quinta-feira, 10 de maio de 2007

Lula rejeita acordo e diz ao papa que Brasil vai manter Estado laico

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, em encontro com o papa Bento 16, que o Brasil vai "preservar e consolidar o Estado laico".

Em conversa com sua assessoria depois da reunião com o papa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, Lula disse que explicou ao papa que o Brasil mantém a posição de "ter a religião como instrumento para tratar do espírito e temas sociais".

Lula também disse, segundo sua assessoria, que o papa não tocou no tema aborto durante o encontro. A oposição da Igreja Católica ao aborto foi citada pelo papa em suas duas falas na quarta-feira, em seu primeiro dia de visita ao país

A reunião de Lula e Bento 16 terminou em impasse no que diz respeito a fechar um acordo sobre direitos e privilégios da Igreja Católica no país.

Há poucas informações sobre os exatos termos do acordo, mas, segundo a BBC Brasil, a Igreja Católica quer formalizar em um documento legal próprio direitos e privilégios.

Entre os temas estariam a liberdade de culto, a preservação de igrejas, isenções fiscais, concessão de vistos para missionários e o ensino de religião nas escolas.

Segundo a assessoria de Lula, o papa disse que, apesar do impasse, tem a expectativa de que o acordo seja fechado ainda em seu pontificado e no mandato do presidente Lula.

Resistência

O Itamaraty vem resistindo aos pedidos da Igreja e prefere remeter os temas para a legislação brasileira já em vigor.

"A assinatura, segundo o desejo do Vaticano, deveria acontecer durante a viagem do papa ao Brasil, mas ela acabou sendo adiada para o final do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá vir em visita oficial", informou funcionário da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé.

Uma proposta de acordo foi enviada pela Santa Sé ao Itamaraty em dezembro do ano passado.

Com BBC

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A profecia na mídia secular

A despeito da tendenciosidade característica dos textos anti-religiosos da revista Superinteressante, é de se notar e destacar dois trechos de recente matéria veiculada pela mesma acerca da história da Igreja Católica: "Na penumbra da sala, um homem escreve sua obra-prima. Ele usa uma pena, tinta preta e folhas de papiro ou pergaminho. Não há certeza quanto à data, algo em torno do ano 750. Um endereço provável é o Palácio de Latrão. O autor seria um certo Cristóforus, secretário do papa Estêvão 2. Certeza mesmo, só em relação à obra: é a Doação de Constantino, a fraude mais bem-sucedida da história.

"Para entender o sentido do documento, temos de voltar no tempo. Ao longo do século 5, a parte ocidental do Império Romano foi invadida e devastada por tribos bárbaras. Em 476, Roma foi conquistada. Na confusão da guerra, o papado foi a única instituição organizada que sobreviveu - o papa Leão Magno entrou para o rol dos gênios da diplomacia por ter liderado o Vaticano nessa transição.

"Quando o rebuliço acabou, a Igreja era dona do mais poderoso dos monopólios: o conhecimento. Religiosos cristãos eram os únicos europeus letrados no início da Idade Média. Fornecendo conselheiros e legisladores para os reinos nascentes, a Igreja ganhou influência sobre os soberanos bárbaros, que começaram a se converter em 508 - o primeiro foi Clóvis, rei dos francos, que mandou batizar seus exércitos com tonéis de água benta. ...

"Mas a Igreja ainda tinha dias piores 'pela frente'. No século 18, a Europa viu o florescimento do Iluminismo, movimento filosófico que colocava a razão e a ciência no centro do mundo e questionava o valor absoluto da fé e das tradições. Pensadores iluministas, como o francês Voltaire, defendiam que todos os homens nascem iguais e têm o direito de escolher a própria religião. Esse novo jeito de pensar passou dos intelectuais para as massas: em 1789, a Revolução Francesa guilhotinou privilégios (e padres) e desapropriou terras da monarquia e da Igreja. Firmava-se o divórcio litigioso entre religião e Estado no Ocidente. De patrono das artes, o papado virou inimigo do progresso, entrando numa fase de pânico apocalíptico em relação a tudo o que cheirasse a modernidade - condenava até ferrovias e iluminação a gás. No século 19, a moralidade rígida era de novo a norma do Vaticano. O papa, que antes acumulava funções de político e soldado, passou a ser visto pelos fiéis como um santo vivo, casto e distante."

Pois bem, analisando os textos supra transcritos, temos por certo que encontramos com clareza meridiana um indicativo de início e fim da supremacia papal na Europa, que a matéria norteou como tendo início por volta do ano 508 (a igreja teria se antecipado politicamente ampliando seu círculo de influência), até por volta de 1789 (perdeu poder em decorrência da Revolução Francesa). Período de intensa perseguição aos opositores pelo poder religioso constituído, como o restante do texto deixa muito claro.

Intervalo aproximado, segundo a matéria: 1.281 anos.

Bíblia fala sobre um período análogo de intensa perseguição? Vejamos:

Daniel 7:25: "Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo."

Um tempo = 1 ano
Um tempo + dois tempos + ½ tempo = 3 ½ tempos = 3,5 anos
Um ano = 360 dias x 3,5 = 1.260 dias

Apocalipse 13:5: "Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses."

42 Meses x 30 dias = 1.260 dias

Apocalipse 12:6: "A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias."

Princípio dia/ano:

Números 14:34: "Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos e tereis experiência do meu desagrado."

Ezequiel 4:7: "Quarenta dias te dei, cada dia por um ano. Voltarás, pois, o rosto para o cerco de Jerusalém, com o teu braço descoberto, e profetizarás contra ela."

Diante do quadro exposto e a despeito inclusive da imprecisão das datas lançadas na matéria da Super, que obviamente não se preocupou em melhor fixar ou aproximar os possíveis marcos de início e fim da supremacia papal naquele período, temos por certo que, mais uma vez, a mídia secular trata de chancelar, ainda que involuntariamente, o texto bíblico.

Podemos ser mais precisos acerca desse período de dominação? Vejamos:

“Em 1798, o General Berthier entrou em Roma, aboliu o governo papal e estabeleceu um governo secular” (Enciclopédia Britânica, edição de 1941).

Estabelecido o final da profecia como 1798 e voltando 1.260 anos, chegamos a 538 d.C. Para o pontificado concretizar essa marca identificadora, um evento importante deve ter ocorrido em 538 d.C. a fim de marcar o início do período de 1.260 anos.

Evidências históricas revelam que em 533 d.C. o imperador romano Justiniano reconheceu a supremacia eclesiástica do papa como "líder" de todas as igrejas dos territórios ocidentais e orientais do Império Romano. Porém, só em 538 d.C., quando o pontificado realmente ficou livre de seu último oponente ariano, os ostrogodos (que naquela época governavam a Itália), o papa surgiu como a figura principal do Ocidente. Portanto, em 538 d.C., o palco estava armado para a gradual, mas contínua ascensão do pontificado.

“Virgílio... ascendeu ao trono papal (538 d.C.) sob a proteção militar de Belisário” (History of the Christian Church, vol. 3, p. 327).

Fonte: World´s Last Chance

"Os períodos aqui mencionados - 'quarenta e dois meses' e 'mil, duzentos e sessenta dias' - são o mesmo, representando igualmente o tempo em que a igreja de Cristo deveria sofrer opressão de Roma. Os 1.260 anos da supremacia papal começaram em 538 de nossa era e terminariam, portanto, em 1798. Nessa ocasião um exército francês entrou em Roma e tomou prisioneiro o papa, que morreu no exílio. Posto que logo depois fosse eleito novo papa, a hierarquia papal nunca pôde desde então exercer o poder que antes possuíra" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 266).

João 13:19: "Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU."

Fonte: Michelson Borges

Papa defende excomunhão de políticos pró-aborto

O papa Bento 16 afirmou nesta quarta-feira que os bispos mexicanos estão corretos ao indicar a excomunhão como pena aos políticos que aprovaram recentemente a liberalização do aborto na Cidade do México.

Conforme informações da imprensa italiana, Bento 16 disse, já dentro do avião que o leva ao Brasil, que a decisão do episcopado mexicano não foi arbitrária, porque está prevista no Código do Direito Canônico da Igreja Católica.

Bento 16 disse também que "a grande luta da Igreja pela vida, um ponto fundamental do pontificado de João Paulo 2º" deve ser relançada.

Ele afirmou ainda que a vida "é um dom e não uma ameaça", como a mensagem que está na raiz das legislações em favor do aborto.

A declaração do papa suscitou polêmica no país e foi imediatamente rebatida pelo chefe da Sala de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi.

De acordo com ele, o papa não defendeu uma excomunhão oficial de todos os politicos que votam em favor de leis abortivas. Apenas justificou a linha adotada pelos bispos mexicanos.

Recado aos italianos
No avião, Bento 16 também mandou um recado aos políticos italianos, que reclamam da intromissão da Igreja nos assuntos cotidianos do país.

"A Igreja como tal não faz política, respeitamos a laicidade", disse. "Mas a Igreja indica as condições nas quais os problemas sociais podem ser amadurecidos", disse.

O pontífice saiu do aeroporto internacional Leonardo da Vinci, em Roma, a bordo do Boeing 777 da Alitalia às 9h08min, hora local, e deverá chegar ao Brasil às 16h30m.

Bento 16 viaja acompanhado do secretário de Estado, dom Tarcisio Bertone, do presidente da Congregação para os Bispos, dom Giovanni Batista Re, do prefeito da Congregação para o Clero, dom Cláudio Hummes e do prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, dom José Saraiva Martins, que pronunciará a petição no rito de canonização do Frei Galvão.

Sobre o lugar da Teologia da Libertação na Igreja Católica, o papa disse ter observado que "é profundamente mudada a situação na qual a Teologia da Libertação nasceu".

"Agora, a questão é como a Igreja deve estar presente na luta pela justiça: sobre isso se dividem teólogos e sociólogos".

O papa disse que na Igreja "há espaço para um debate legítimo sobre como criar as condições para a libertação humana e sobre como tornar eficaz a doutrina da Igreja e indicar as condições humanas e sociais, as grandes linhas nas quais os valores possam crescer".

Segundo Bento 16, "como Congregação (da Doutrina da Fé) procuramos fazer uma ação de discernimento para nos liberarmos dos falsos milenarismos e da politização".

sexta-feira, 4 de maio de 2007

“SEJA FELIZ À VISTA. PAGUE EM VEZES” - Será?

Esta frase que li ao desembarcar hoje pela manhã no Terminal Rodoviário Tietê, em SP, me causou revolta. Pelo menos dois erros fatais são sugeridos nesta campanha publicitária de uma grande empresa de financiamento:

1) A felicidade é um momento;
2) Fazer crediário é o melhor negócio.

Vamos analisar estas supostas verdades:

A FELICIDADE É UM ESTADO DE ESPÍRITO

É incrível o quanto o mau Marketing (há o bom) não tem remorsos de passar a idéia de que a felicidade é um momento (imediatismo – marca da nossa sociedade). As inocentes crianças aprendem desde cedo que “tem que ser agora” e desenvolvem mecanismos para manipular os pais a fim de conseguirem o que querem, sem levar em conta o orçamento familiar (os filhos também deveriam se sentir participantes e responsáveis por ajudar a administrar as despesas da família). E os dedicados pais, que também têm o cérebro “programado” pela mídia consumista, acabam cedendo, para que a criança “não cresça com traumas” (a meu ver, isto é um eufemismo para “má educação”). Mal sabem que ao se deparar com o mundo lá fora, os filhos se tornarão pessoas depressivas, porque a visão de mundo que eles formaram no lar não condiz com a realidade (o mundo não dá tudo o que queremos). Ao dar tudo o que as crianças querem e vêem nos comerciais de TV, subliminarmente está sendo passado a elas: “tudo o que você quiser na vida, poderá conseguir com choro, e, na hora que quiser”. “A felicidade é o momento, e deve ser adquirida a qualquer custo”.

Crianças e adultos precisam aprender que é possível estar triste e mesmo assim ser feliz, pois FELICIDADE NÃO É APENAS O MOMENTO EM QUE ESTAMOS COM O SORRISO ESTAMPADO NO ROSTO. Ser feliz é se encontrar num estado de espírito que nos permite ter CONFIANÇA quando as coisas não vão muito bem. A pessoa que é feliz de verdade fica triste, mas, não se deixa dominar pela angústia. Ela sabe que toda a sua história não será escrita apenas por momentos de tristeza que serão passageiros e que podem servir de lições para a aprendizagem e o crescimento.

Por falar em crescimento, a felicidade também é um PROCESSO. Você conhece mais a Deus, aprende mais sobre si e, deste modo, entende a arte de ser feliz. Mesmo não podendo comprar a roupa que queria “agora” terá calma para juntar o dinheiro que precisa. Ao ser feliz de verdade, você consegue dominar os pensamentos negativos e obsessivos, aprende a não sofrer por antecipação, a não tentar adivinhar os pensamentos dos outros em relação a você e a respeitar a individualidade e visão de mundo daqueles com quem se relaciona.

COMPRAR À VISTA É O MELHOR NEGÓCIO

Nesta campanha publicitária, é sugerido a você e a mim que devemos fazer as prestações que forem “necessárias” para que desfrutemos da FALSA FELICIDADE, que é um estado de satisfação e alegria MOMENTÂNEO. Também, que comprar à prazo “em 36 vezes sem juros”, é bom negócio.

Não dá para ser feliz de verdade devendo todo o salário que se recebe no final do mês. Nada há de motivador em trabalhar só para pagar contas, arcar com os juros do cartão de crédito e cobrir o “cheque especial”. O melhor negócio é poder ter uma caderneta de poupança, investir o dinheiro (de maneira segura), formar um fundo de reserva para lidar com as emergências e pagar à vista.

Alguém pode argumentar: “mas, se deixar para comprar só à vista, nunca terei nada”. Não é bem assim. Concordo que há coisas que podem ser parceladas para nossa comodidade e por questões orçamentárias. Mas, isso deveria ser feito (em último caso!) num número de parcelas que evitasse o acréscimo de juros. Por isso, o melhor é a pessoa se dominar e guardar dinheiro até mesmo para parcelar.

Agora, se quer fazer um ótimo negócio, que seja lucrativo, deve-se economizar antes de fazer a compra. Resolvi juntar dinheiro para comprar nossas alianças de noivado. Quando minha noiva e eu fomos fazer os orçamentos, eu fazia aos vendedores aquela pergunta básica: “se comprarmos à vista, quanto fica?” Com apenas esta pergunta, conseguimos descontos de até R$ 90,00. Quem consegue o dinheiro para comprar sem parcelar, possui o poder de compra; pode negociar e conseguir ótimos descontos. Lembre-se disso.

Esta campanha publicitária (“Seja feliz à vista. Pague em vezes”), quando é “levada a sério”, tem o poder de destruir a saúde mental e terminar com um casamento. Não caia na cilada de “Ser feliz à vista pagando em parcelas”. Ao invés disso, SEJA FELIZ EM TODO O TEMPO. SEJA O (a) SENHOR (a) DE SUAS FINANÇAS E NÃO VIVA APENAS PARA PAGAR CONTAS.

Tenha como uma de suas metas trabalhar a mente, com a ajuda do Espírito Santo, para aceitar e seguir as dicas de psicologia preventiva ensinadas por Jesus em Mateus 6:25-34. São elas que garantirão a sua saúde e estabilidade emocional. E, conseqüentemente, mais dinheiro no bolso.

Postado do blog:http://blog.leandroquadros.com/

Vaticano prega união para salvar o planeta

Deus deseja que os fiéis contribuam para a preservação da natureza. Essa é a mensagem divulgada por uma conferência sobre as mudanças climáticas realizada pelo Vaticano. O evento é o indício mais recente de como os grupos religiosos do mundo todo se preocupam cada vez mais com o destino do planeta.

Vindos de 20 países, cientistas, ministros do Meio Ambiente e líderes de várias religiões reuniram-se durante dois dias para discutir as implicações do aquecimento global e do desenvolvimento econômico.

Enquanto os cientistas falavam sobre a dinâmica dos gases do efeito estufa, padrões de temperatura, florestas tropicais e emissões de poluentes, os homens e mulheres da religião discutiam os aspectos morais e teológicos da proteção ambiental.

A conferência, organizada pelo Conselho para a Justiça e a Paz, um órgão do Vaticano, revela-se como o movimento de mais profundo envolvimento da Igreja Católica - o maior grupo cristão do mundo - com um dos assuntos mais debatidos dos dias atuais.

"As mudanças climáticas são um dos sinais de uma era na qual a Igreja Católica é afetada como uma organização global. A Igreja Católica precisa adotar uma posição sobre essa questão atual e urgente", disse o bispo Bernd Uhl, de Freiburg (Alemanha).

Nos últimos anos, as maiores religiões do mundo adotaram posturas mais "verdes" em meio à corrida para salvar o mundo, o qual, segundo pregam, está sob os cuidados do homem e precisa ser protegido para as futuras gerações.

No último ano, algumas igrejas evangélicas dos EUA - grupos conservadores que se aliaram ao presidente norte-americano, George W. Bush - romperam com Washington para defender a adoção de medidas urgentes na proteção ao meio ambiente.

Segundo Uhl, chegou o momento de a Igreja Católica divulgar uma encíclica, o tipo mais importante de texto papal, sobre o que chamou de o "futuro da criação".

O bispo Christopher Toohey, da Austrália, disse que os devotos deveriam "ter a coragem e a motivação para, pela graça de Deus, fazer o que precisam fazer a fim de proteger este planeta-jardim".

(Yahoo)


Não deixe de ler a série "ECOmenismo", na seção Minuto Profético.

Roupa do Papa tem 15 km de linhas de ouro e prata

A casula que o Papa Bento XVI usará na primeira missa no Brasil está exposta na cidade de Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina. Apenas o bordado do paramento, que faz uma referência à banderia brasileira, consumiu 15 km de linhas de ouro e prata. Casula é o nome dado à veste que cobre o corpo dos padres.

As roupas que vestirão cerca de 500 bispos que participarão da missa com o santo padre também foram exibidas pela empresa que produziu os paramentos. Eles deverão chegar ao Campo de Marte, na capital paulista, na manhã do dia 10 de maio.

As linhas verticais douradas e prateadas fazem referência à ressurreição de Jesus Cristo, segundo explicou o designer Thiago Benchaya. A produção da casula é fruto de uma parceria entre uma empresa de Santa Catarina que confeccionou também as roupas dos bispos, a Arte Sacro, e a belga Slabbinck, que confecciona artigos religiosos em todo o mundo. "Há dois anos estamos realizando pesquisas em conjunto, sobre sinificados das cores e das imagens para a Igreja Católica", explicou Thiago. "Usamos essa pesquisa para confeccionar as roupas de 500 bispos e 2 mil padres na cerimônia do Campo de Marte".

Segundo o designer, foram usados 20 m de tecidos belgas na casula de Bento XVI, que pesa aproximadamente 1,2 kg. O corpo do paramento é composto em 99% por lã fria e 1% de lurex ouro. Dezessete pessoas trabalharam na confeccção da roupa e só o bordado feito em máquina industrial consumiu doze horas.

Para as roupas do bispos, foram 60 dias de trabalho e 45 pessoas envolvidas. A empresa consumiu nada menos do que 6 km de tecido e os funcionários tiveram de fazer duas horas extras por dia para dar conta das 2,5 mil vestimentas - 500 para bispos e 2 mil para padres que estarão na primeira celebração de Bento XVI no Brasil.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Jesus fonte de ibope


Num país em que 99% das pessoas dizem crer em Deus e mais de 80% acreditam na vida eterna e no paraíso, falar de Jesus (contra ou a favor) é garantia de “ibope” na certa. Mesmo revistas de orientação científica têm-se aventurado pelos meandros da fé e publicado matérias de cunho religioso. Um bom exemplo é a matéria de capa da revista Superinteressante de dezembro de 2002, edição que alcançou uma vendagem de 220 mil exemplares em banca, batendo seu recorde histórico. A segunda capa mais vendida (julho de 2002), da mesma publicação, abordou (ou detonou) a Bíblia, e vendeu 162 mil exemplares.A revista Época do dia 14 de abril de 2003 estampou na capa o título “A família de Jesus”. Na matéria é mencionado, dentre outros, o livro Tiago, Irmão de Jesus, de Pierre-Antoine Bernheim, que contesta o dogma da perpétua virgindade de Maria e assegura que essa não é afirmada em nenhuma passagem do Novo Testamento. Neste caso, Bernheim acerta em cheio, já que a mídia freqüentemente confunde dogmas com informações bíblicas e mistura a crença de algumas religiões (geralmente a católica) com o que ensina o cristianismo bíblico.A matéria menciona também o livro Mãe – A História de Maria, no qual se relata a história da parteira Salomé, que teria queimado a mão ao tentar constatar a virgindade da mãe de Jesus. Responsável pela compilação do volume, a editora Júlia Bárany diz que adotou como fonte principal para contar essa e outras histórias o Proto-Evangelho de Tiago, um apócrifo do século 2 teoricamente escrito pelo discutido irmão de Jesus.Já em O Evangelho Secreto da Virgem Maria, livro do padre católico espanhol Santiago Martín, é dito que Maria teria concebido Jesus numa gruta (e não num estábulo, como narram os evangelhos canônicos), antes mesmo de seu casamento com José. Provas, que é bom, nada.Ainda no evangelho apócrifo de Maria, ela chega a desconfiar das visões do Filho. Nele, a mãe de Jesus conta que o primeiro contato de Cristo com a morte foi aos 6 anos, ao ver o “avô” Joaquim no sheol, o lugar dos mortos dos judeus. ** PAUTA NATALINAEm dezembro de 2003, duas outras revistas trouxeram como matéria de capa a história de Jesus. A já citada Superinteressante, como geralmente faz quando se aventura em temas de fé (um verdadeiro desvio de sua proposta editorial original de ser uma revista científica, como bem o sabem aqueles que a acompanharam quando de seu lançamento há uma década e meia), estampou um título nem um pouco modesto em sua capa recordista: “A verdadeira história de Jesus.” A outra revista foi a Veja, com a chamada “O que Ele tem a dizer a você hoje”, cuja matéria se mostra bem mais ponderada. Mas falemos antes do texto da Super. Logo de início, o artigo afirma que “além dos evangelhos – que não podem ser considerados fontes imparciais de sua [de Jesus] vida, já que foram escritos por Seus seguidores – há apenas uma menção direta a Ele, citada pelo historiador judeu Flávio Josefo, que escreve sobre Sua morte no livro Antiguidades Judaicas, feito provavelmente no fim do século 1”.No entanto, adiante, o texto menciona a história de Paulo, relatada no livro de Atos, cujo autor é Lucas, e a aceita como verídica. Fica no ar a pergunta: Quando se deve aceitar ou descartar um texto bíblico?Ainda na mesma matéria se questiona o nascimento de Jesus em Belém, afirmando-se que Ele teria nascido, na verdade, em Nazaré. Diz-se, também, que a execução dos recém-nascidos por Herodes, a fuga de Maria e José para o Egito e a existência dos sábios do Oriente não passam de invenções acrescentadas pelos evangelistas, ou uma “licença poética”, como traz o texto. É a moda contestatória aí, de novo.Citando o professor de Teologia e Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo, Gabriele Cornelli, a Super informa que, tendo como base as parábolas de Jesus, Ele muito provavelmente teria sido um camponês e não um carpinteiro. Isso significa que o médico Drauzio Varella, por exemplo, teria sido um detento, pelo fato de ter escrito um livro tão detalhado sobre o dia-a-dia na antiga casa de detenção do Carandiru? Jesus falava para (entre outras pessoas e grupos sociais) os camponeses, e como bom Mestre que era, usava informações do cotidiano deles.A matéria da Super ignora ainda o contexto espiritual da pregação de Cristo (o que não se deve fazer, considerando-se quem Ele é) ao sugerir que Ele teria iniciado Sua pregação motivado por um sentimento de injustiça social em relação à opressão romana. E diz, também, que muitos curandeiros realizavam curas como um ato subversivo em relação ao poderio do templo judaico. Qualquer leitor da Bíblia sabe que Jesus enfatizou a paz (dê a César o que é de César; dê a outra face ao que lhe bater; e por aí vai) e sempre Se referiu a Seu reino como não sendo deste mundo.A bem da verdade, é preciso que se diga que a Superinteressante, nessa matéria em análise, faz uma boa descrição sobre o tempo e os hábitos de vida na época de Cristo. Mas ao apresentar diferentes opiniões sobre Jesus – como no caso em que um estudioso afirma ter sido Ele analfabeto e outro diz o contrário – evidencia ter escolhido o título para a capa levando em conta mais a publicidade do que o jornalismo. Afinal, qual a verdadeira história de Jesus? Nem eles respondem.** IMPARCIALIDADE RELATIVA No caso da revista Veja, é feita uma verdadeira retrospectiva da história do cristianismo, afirmando-se, inclusive, que “o cristianismo trouxe uma nova moral a um mundo saturado de crueldade casual e de paixão pela morte alheia... Uma moral que conferiu aos homens sua humanidade e na qual a virtude é a sua própria recompensa – sob cuja égide ainda vivemos, independentemente de crença”.No texto “A ciência à procura de Cristo”, da mesma edição, é dito que se descobriu “mais sobre Jesus Cristo nos últimos trinta anos que nos dois mil anteriores. O que se tem de novo é uma impressionante coleção de objetos e documentos que coincidem com os relatos bíblicos e que ajudam a dar contornos mais nítidos à figura histórica de Jesus”. Constatação simples, sem preconceitos e bem-vinda.Infelizmente, a despeito da relativa imparcialidade da Veja de dezembro, o ponto comum em todas as matérias citadas (e em quase tudo o que a mídia secular publica sobre Jesus), é o peso maior dado às declarações dos especialistas (quase sempre de orientação humanista) e aos livros escritos sobre Jesus, em detrimento das próprias palavras de Jesus, registradas nos evangelhos – estes sim, geralmente questionados quanto à sua veracidade histórica.Quem tiver interesse, pode encontrar muitos livros que, baseados em evidências históricas, confirmam o relato bíblico sobre a figura divino-humana de Cristo. The Case for Christ (publicado no Brasil pela Editora Vida, sob o título Em Defesa da Fé), do ex-jornalista do Chicago Tribune, Lee Strobel, é um desses. Strobel, que era agnóstico, não acreditava na Bíblia nem no cristianismo, mas em certo momento de sua vida resolveu empreender uma pesquisa jornalística (tentando ser o mais neutro possível) em busca das evidências pró e contra as Escrituras. E fez isso por dois anos, até que se convenceu da historicidade do Filho de Deus e tornou-se cristão. The Essential Jesus, editado por Bryan W. Ball e William G. Johnsson (Pacific Press) é outro ótimo livro sobre a vida e a época de Jesus. Trata-se, na verdade, de uma coletânea de textos de 12 estudiosos, cujo propósito básico é demonstrar que “o Jesus histórico e o Jesus da fé são o mesmo Jesus” (pág. 15). Lamentavelmente, livros assim são arbitrariamente excluídos pela mídia secular, quando se trata de analisar a vida do Filho do homem.** NA ONDA DOS APÓCRIFOS Atualmente também há uma onda de pesquisa nos chamados livros apócrifos. O problema é que, ao contrário da uniformidade e coerência observadas nos 66 livros canônicos, os apócrifos apresentam diversas discrepâncias em relação aos livros bíblicos. Por exemplo, o livro Sabedoria, que consta no cânon católico, faz referência ao purgatório, algo totalmente inexistente nas Escrituras e em desacordo com seus preceitos em relação ao estado do ser humano na morte (cf. Sal. 6:5; Ecles. 9: 5 a 10).No livro apócrifo de 2º Macabeus, capítulo 12, versos 42 a 46, há uma referência à oração pelos mortos, que pode ser contrastada com o canônico Isaías, capítulo 38, versos 18 e 19. Anjos bons aparecem mentindo em Tobias, capítulo 5, versos 10 a 14, livro que também diz que órgãos de peixes podem espantar demônios! (Tob. 6:5-8.)Os apócrifos foram incorporados à tradução da Bíblia para o latim (a Vulgata Latina) e decretados canônicos pelo Concílio de Trento, em 8 de abril de 1546. Têm seu valor histórico, mas não podem ser considerados canônicos (e os que pensam diferente deveriam ler as desculpas apresentadas pelo autor de 2º Macabeus, no capítulo 15, verso 37; algo muito estranho para um autor que se considera inspirado dizer).O que se percebe é que ainda hoje, dois mil anos depois, Cristo continua sendo alvo de controvérsias, ficando as coisas quase sempre na base do dito pelo não dito. Mas uma coisa é certa: o personagem mais conhecido da História continuará, com certeza, a render boas pautas.