segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Saiu o decreto dominical!


É impressionante como o tema da escatologia (estudos dos eventos finais) tem uma influência tão forte sobre os Adventistas. Talvez vc tenha vindo até aqui apenas por que o título da postagem chamou sua atenção.


É muito bom estudar profecia, e assim nos preparar para os eventos que estão à nossa frente. Mas não podemos cair no fanatismo e ficarmos no alvo de gozações ou cair no descrédito popular... Vou citar um exemplo:

Em maio de 2004 chegou à minha mão um panfleto que trazia uma mensagem URGENTE. Ele dizia que as datas da saída do decreto dominical (25/09/2004) e do fechamento da porta da graça (19/04/2008) haviam sido calculadas, sendo que a primeira ocorreria poucos meses depois da distribuição do panfleto.
O objetivo final do panfleto parecia ser divulgar o livro que o autor havia escrito com as informações referentes à sua pesquisa, a qual resultou nas datas citadas.

Bem...

Já estamos em 2008 e o tal "decreto" não saiu. O que dizer, então, do fechamento da porta da graça, no qual já estará fechada? Você foi um dos que comprou o tal "livro"?

Casos como esse nos mostram como nós, Adventistas, podemos cair facilmente nesta armadilha de tentar interpretar as passagens bíblicas de uma maneira que as Escrituras desautorizam.

"A pregação de um tempo definido para o juízo, na proclamação da primeira mensagem, foi ordenada por Deus. O cômputo dos períodos proféticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação. Os repetidos esforços por encontrar novas datas para o começo e fim dos períodos proféticos, e o raciocínio falaz que era necessário para apoiar este modo de ver, não somente transviaram da verdade presente os espíritos, mas lançaram o opróbrio sobre todos os esforços para se explicarem as profecias. Quanto mais freqüentemente se marcar um tempo definido para o segundo advento, e mais amplamente for ele ensinado, tanto mais se satisfazem os propósitos de Satanás. Depois que se passa o tempo, ele provoca o ridículo e o desdém aos seus defensores, lançando assim o opróbrio sobre o grande movimento adventista de 1843 e 1844. Os que persistem neste erro, fixarão finalmente uma data para a vinda de Cristo num futuro demasiado longínquo. Serão levados, assim, a descansar em falsa segurança, e muitos se desenganarão tarde demais"
- Ellen White, O Grande Conflito, p. 457.

De vez em quando surgem pessoas com idéias fantasiosas como a citada no início desta postagem, e sem embasamento profundo na Palavra de Deus. E o pior é que ainda encontram quem lhes dê crédito. Muitos sermões de sábado estão tendo como base estas teorias equivocadas.

- Faz algum tempo, surgiu o ensino sobre os 7 reis. Quando o papa João Paulo II morreu houve até quem dissesse que tudo era uma farsa, ou que ele "ressuscitaria", pois a teoria do 8º rei tinha que ser cumprida com ele.

- Já vi também alguns questionarem os códigos de barras, os cartões de crédito do Bradesco, etc.

- Há alguns dias uma notícia passeou pelo e-mail de muitos Adventistas, com a descoberta de um "chip" de computador que seria implantado sob a pele. E o mais "interessante" é que os cientistas diziam que o tal chip só podia ser implantado na mão (direita) ou na testa. Vale tudo para "forjar" uma boa ilustração para o sermão de sábado! rs.

Vamos dedicar tempo ao estudo da Palavra de Deus naquilo que nos foi revelado (você já parou para estudar o livro de Romanos, por exemplo?), e deixar os eventos futuros (com suas datas e expectativas) para o "amanhã".

Não precisamos de fatos espetaculares ou teorias fantasiosas sobre as profecias, para podermos nos aproximar mais do Senhor. Um estudo sincero e humilde da Bíblia nos revelará um Deus de bondade e amor, muito mais importante e seguro do que estas interpretações equivocadas dos escatólogos de plantão.

"Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos afinal, teremos de aprender ao pé da cruz a lição de arrependimento e humilhação" - O Desejando de Todas as Nações, p. 83.

Não estou desprezando o estudo das profecias. Mas defendo que não devemos ultrapassar os limites que o Senhor determinou sobre alguns assuntos... E a marcação de datas é um deles.

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