sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ateus planejam Dia do Orgulho Ateu no Brasil


Se Deus não existe, tudo é permitido? Não se você quiser anunciar a inexistência dEle no espaço para publicidade do Metrô de São Paulo. Ao menos, é o que diz a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), que teve a idéia inspirada em iniciativa semelhante feita nos ônibus da Europa. "O Metrô proíbe anúncios como o nosso", explica o engenheiro Daniel Sottomaior, 37 anos, presidente da Atea. O item 20-a do capítulo VI do regulmento de publicidade no Metrô veta propagandas "que possuam assuntos polêmicos, temas de cunho religioso (...) que possam prejudicar a imagem da companhia e suscitar comportamentos inadequados". Além da restrição publicitária, ter que pôr a mão no bolso para abrir os olhos dos religiosos [sic] também pesa, diz Sottomaior. "Aqui no Brasil, o custo do anúncio só é minúsculo se você comparar nossos recursos com os dos nossos concorrentes, a Igreja", brinca o engenheiro.

Se o Metrô for descartado, a Atea verá a possibilidade de anunciar em ônibus, como foi feito na Europa - e saiu "extremamente caro", destaca o dirigente da associação atéia no Brasil.

Enquanto isso, os ateus já traçam outros planos. Um deles é o Dia do Orgulho Ateu, a ser comemorado em 12 de fevereiro, data do nascimento do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), que invalidou [sic] parte do discurso religioso com sua teoria da evolução por meio de seleção natural, no livro A Origem das Espécies, de 1859 [detalhe: Darwin era agnóstico, não ateu]. O Dia de Darwin é um exemplo até inofensivo comparado à outra alteração proposta pela Atea: o Natal ateu seria comemorado dia 25 de dezembro, com o nome Newtal - referência à possível data de nascimento do cientista inglês Isaac Newton (1643-1727). [Essa eu não entendi... Newton era cristão e jamais concordaria com uma campanha como essa. Só o que falta esses ateus fundamentalistas começarem a agir como certos homossexuais que vivem dizendo que esse e aquele personagem histórico também era gay...]

Segundo Sottomaior, a idéia de juntar ateus em um sindicato da categoria, por assim dizer, é antiga. "O Brasil tem de 1% a 2% de ateus, mais que judeus e adeptos da umbanda e candomblé juntos. Se a gente conseguir reunir 10% desse 1%, seriam 190 mil ateus", afirma ele. A estimativa é baseada em números "escanteados" pelo IBGE na hora de mapear a religião dos brasileiros. (...)

Um dos motes da campanha da Atea é "saindo do armário". Qualquer coincidência com a bandeira do movimento LGBT é 100% intencional. "Usamos muitas analogias do movimento gay porque muitos deles acham que são a última minoria, mas somos nós. Os homossexuais já conseguiram seu lugar ao sol", explica Sottomaior. Ainda hoje, ele se enfurece ao ouvir o comentário-padrão "isso é coisa de quem não tem Deus no coração" quando alguém comete uma monstruosidade. "Já tentei fazer representação contra isso no Ministério Público, mas não me deram bola", lastima.

Por isso, o objetivo-mor da Atea é conseguir espaço na sociedade. Pode ser até um representante no Congresso. "Ele poderia propor projetos relativos ao ateísmo. Seria difícil ser aprovado, mas pelo menos traria a discussão", acredita Sottomaior.

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