulho e a nobreza da nação, haviam recreado os olhos com as agonias dos mártires de Jesus. Os bravos huguenotes, batendo-se pelos direitos que o coração humano preza como os mais sagrados, tinham derramado seu sangue em muitos campos de rudes combates. Os protestantes eram tidos na conta de proscritos, punha-se a preço a sua cabeça e eram perseguidos como animais selvagens.

A "igreja no deserto", os poucos descendentes dos antigos cristãos que ainda penavam na França no século XVIII, ocultando-se nas montanhas do sul, acariciavam ainda a fé de seus pais. Aventurando-se a reunir-se à noite ao lado das montanhas ou dos pantanais solitários, eram caçados por cavalarianos e arrastados para a escravidão nas galeras, por toda a vida. "Os mais puros, cultos e inteligentes dos franceses, foram acorrentados, em horríveis torturas, entre ladrões e assassinos." – Wylie. Outros, tratados com mais misericórdia, eram fuzilados a sangue frio, caindo, indefesos e desamparados,

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de joelhos, em oração. Centenas de homens idosos, indefesas mulheres e inocentes crianças eram deixados mortos sobre a terra em seu lugar de reunião. Atravessando-se a encosta das montanhas ou a floresta, onde estavam acostumados a reunir-se, não era raro encontrarem-se "a cada passo corpos mortos, pontilhando a relva, e cadáveres a balançar suspensos das árvores". Seu território, devastado pela espada, pelo machado, pela fogueira, "converteu-se em vasto e triste deserto". "Estas atrocidades não eram ordenadas … em qualquer época obscura, mas na era brilhante de Luís XIV. Cultivavam-se então as ciências, as letras floresciam, os teólogos da corte e da capital eram homens doutos e eloqüentes, aparentando perfeitamente as graças da humildade e caridade." – Wylie.

O mais negro, porém, do negro catálogo de crimes, a mais horrível entre as ações diabólicas de todos os hediondos séculos, foi o massacre de São Bartolomeu. O mundo ainda recorda com estremecimento de horror as cenas daquele assalto covardíssimo e cruel. O rei da França, com quem sacerdotes e prelados romanos insistiram, sancionou a hedionda obra. Um sino badalando à noite dobres fúnebres, foi o sinal para o morticínio. Milhares de protestantes que dormiam tranqüilamente em suas casas, confiando na honra empenhada de seu rei, eram arrastados para fora sem aviso prévio e assassinados a sangue frio.

Como Cristo fora o chefe invisível de Seu povo ao ser tirado do cativeiro egípcio, assim foi Satanás o chefe invisível de seus súditos na horrível obra de multiplicar os mártires. Durante sete dias perdurou o massacre em Paris, sendo os primeiros três com inconcebível fúria. E não se limitou unicamente à cidade, mas por ordem especial do rei estendeu-se a todas as províncias e cidades onde se encontravam protestantes. Não se respeitava nem idade nem sexo. Não se poupava nem a inocente criancinha, nem o homem de cabelos brancos. Nobres e camponeses, velhos e jovens, mães e filhos, eram juntamente abatidos. Por toda a França a carnificina durou dois meses. Pereceram setenta mil da legítima flor da nação.

"Quando as notícias do massacre chegaram a Roma, a

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exultação entre o clero não teve limites. O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos tangeram em todos os campanários; fogueiras festivas tornaram a noite em dia; e Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de São Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. … Uma medalha foi cunhada para comemorar o massacre, e no Vaticano ainda se podem ver três quadros de Vasari descrevendo o ataque ao almirante, o rei em conselho urdindo a matança, e o próprio morticínio. Gregório enviou a Carlos a Rosa de Ouro; e quatro meses depois da carnificina, … ouviu complacentemente ao sermão de um padre francês, … que falou daquele ‘dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia, e foi em aparato solene dar graças a Deus e a São Luís’." – O Massacre de São Bartolomeu, de Henry White.

O mesmo espírito sobrenatural que instigou o massacre de São Bartolomeu, dirigiu também as cenas da Revolução. Foi declarado ser Jesus Cristo um impostor e o grito de zombaria dos incrédulos franceses era: "Esmagai o Miserável!" querendo dizer Cristo. Blasfêmia que desafiava o Céu e abominável impiedade iam de mãos dadas, e os mais vis dentre os homens, os mais execráveis monstros de crueldade e vício, eram elevados aos mais altos postos. Em tudo isto, prestava-se suprema homenagem a Satanás, enquanto Cristo, em Seus característicos de verdade, pureza e amor abnegado, era crucificado.

"A besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará." O poder ateísta que governou na França durante a Revolução e reinado do terror, desencadeou contra Deus e Sua santa Palavra uma guerra como jamais o testemunhara o mundo. O culto à Divindade fora abolido pela Assembléia Nacional. Bíblias eram recolhidas e publicamente queimadas com toda a manifestação de escárnio possível. A lei de Deus era calcada a pés. As instituições das Escrituras

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Sagradas, abolidas. O dia de repouso semanal foi posto de lado, e em seu lugar cada décimo dia era dedicado à orgia e blasfêmia. O batismo e a comunhão foram proibidos. E anúncios afixados visivelmente nos cemitérios, declaravam ser a morte um sono eterno.

Disseram estar o temor de Deus tão longe do princípio da sabedoria que era o princípio da loucura. Todo culto foi proibido, exceto o da liberdade e do país. O "bispo constitucional de Paris foi obrigado a desempenhar a parte principal na farsa mais impudente e escandalosa que já se levou à cena em face de uma representação nacional. … Em plena procissão foi ele empurrado a fim de declarar à Convenção que a religião por ele ensinada durante tantos anos, era, em todo o sentido, uma peça de artimanha padresca, destituída de fundamento tanto na História como na verdade sagrada. Negou em termos solenes e explícitos a existência da Divindade a cujo culto fora consagrado, dedicando-se, para o futuro, à homenagem da liberdade, igualdade, virtude e moralidade. Depôs então sobre a mesa os paramentos episcopais, recebendo fraternal abraço do presidente da Convenção. Vários padres apóstatas seguiram o exemplo deste prelado". – Scott.

"E os que habitam na Terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a Terra." A França incrédula fizera silenciar a voz reprovadora das duas testemunhas de Deus. A Palavra da verdade jazeu morta em suas ruas, e os que odiavam as restrições e exigências da lei de Deus estavam jubilosos. Os homens publicamente desafiavam o rei dos Céus. Semelhantes aos pecadores da antiguidade, clamavam: "Como o sabe Deus? ou há conhecimentos no Altíssimo?" Sal. 73:11.

Com blasfema ousadia, que se diria incrível, disse um dos padres da nova ordem: "Deus, se existis, vingai Vosso nome injuriado. Eu Vos desafio! Conservais-Vos em silêncio; não ousais fazer uso de Vossos trovões. Quem depois disso crerá em

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Vossa existência?" – História, de Lacretelle, e História da Europa, de Alison. Que eco fiel é isto, da pergunta de Faraó: "Quem é o Senhor para que eu obedeça a Sua voz?" "Não conheço o Senhor!"

"Disse o néscio em seu coração: Não há Deus." Sal. 14:1. E declara o Senhor relativamente aos que pervertem a verdade: "A todos será manifesto o seu desvario." II Tim. 3:9. Depois que a França renunciou ao culto do Deus vivo, "o Alto e o Sublime que habita na eternidade", pouco tempo se passou até descer ela à idolatria degradante, pelo culto da deusa da Razão, na pessoa de uma mulher dissoluta. E isto na assembléia representativa da nação, e pelas suas mais altas autoridades civis e legislativas! Diz o historiador: "Uma das cerimônias deste tempo de loucuras permanece sem rival pelo absurdo combinado com a impiedade. As portas da convenção foram abertas de par em par a uma banda de música, seguida dos membros da corporação municipal, que entraram em solene procissão, cantando um hino de louvor à liberdade e escoltando, como o objeto de seu futuro culto, uma mulher coberta com um véu, a quem denominavam a deusa da Razão. Levada à tribuna, tirou-se-lhe o véu com grande pompa, e foi colocada à direita do presidente, sendo por todos reconhecida como dançarina de ópera. … A essa pessoa, como mais apropriada representante da razão a que adoravam, a Convenção Nacional da França prestou homenagem pública.

"Essa momice, ímpia e ridícula, entrou em voga; e o instituir a deusa da Razão foi repetido e imitado, por todo o país, nos lugares em que os habitantes desejavam mostrar-se à altura da Revolução." – Scott.

Disse o orador que apresentou o culto da Razão: "Legisladores! O fanatismo foi substituído pela razão. Seus turvos olhos não poderiam suportar o brilho da luz. Neste dia, imenso público se congregou sob aquelas abóbadas góticas que, pela primeira vez, fizeram ecoar a verdade. Ali, os franceses

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celebraram o único culto verdadeiro – o da Liberdade, o da Razão. Ali formulamos votos de prosperidade às armas da República. Ali abandonamos ídolos inanimados para seguir a Razão, esta imagem animada, a obra-prima da Natureza." – História da Revolução Francesa, de Thiers, vol. 2, págs. 370 e 371.

Ao ser a deusa apresentada à Convenção, o orador tomou-a pela mão e, voltando-se à assembléia, disse: "Mortais, cessai de tremer perante os trovões impotentes de um Deus que vossos temores criaram. Não reconheçais, doravante, outra divindade senão a Razão. Ofereço-vos sua mais nobre e pura imagem; se haveis de ter ídolos, sacrificai apenas aos que sejam como este. … Caí perante o augusto Senado da Liberdade, ó Véu da Razão! …

"A deusa, depois de ser abraçada pelo presidente, foi elevada a um carro suntuoso e conduzida, por entre vasta multidão, à catedral de Notre Dame para tomar o lugar da Divindade. Ali foi ela erguida ao altar-mor e recebeu a adoração de todos os presentes." – Alison.

Não muito depois, seguiu-se a queima pública da Escritura Sagrada. Em uma ocasião, "a Sociedade Popular do Museu" entrou no salão da municipalidade, exclamando: "Vive La Raison!" e carregando na extremidade de um mastro os restos meio queimados de vários livros, entre os quais breviários, missais, e o Antigo e Novo Testamentos, livros que "expiavam em grande fogo", disse o presidente, "todas as loucuras que tinham feito a raça humana cometer". – Journal de Paris, 14 de novembro de 1793 (nº 318).

Foi o papado que começara a obra que o ateísmo estava a completar: A política de Roma produzira aquelas condições sociais, políticas e religiosas, que estavam precipitando a França na ruína. Referindo-se aos horrores da Revolução, dizem escritores que esses excessos devem ser atribuídos ao trono e à igreja. Com estrita justiça devem ser atribuídos à igreja. O papado envenenara a mente dos reis contra a Reforma, como inimiga da coroa, elemento de

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discórdia que seria fatal à paz e harmonia da nação. Foi o gênio de Roma que por este meio inspirou a mais espantosa crueldade e mortificante opressão que procediam do trono.

O espírito de liberdade acompanhava a Bíblia. Onde quer que o evangelho era recebido, despertava-se o povo. Começavam os homens a romper as algemas que os haviam conservado escravos da ignorância, vício e superstição. Começavam a pensar e agir como homens. Os monarcas, ao verem isto, temeram pelo seu despotismo.

Roma não foi tardia em inflamar seus ciosos temores. Disse o papa ao regente da França em 1525: "Esta mania [o protestantismo], não somente confundirá e destruirá a religião, mas todos os principados, nobreza, leis, ordens e classes juntamente." – História dos Protestantes da França, G. de Félice. Poucos anos mais tarde um núncio papal advertiu ao rei: "Majestade, não vos enganeis. Os protestantes subverterão toda a ordem civil e religiosa. … O trono está em tão grande perigo como o altar. … A introdução de uma nova religião deve necessariamente introduzir novo governo." – História da Reforma no Tempo de Calvino, D’Aubigné. E os teólogos apelavam para os preconceitos do povo, declarando que a doutrina protestante "instiga os homens à novidade e loucura; despoja o rei da dedicada afeição de seus súditos e devasta tanto a Igreja como o Estado". Assim Roma conseguiu predispor a França contra a Reforma. "Foi para manter o trono, preservar os nobres e conservar as leis, que pela primeira vez se desembainhou na França a espada da perseguição." – Wylie.

Mal imaginavam os governantes do país os resultados daquela política fatal. O ensino da Escritura Sagrada teria implantado no espírito e no coração do povo os princípios de justiça, temperança, verdade, eqüidade e benevolência, que são a própria pedra basilar da prosperidade da nação. "A justiça exalta as nações." Donde, "com justiça se estabelece o trono". Prov. 14:34; 16:12. "O efeito da justiça será paz,

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e a operação da justiça repouso e segurança, para sempre." Isa. 32:17. O que obedece à lei divina é o que melhor respeitará e obedecerá às leis de seu país. O que teme a Deus honrará ao rei no exercício de toda a autoridade justa e legítima. Mas a desditosa França proibiu a Bíblia e condenou seus discípulos. Século após século, homens de princípios e integridade, homens de agudeza intelectual e força moral, que tinham coragem de confessar suas convicções e fé para sofrer pela verdade, sim, durante séculos esses homens labutaram como escravos nas galeras, pereceram na fogueira, ou apodreceram nas celas das masmorras. Milhares e milhares encontraram segurança na fuga; e isto continuou por duzentos e cinqüenta anos depois do início da Reforma.

"Quase não houve geração de franceses, durante esse longo período, que não testemunhasse os discípulos do evangelho fugindo diante da fúria insana do perseguidor, levando consigo a inteligência, as artes, a indústria, a ordem, nas quais, em regra, grandemente se distinguiam, para o enriquecimento das terras em que encontravam asilo. E à medida que enchiam outros países com esses valiosos dons, privavam deles o seu próprio país. Se tudo que então foi repelido se houvesse conservado na França; se, durante esses trezentos anos, a habilidade industrial dos exilados tivesse estado a cultivar seu solo; se durante esses trezentos anos, seu pendor artístico tivesse estado a aperfeiçoar suas indústrias; se durante esses três séculos, seu gênio inventivo e poder analítico tivessem estado a enriquecer sua literatura e a cultivar sua ciência; se a sabedoria deles estivesse a guiar seus conselhos, a bravura a pelejar em suas batalhas e a eqüidade a formular suas leis, e estivesse a religião da Bíblia a fortalecer o intelecto e a governar a consciência de seu povo, que glória não circundaria hoje a França! Que país grandioso, próspero e feliz – modelo das nações não teria ela sido!

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"Mas o fanatismo cego baniu de seu solo todo ensinador da virtude, todo campeão da ordem, todo defensor honesto do trono, dizendo aos homens que teriam dado ao país ‘renome e glória’ na Terra: Escolhei o que quereis: a fogueira ou o exílio. "Finalmente a ruína do Estado foi completa; não mais restavam consciências para serem proscritas; não mais religião para arrastar-se à fogueira; não mais patriotismo para ser desterrado." – Wylie. E a Revolução, com todos os seus horrores, foi o tremendo resultado.

"Com a fuga dos huguenotes, um declínio geral baixou sobre a França. Florescentes cidades manufatureiras caíram em decadência; férteis distritos voltaram a sua natural rusticidade; embotamento intelectual e decadência moral sucederam-se a um período de desusado progresso. Paris tornou-se um vasto asilo de mendicidade, e calcula-se que, ao romper a Revolução, duzentos mil pobres reclamavam caridade das mãos do rei. Somente os jesuítas floresciam na nação decadente, e governavam com terrível tirania sobre escolas e igrejas, prisões e galés."

O evangelho teria proporcionado à França a solução dos problemas políticos e sociais que frustravam a habilidade de seu clero, seu rei e seus legisladores, e que finalmente mergulharam a nação na anarquia e ruína. Sob o domínio de Roma, porém, o povo tinha perdido as benditas lições do Salvador acerca do sacrifício e amor abnegado. Tinham sido afastados da prática da abnegação em favor dos outros. Os ricos não haviam recebido repreensão alguma por sua opressão aos pobres; estes, nenhum auxílio pela sua servidão e degradação. O egoísmo dos abastados e poderosos se tornou mais é mais visível e opressivo. A cobiça e a dissolução dos nobres, durante séculos, tiveram como resultado a esmagadora extorsão para com os camponeses. Os ricos lesavam os pobres, e estes odiavam aqueles.

Em muitas províncias as propriedades eram conservadas pelos nobres, sendo as classes trabalhadoras apenas arrendatárias; achavam-se à mercê dos proprietários e obrigados a

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sujeitar-se às suas exigências escorchantes. O encargo de sustentar tanto a Igreja como o Estado recaía sobre as classes média e baixa, pesadamente oneradas pelas autoridades civis e pelo clero. "O capricho dos nobres arvorava-se em lei suprema; os lavradores e camponeses podiam perecer de fome sem que isso comovesse os opressores. … O povo era obrigado a consultar sempre o interesse exclusivo do proprietário. A vida dos trabalhadores agrícolas era de labuta incessante e miséria sem alívio; suas queixas, se é que ousavam queixar-se, eram tratadas com insolente desprezo. Os tribunais de justiça ouviam sempre ao nobre de preferência ao camponês; os juízes aceitavam abertamente o suborno, e o mais simples capricho da aristocracia tinha força de lei, em virtude deste sistema de corrupção universal. Dos impostos extorquidos do povo comum, pelos magnatas seculares de um lado e pelo clero do outro, nem a metade sequer tinha acesso ao tesouro real ou episcopal; o resto era desbaratado em condescendências imorais. E os mesmos homens que assim empobreciam seus compatriotas, estavam isentos de impostos, e, pela lei e costumes, com direitos a todos os cargos do Estado. Os membros das classes privilegiadas orçavam por uns cento e cinqüenta mil, e para a satisfação delas, milhões estavam condenados a levar uma vida de degradação irremediável."

A corte achava-se entregue ao luxo e à libertinagem. Pouca confiança existia entre o povo e os governantes. Prendia-se a todos os atos do governo a suspeita de serem mal-interpretados e egoístas. Durante mais de meio século antes do tempo da Revolução, o trono foi ocupado por Luís XV que, mesmo naqueles maus tempos, se distinguiu como monarca indolente, frívolo e sensual. Com uma aristocracia depravada e cruel, uma classe inferior empobrecida e ignorante, achando-se o Estado em embaraços financeiros, e o povo exasperado, não se necessitava do olhar de profeta para prever uma iminente e terrível erupção. Às advertências de seus conselheiros estava o rei acostumado a responder: "Procurai fazer com que as

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coisas continuem tanto tempo quanto eu provavelmente possa viver; depois de minha morte, seja como for." Era em vão que se insistia sobre a necessidade de reforma. Ele via os males, mas não tinha nem a coragem nem a força para enfrentá-los. Sua resposta indolente e egoísta sintetizava, com verdade, a sorte que aguardava a França: "Depois de mim, o dilúvio!"

Valendo-se dos ciúmes dos reis e das classes governantes, Roma os influenciara a conservar o povo na escravidão, bem sabendo que o Estado assim se enfraqueceria, tendo por este meio o propósito de firmar em seu cativeiro tanto príncipes como o povo. Com política muito previdente, percebeu que, para escravizar os homens de modo eficaz, deveria algemar-lhes a alma; que a maneira mais certa de impedi-los de escapar de seu cativeiro era torná-los incapazes de libertar-se. Mil vezes mais terrível do que o sofrimento físico que resultava de sua política, era a degradação moral. Despojado da Escritura Sagrada, e abandonado ao ensino do fanatismo e egoísmo, o povo estava envolto em ignorância e superstição, submerso no vício, achando-se, assim, completamente inapto para o governo de si próprio.

Mas a conseqüência de tudo isto foi grandemente diversa do que Roma tivera em mira. Em vez de manter as massas populares em submissão cega aos seus dogmas, sua obra teve como resultado torná-las incrédulas e revolucionárias. Desprezavam o romanismo como uma artimanha do clero. Consideravam-no como um partido que as oprimia. O único deus que conheciam era o deus de Roma; seu ensino era a única réligião que professavam. Consideravam sua avidez e crueldade como os legítimos frutos da Bíblia, da qual nada queriam saber.

Roma tinha representado falsamente o caráter de Deus e pervertido Seus mandamentos, e agora os homens rejeitavam tanto a Escritura Sagrada como seu Autor. Exigira fé cega nos seus dogmas, sob o pretenso apoio das Escrituras. Na reação, Voltaire e seus companheiros puseram inteiramente de lado a Palavra de Deus, disseminando por toda parte o veneno da incredulidade. Roma calcara o povo sob seu tacão de ferro;

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agora as massas, degradadas e embrutecidas, ao revoltarem-se contra a tirania, arrojaram de si toda a restrição. Enraivecidos com o disfarçado embuste a que durante tanto tempo haviam prestado homenagem, rejeitaram a um tempo a verdade e a falsidade; e erroneamente tomando a libertinagem pela liberdade, os escravos do vício exultaram em sua liberdade imaginária.

No início da Revolução foi, por concessão do rei, outorgada ao povo uma representação mais numerosa do que a dos nobres e do clero reunidos. Assim a balança do poder estava em suas mãos; mas não se achavam preparados para fazer uso deste poder com sabedoria e moderação. Ávidos de reparar os males que tinham sofrido, decidiram-se a empreender a reconstrução da sociedade. Uma turba ultrajada, cujo espírito estava de há muito repleto de dolorosas lembranças, resolveu sublevar-se contra aquele estado de miséria que se tornara insuportável, vingando-se dos que considerava como responsáveis por seus sofrimentos. Os oprimidos puseram em prática a lição que tinham aprendido sob a tirania, e tornaram-se os opressores dos que os haviam oprimido.

A desditosa França ceifou em sangue a colheita do que semeara. Terríveis foram os resultados de sua submissão ao poder subjugador de Roma. Onde a França, sob a influência do romanismo, acendera a primeira fogueira ao começar a Reforma, erigiu a Revolução a sua primeira guilhotina. No local em que os primeiros mártires da fé protestante foram queimados no século XVI, as primeiras vítimas foram guilhotinadas no século XVIII. Rejeitando o evangelho que lhe teria trazido cura, a França abrira a porta à incredulidade e ruína. Quando as restrições da lei de Deus foram postas de lado, verificou-se que as leis dos homens eram impotentes para sustar a avassalante onda da paixão humana; e a nação descambou para a revolta e anarquia. A guerra contra a Bíblia inaugurou uma era que se conserva na História Universal como "o reinado do terror". A paz e a felicidade foram banidas dos lares e do coração dos homens. Ninguém se achava seguro. O que hoje triunfava era alvo de suspeitas e condenado amanhã. A violência e a cobiça exerciam incontestável domínio.

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Rei, clero e nobreza foram obrigados a submeter-se às atrocidades do povo excitado e enlouquecido, cuja sede de vingança subiu de ponto com a execução do rei; e os que haviam decretado sua morte logo o seguiram no cadafalso. Foi ordenado um morticínio geral de todos os que eram suspeitos de hostilizar a Revolução. As prisões estavam repletas, contendo em certa ocasião mais de duzentos mil prisioneiros. Multiplicavam-se nas cidades do reino as cenas de horror. Um partido dos revolucionários era contra outro, e a França tornou-se um vasto campo de massas contendoras, dominadas pela fúria das paixões. "Em Paris, tumulto sucedia a tumulto, e os cidadãos estavam divididos numa mistura de facções, que não pareciam visar coisa alguma a não ser a exterminação mútua." E para aumentar a miséria geral, a nação envolveu-se em prolongada e devastadora guerra com as grandes potências da Europa. "O país estava quase falido, o exército a clamar pelos pagamentos em atraso, os parisienses passando fome, as províncias assoladas pelos ladrões, e a civilização quase extinta em anarquia e licenciosidade."

Muito bem havia o povo aprendido as lições de crueldade e tortura que Roma tão diligentemente ensinara. Chegara finalmente o dia da retribuição. Não eram mais os discípulos de Jesus que se arrojavam nas masmorras e arrastavam à tortura. Havia muito tempo que esses tinham perecido, ou sido expulsos para o exílio. Roma, sentia agora o poder mortífero daqueles a quem havia ensinado a deleitar-se nas práticas sanguinárias. "O exemplo de perseguição que o clero da França por tantos séculos dera abertamente, achava-se agora revertido contra ele mesmo com assinalado vigor. Os cadafalsos estavam tintos do sangue dos sacerdotes. As galés e prisões, que em outro tempo se povoaram de huguenotes, estavam agora repletas de seus perseguidores. Acorrentados ao banco ou labutando com os remos, o clero católico romano experimentou todas as desgraças que sua igreja tão livremente infligira aos benignos hereges."

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"Vieram então os dias em que o mais bárbaro dos códigos foi posto em vigor pelo mais bárbaro dos tribunais; em que ninguém poderia saudar os vizinhos ou fazer orações … sem perigo de cometer um crime capital; em que espias se emboscavam de todos os lados; em que todas as manhãs a guilhotina funcionava em trabalho rápido e prolongado; em que as cadeias estavam tão cheias como um porão de navio de escravos; em que, nas sarjetas, o sangue corria espumante para o Sena. … Enquanto diariamente carradas de vítimas eram levadas ao seu destino através das ruas de Paris, os procônsules, a quem a comissão soberana enviara aos departamentos, recreavam-se extravagantemente com crueldade desconhecida mesmo na capital. O cutelo da máquina mortífera levantava-se demasiado vagarosamente para a obra de morticínio. Longas fileiras de prisioneiros eram ceifadas a metralha. Faziam-se rombos no fundo dos barcos repletos. Lyon se tornou um deserto. Em Arras, mesmo a cruel misericórdia de uma morte rápida era negada aos prisioneiros. Por toda a extensão do Loire de Saumur até à desembocadura no oceano, grandes bandos de corvos e milhanos banqueteavam-se nos cadáveres nus, juntamente irmanados em hediondos abraços. Não se mostrava misericórdia a sexo ou idade. O número de moços e moças de dezessete anos que foram assassinados por aquele governo execrável, deve ser computado às centenas. Criancinhas arrancadas dos seios eram arrojadas, de chuço em chuço, ao longo das fileiras jacobinas."

No curto espaço de dez anos, pereceram multidões de criaturas humanas.

Tudo isto foi como Satanás queria. Durante séculos se empenhara por consegui-lo. Sua política é o engano desde o princípio até ao fim, e seu propósito fixo é acarretar a desgraça e a miséria aos homens, desfigurar e aviltar a obra de Deus, desvirtuar os propósitos divinos de benevolência e amor, ocasionando assim o pesar no Céu. Então, por suas artes ilusórias, cega o espírito dos homens, induzindo-os a responsabilizar a Deus pelos males de sua obra, como se toda essa miséria fosse

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resultado do plano do Criador. De igual modo, quando os que foram degradados e embrutecidos pelo seu poder cruel alcançam a liberdade, ele os compele a excessos e atrocidades. Então este quadro de desenfreada licenciosidade é apontado pelos tiranos e opressores como ilustração dos resultados da liberdade.

Quando é descoberto o erro sob um aspecto, Satanás apenas o mascara sob disfarce diverso, e as multidões o recebem tão avidamente como a princípio. Quando o povo descobriu ser o romanismo um engano, e Satanás não pôde por este agente levá-lo à transgressão da lei de Deus, compeliu-o a considerar todas as religiões como fraude e a Escritura Sagrada como fábula; e, pondo de lado os estatutos divinos, entregaram-se a desenfreada iniqüidade.

O erro fatal que trouxe semelhante desgraça aos habitantes da França, foi a ignorância desta única e grande verdade: que a genuína liberdade reside dentro das prescrições da lei de Deus. "Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos! Então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar." "Os ímpios não têm paz, disse o Senhor." "Mas o que Me der ouvidos habitará seguramente, e estará descansado do temor do mal." Isa. 48:18 e 22; Prov. 1:33.

Ateus, incrédulos e apóstatas opunham-se à lei de Deus e acusavam-na; mas os resultados de sua influência provam que o bem-estar do homem se prende à obediência aos estatutos divinos. Os que não leram esta lição no Livro de Deus, são convidados a lê-la na história das nações.

Quando Satanás agiu mediante a igreja de Roma a fim de desviar os homens da obediência, fê-lo ocultamente e com disfarce tal, que a degradação e a miséria resultantes nem foram vistas como sendo o fruto da transgressão. E seu poder foi tão grandemente contrabalançado pela operação do Espírito de Deus, que seus propósitos não lograram alcançar completa realização. O povo não ligava o efeito à causa, nem descobria a fonte de suas misérias. Na Revolução, porém, a lei de Deus foi

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abertamente posta de lado pelo Conselho Nacional. E no reinado do terror que se seguiu, todos puderam ver a operação de causa e efeito.

Quando a França publicamente rejeitou a Deus e pôs de parte a Escritura Sagrada, os homens ímpios e os espíritos das trevas exultaram com a consecução do objetivo havia tanto acalentado – um reino livre das restrições da lei de Deus. Porque a sentença contra uma obra má não fosse imediatamente executada, o coração dos filhos dos homens ficou "inteiramente disposto para praticar o mal". Ecl. 8:11. Mas da transgressão de uma lei justa e reta deve inevitavelmente resultar a miséria e ruína. Conquanto não fosse de pronto visitada com juízos, a impiedade dos homens estava, não obstante operando seguramente a sua condenação. Séculos de apostasia e crime tinham estado a acumular a ira para o dia da retribuição; e, quando se completou sua iniqüidade, os desprezadores de Deus aprenderam demasiado tarde que coisa terrível é haver esgotado a paciência divina. O moderador Espírito de Deus, que põe limite ao poder cruel de Satanás, foi removido em grande medida, permitindo-se que realizasse a sua vontade aquele cujo único deleite consiste na miséria humana. Os que haviam escolhido servir à rebelião, foram deixados a colher seus frutos, até que a Terra se encheu de crimes demasiado horrendos para que a pena os descreva. Das províncias devastadas e cidades arruinadas ouviu-se um grito terrível – grito de amargurada angústia. A França foi abalada como se fosse por um terremoto. Religião, leis, ordem social, família, Estado, Igreja, tudo foi derribado pela mão ímpia que se insurgira contra a lei de Deus. Com verdade disse o sábio: "O ímpio cairá pela sua própria impiedade." "Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dEle. Mas ao ímpio não irá bem." Ecl. 8:12 e 13. "Aborreceram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor"; "portanto, comerão, do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos." Prov. 1:29 e 31.

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As fiéis testemunhas de Deus, mortas pelo poder blasfemo que subiu "do abismo", não deveriam por muito tempo ficar em silêncio. "Depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram." Apoc. 11:11. Foi em 1793 que os decretos que aboliam a religião cristã e punham de parte a Escritura Sagrada, passaram na Assembléia francesa. Três anos e meio mais tarde foi adotada pelo mesmo corpo legislativo uma resolução que anulava esses decretos, concedendo assim tolerância às Escrituras. O mundo ficou estupefato ante a enormidade dos crimes que tinham resultado da rejeição das Escrituras Sagradas, e os homens reconheceram a necessidade da fé em Deus e em Sua Palavra como fundamento da virtude e moralidade. Diz o Senhor: "A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste os teus olhos ao alto? Contra o Santo de Israel." Isa. 37:23. "Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a Minha mão e o Meu poder; e saberão que o Meu nome é o Senhor." Jer. 16:21.

Relativamente às duas testemunhas, declara o profeta ainda: "E ouviram uma grande voz do Céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao Céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram." Apoc. 11:12. Desde que a França fez guerra às duas testemunhas de Deus, elas têm sido honradas como nunca dantes. Em 1804 foi organizada a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Seguiram-se-lhe organizações semelhantes com numerosas filiais no continente europeu. Em 1816 fundou-se a Sociedade Bíblica Americana. Quando se formou a Sociedade Britânica, a Bíblia havia sido impressa e circulara em cinqüenta línguas. Desde então foi traduzida em mais de duas mil línguas e dialetos.

Durante os cinqüenta anos anteriores a 1792, pouca atenção se dera à obra das missões estrangeiras. Nenhuma nova sociedade se formou, e não havia senão poucas igrejas que faziam algum esforço para a propagação do cristianismo nas terras gentílicas. Mas pelo fim do século XVIII, grande

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mudança ocorreu. Os homens se tornaram descontentes com os resultados do racionalismo e compenetraram-se da necessidade da revelação divina e da religião experimental. Desde esse tempo a obra das missões estrangeiras tem atingido crescimento sem precedentes.

Os aperfeiçoamentos da imprensa deram impulso à obra da circulação da Escritura Sagrada. As ampliadas facilidades de comunicação entre os diferentes países, a ruína de antigas barreiras de preconceitos e exclusivismo nacional, e a perda do poder secular pelo pontífice de Roma, têm aberto o caminho para a entrada da Palavra de Deus. Há anos a Bíblia tem sido vendida sem restrições nas ruas de Roma, e atualmente está sendo levada a cada parte habitável do globo.

O incrédulo Voltaire jactanciosamente disse certa vez: "Estou cansado de ouvir dizer que doze homens estabeleceram a religião cristã. Eu provarei que basta um homem para suprimi-la." Faz mais de um século que morreu. Milhões têm aderido à guerra contra a Escritura Sagrada. Mas tão longe está de ser destruída que, onde havia cem no tempo de Voltaire, há hoje dez mil, ou antes, cem mil exemplares do Livro de Deus. Nas palavras de um primitivo reformador, relativas à igreja cristã, a "Bíblia é uma bigorna que tem gasto muitos martelos". Disse o Senhor: "Toda a ferramenta preparada contra ti, não prosperará; e toda a língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás." Isa. 54:17.

"A Palavra de nosso Deus subsiste eternamente." "Fiéis [são] todos os Seus mandamentos. Permanecem firmes para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão." Sal. 111:7 e 8. O que quer que seja edificado sobre a autoridade do homem será destruído; mas subsistirá eternamente o que se acha fundado sobre a rocha da imutável Palavra de Deus.

Extraído do livro ”O grande conflito”. Ellen G White