sexta-feira, 13 de março de 2009
Desastres naturais: Indícios do fim
“Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; sobre a Terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas” (Lucas 21:25).
O mundo dificilmente esquecerá o que aconteceu no domingo, 26 de dezembro de 2004. Quatorze países da Ásia foram arrasados pelos tsunamis, ondas gigantes formadas no litoral do Oceano Índico. Fugindo do inverno no Hemisfério Norte, milhares de europeus – 20 mil suecos apenas na Tailândia, onde 80% dos mortos eram estrangeiros – estavam nos hotéis e locais paradisíacos do Sul e Sudeste da Ásia, desfrutando férias e totalmente à vontade, o que fez com que a tragédia assumisse proporções ainda maiores.
A partir das informações que circularam o mundo no dia fatídico, em jornais, telejornais, notícias pelo rádio e internet, os números só foram crescendo: “Poucas são as palavras que conseguem resumir números tão trágicos. Os mais de 12 mil mortos do domingo se tornaram, ontem, 24 mil. Muitas das fotos são impublicáveis. Corpos boiando na água. Crianças mortas enfileiradas no chão”, afirmou um dos principais jornais brasileiros, dois dias após a tragédia. [1]
Em sua manchete principal, esse jornal trouxe estampadas várias fotos expressando o desespero dos parentes dos mortos, seguidas das informações:
* 24 mil mortos * 75 mil desaparecidos * 2 milhões desabrigados
Extensão do drama choca o mundo
“Desespero. Este é o sentimento em lares nos cinco continentes depois que um terremoto e ondas gigantes devastaram o litoral de oito países no Sul e Sudeste asiáticos”. [2]
Na ocasião, operações de resgate tinham entrado em ação no Sri Lanka, Indonésia, Índia, Tailândia, Ilhas Maldivas e até na Somália, país situado a 5 mil quilômetros de distância do epicentro do terremoto e que, no entanto, foi atingido pela catástrofe.
A devastação das águas foi tamanha que, temem os estudiosos, pode ter extinto algumas etnias da Índia: “Ontem, cientistas descobriram que o terremoto de domingo arrastou o arquipélago indiano de Nicobar, com 550 ilhas. Uma ilha foi dividida ao meio e outras desapareceram. Teme-se que algumas etnias muito antigas que só existiam em Nicobar tenham sido completamente extintas”. [3]
Na quinta-feira, quatro dias após, as manchetes diziam: “Marés de corpos, Mortos já são 80 mil e podem chegar a cem mil; 5 milhões estão sem água e comida”. O texto afirmava: “Estimativas da Organização Mundial de Saúde indicam que cerca de cinco milhões de pessoas foram deixadas sem água ou comida e acesso a saneamento básico após o mais devastador maremoto da História atingir a zona costeira de 14 países no Oceano Índico, domingo. O número de vítimas, que não pára de aumentar à medida que o mar vai devolvendo quantidades enormes de corpos, já chega a 80 mil”. [4]
Os milhares de desaparecidos já faziam antever a extensão da tragédia: “A catástrofe, no entanto, pode ser bem maior, pois ainda há dezenas de milhares de desaparecidos e algumas áreas mais remotas de Sumatra e das Ilhas Andaman e Nicobar ainda não foram alcançadas pelas equipes de socorro. A Cruz Vermelha estima que os mortos podem chegar a cem mil”. [5]
A esta altura dos acontecimentos, correndo contra o tempo e as limitações logísticas impostas pela devastação de proporções dantescas, as autoridades dos países mais atingidos – Indonésia, Sri Lanka, Tailândia e Índia – se viam sobrepujadas pela enorme tarefa de recolher e identificar milhares de corpos espalhados pelas praias, ruas e escombros e levar assistência aos sobreviventes.
Na Índia, foram recuperados os corpos de mais de 500 pessoas que morreram na Basílica de Nossa Senhora de Vallankanni, apanhadas pelos tsunamis durante a missa. Maior santuário católico do país, o templo fica perto da localidade de Thanjavu, varrida do mapa pelo maremoto. “Quem não morreu no impacto (das ondas) foi arrastado e levado pela corrente” – testemunhou o padre Xavier, responsável pela basílica. [6]
Proporções inimagináveis
Juntamente com a mobilização das agências da ONU, da Cruz Vermelha e outros organismos internacionais no socorro imediato às vítimas, ficavam expostas perante o mundo a impotência humana diante destes grandes desastres naturais: “Estamos enfrentando um desastre de proporções sem precedentes na Natureza”, disse o chefe regional da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Simon Missiri. “A escala deste desastre é inacreditável”, assombrou-se o ministro da informação indonésio, Solyan Djalil, “no domingo o sistema simplesmente ruiu”. Em outras palavras, o governo local foi paralisado porque eles próprios foram vítimas. [7]
“Eu estive em guerras, participei de muitas operações de ajuda em furacões, tornados e outras calamidades. Mas nunca tinha visto nada como isso”, afirmou o general Collin Powell, na época Secretário de Estado americano. [8]
Outra declaração chocante foi feita por Keith Lambert, um voluntário inglês que atuou no resgate e atendimento às vítimas na Tailândia: “Algumas Pessoas querem saber como é o inferno. Bem, eu acho que se pode imaginar como ele seja pelo que se vê por aqui”.
Nos primeiros dias após a tragédia, inúmeros foram os gestos de apoio humanitário em todo o mundo – aqui no Brasil, inclusive, muitas empresas e pessoas se mobilizaram no recolher e doar alimentos e remédios para as vítimas – mensagens de condolências, expressões de pesar e avaliações sobre a extensão da catástrofe. Talvez a mais precisa e lúcida tenha sido apresentada pela revista Veja, em sua primeira reportagem sobre esse desastre natural: “Tão vasto foi o estrago, que é possível que nunca se saiba com certeza o número total de vítimas”. [9]
Realmente, as dificuldades de identificação dos mortos, aliadas à extensão geográfica da tragédia e falta de registros e identificação civil em muitas das áreas atingidas tornaram isso uma realidade cruel. Hoje, passado quatro anos, fala-se em mais de 250 mil mortes.
Globalização das tragédias
Nem bem o mundo havia concluído a contagem dos mortos vítimas dos tsunamis e se recuperado do duro golpe da tragédia na Ásia, somos sacudidos pelas notícias de seguidas devastações em cidades e Estados dos EUA provocadas pelos furacões Katrina e Wilma.
Dois terços dos habitantes de Nova Orleans são negros, uma proporção cinco vezes maior do que a média americana. Um terço deles vive abaixo da linha de pobreza. Sem dinheiro ou carro para fugir da cidade, formaram o grosso do contingente que acabou ficando em Nova Orleans para esperar a passagem do Katrina. “O desastre expôs a pobreza que atinge parte da população dos Estados Unidos, principalmente negros, quase sempre ofuscada pela prosperidade da economia americana”, afirmou a socióloga Margaret Weir, da Universidade da Califórnia. [10]
Ainda em 2005, o mundo viveria os horrores de um terremoto de proporções gigantescas que sacudiu o Paquistão e a Índia, provocou milhares de mortes e dezenas de milhares de feridos, deixando milhões de desabrigados. Dias depois, o furacão Stan mataria mais de 70 mil pessoas na Guatemala e sul do México. E o vulcão Yamatec, em El Salvador, entraria em erupção causando várias mortes e desalojando pelo menos 7.500 famílias. [11]
“O ano de 2005 poderia ter entrado para a história como o período de maior número de catástrofes naturais. Mas não foi assim. Em 2006 houve registro de ainda mais protestos selvagens da Natureza. Para completar o cenário sombrio, Markku Niskala, secretário geral da Cruz Vermelha Internacional, declarou recentemente que em 2007 houve um aumento de 20% de catástrofes em relação a 2006. Alcançou-se a assustadora cifra de quinhentos cataclismos no mundo inteiro. Na atualidade, calcula-se em 250 milhões o número de pessoas afetadas por desastres naturais a cada dez anos. Na metade dos casos, o elemento destruidor é a água”. [12]
A ira satânica no final da História
No Apocalipse, ao descrever a ação de Satanás nos dias finais da História, a Bíblia afirma: “... Ai da Terra e do mar, pois o diabo desceu até vós cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12).
Por trás de quase todas tragédias é Satanás que está exercendo o seu poder de destruição, e não Deus! À medida que o mundo avança no pecado e desprezo às Leis do Criador, Deus se vê obrigado a relutantemente remover a Sua proteção e ação restringedora do mal, de forma que Satanás tem mais liberdade para aprimorar sua obra de destruição e morte, que é a sua especialidade:
“O moderador Espírito de Deus, que põe limite ao poder cruel de Satanás, foi removido em grande medida, permitindo-se que realizasse a sua vontade aquele cujo único deleite consiste na miséria humana. Os que haviam escolhido servir à rebelião, foram deixados a colher seus frutos, até que a Terra se encheu de crimes demasiado horrendos para que a pena os descreva”. [13]
Confirmando este posicionamento Bíblico que atribui a Satanás as tragédias e sofrimentos, a Sra. Ellen White escreveu:
“Nos acidentes e calamidades do mar e em terra, nos grandes incêndios, nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações, ciclones, ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares de formas, Satanás está exercendo o seu poder. Destrói a seara que está a amadurecer, e seguem-se fome e angústia". [14]
Por outro lado, é certo que os juízos de Deus já começam a cair sobre este mundo; mas estes juízos podem, em grande parte, ser vistos como o resultado da ação de Deus retirar a Sua mão protetora, permitindo que toda a degeneração que o pecado tem potencial para causar na natureza e na alma humana venham à tona com toda sua força e fúria:
“Ao avolumar-se a iniqüidade e retirar-se o protetor poder de Deus, houve tempestades e ventos destruidores. Edifícios foram destruídos pelo fogo e deitados por terremotos...”. [15]
“Um pouco das taças da ira de Deus já tem tido permissão para cair sobre a terra e o mar, afetando os elementos da atmosfera. As causas dessas condições incomuns estão sendo investigadas, mas inutilmente. Já os Seus juízos se manifestam na Terra. Ferozes e terríveis tempestades deixam a destruição e morte em sua esteira. O fogo devorador nivela a desolada floresta e a cidade apinhada. Tempestade e naufrágio aguardam os que viajam no mar. Acidentes e calamidades ameaçam a todos os que viajam em terra. Furacões, terremotos, espada e fome, seguem em rápida sucessão. Contudo, o coração dos homens se acha endurecido. Não reconhecem a voz de advertência de Deus”. [16]
Um horizonte sombrio
Após o longo governo de George W. Bush em que todos os clamores mundiais pelo respeito ao meio ambiente – controle de emissão de gases – caíram em ouvidos moucos, Barack Obama dá sinais freqüentes de respeito às questões ambientais e grande preocupação com a situação do mundo – o que é bastante positivo.
No entanto, as constantes notícias não são nada promissoras e, para muitos pesquisadores e cientistas, o mundo já atingiu aquele ponto crítico sem retorno; é isso o que dizem os jornais a partir das notícias e resultados de pesquisas apresentadas ontem no encontro de especialistas do clima que ocorre até quinta em Copenhague (Dinamarca).
Segundo os cientistas: “A quantidade de calor do Sol absorvido pelo Ártico quadruplicou nos últimos 30 anos, o que aumenta o risco de o sistema climático do planeta cruzar uma fronteira sem volta.
“O número, apresentado saiu de levantamento feito pela Nasa com imagens de satélite. A maior absorção de calor decorre da perda de superfície branca de gelo. Ela gera um ciclo vicioso no qual a própria perda da superfície congelada acelera o processo de derretimento.
“Os números da Nasa saíram de observações entre 1973 e 2007 em regiões próximas ao Alasca que perderam muito gelo. Ao contrário das placas congeladas, que refletem quase toda a luz, o mar absorve o calor e passa a contribuir diretamente para derreter a calota polar.
“De acordo com Son Nghiem, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa que apresentou os dados na conferência, o processo pode explicar as grandes perdas de áreas congeladas nos anos recentes.
“Entre 1998 e 2008, a redução da superfície de gelo no Ártico durante o verão foi 26% superior ao normal. A média nas duas décadas anteriores, embora já indicasse uma diminuição anormal, havia sido de 4%.
“O processo observado no Ártico revela que, devido ao aquecimento global, a região pode estar próxima ao chamado "ponto de virada" --momento em que o processo não pode mais ser revertido. A partir dessa marca o sistema climático seguiria em "resposta positiva", com sua deterioração se retroalimentando, acelerando um eventual colapso.
“No Pólo Norte, o colapso significaria a perda total de gelo durante o verão. A redução total da camada de gelo na região nos meses mais quentes, medida desde os anos 70, já é de 40%. "Ainda não podemos dizer com certeza se o gelo no oceano Ártico deixará de existir no verão. Mas dizemos que os impactos deste fenômeno seriam grandes", diz Nghiem. [17]
Ao apresentar o Sermão Profético, nosso Senhor Jesus profetizou o seguinte sobre os últimos dias que precederiam a Sua vinda: “... angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas” (Lucas 21:25). Sabemos que existem profecias sobre a destruição das cidades litorâneas pela elevação do nível do mar; da mesma forma, sabemos que em muitos lugares – até mesmo do Brasil – o mar tem destruído casas e vilas inteiras, retomando o seu antigo curso e território invadido pelas construções e especulação imobiliária.
Segundo os maiores especialistas em questões climáticas reunidos em Copenhague, o aumento da perda sazonal de gelo durante os verões no Ártico é de 26% e o aumento da absorção de calor do Sol na região, nestes últimos 30 anos, é da ordem de 300%.
“Pesquisas recentes da Universidade de Colorado indicam que as calotas da região poderiam deixar de existir em duas décadas. [...] Alguns cientistas voltaram a alertar que permitir que uma elevação na temperatura de 3C poderia causar o derretimento completo da cobertura de gelo da Groelândia”. [18]
Há uma polêmica e números controversos quanto ao tamanho do “estrago”. De qualquer forma, os cientistas são unânimes em afirmar que o derretimento das calotas polares e o conseqüente aumento do nível do mar – via elevação da temperatura nos oceanos e nos pólos – é inegável e o ritmo surpreende a todos.
Face a isso e ao link que Jesus estabeleceu desta profecia com os indicativos do fim, perguntamos: Como negar que a volta de Jesus está às portas?
Referências
1. Jornal do Brasil, 28 de Dezembro de 2004.
2. Jornal do Brasil, 28 de Dezembro de 2004.
3. O Globo, quinta-feira, 30 de Dezembro de 2004.
4. O Globo, quinta-feira, 30 de Dezembro de 2004.
5. O Globo, quinta-feira, 30 de Dezembro de 2004.
6. [O Globo, quinta-feira, 30 de Dezembro de 2004
7. [O Globo, quinta-feira, 30 de Dezembro de 2004]
8. [Veja, 5 de janeiro de 2005].
9. [Veja, 5 de janeiro de 2005].
10. [Veja, 14 de setembro, 2005]
11. Alejandro Bullon, Sinais de Esperança, pág. 50.
12. Ibidem.
13. O Grande Conflito, pág. 286.
14. O Grande Conflito, pág. 590.
15. Eventos Finais, pág. 100.
16. Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 76.
17. Folha de S. Paulo, 11 de Março de 2009.
18. Ibidem.
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