sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O dilema das virgens loucas


Para mim, o quadro mais dramático descrito em toda a Bíblia é o que está revelado em Mateus 25:1-13. A Parábola das Virgens discorre sobre uma situação vivenciada por muitos cristãos. Infelizmente negativa, trágica, inglória; mas real. A causa do infortúnio da metade do grupo das virgens que aguardavam o esposo foi a insuficiência de azeite. O azeite que nas Sagradas Escrituras representa o Espírito Santo, não foi provido na quantidade necessária para que elas recebessem o esposo (Cristo em sua segunda vinda).

O fato de ser mencionado que elas possuíam lâmpadas, indica que elas um dia receberam azeite. Infelizmente este não foi constante, não foi guardado com cuidado, não foi buscado em porção dobrada. Atribuo tal fato a três causas principais, as quais passo a caracterizar a seguir:

1. Desleixo. Falta de cuidado, atenção, vigilância, interesse. O tempo parece ser o dom mais desperdiçado neste caso. Não tomar consciência da seriedade das questões que envolvem a vida espiritual, parece ser o fato marcante. Isto leva a deixar as coisas espirituais sempre para depois, não dando ao Reino dos Céus o status de prioridade. A rotina da vida absorve todo o tempo e consome a vida devocional. Não se tem compromisso para com as coisas de Deus. Sabemos que a salvação é pela graça, mas não podemos renegar o caminho que Cristo nos propõe, o qual constitui o discipulado no sentido mais amplo do termo.

2. Presunção. A falta de sensibilidade para não perceber as questões abrangidas no item 1, podem ter ambiente propício num quadro de presunção espiritual. O fato de ser batizado e ter pertencido a uma igreja por muitos anos, por si só não garante à pessoa o Reino dos Céus. Outros presumem que por, em alguma ocasião, terem recebido uma benção, um dom, ou terem até presenciado um milagre, já estejam no degrau mais alto da santificação. Há muitos pensamentos enganosos que podem anestesiar o cristão, dando um falso sentimento de conforto e acomodá-lo em uma situação de torpor espiritual. Sentimentos infundados de virtude espiritual podem amortecer as sensibilidades, retirando a visão da real situação e da urgente necessidade de reforma ou conversão.

3. Indiferença. Esta pode ser também fruto da presunção, mas pode ser também decorrente de uma vida que não recebeu o amor de Cristo. Ser indiferente é um dos pecados de conseqüências mais nefastas; pois mesmo apesar do alerta, do apelo, do convite que o Espírito Santo faz, a pessoa não reage, não responde, não se desperta. O pecado contra o Espírito Santo pode se manifestar na contínua indiferença aos Seus toques na consciência. A indiferença é uma forma de não se comprometer, de fugir da realidade, de não querer tomar uma decisão. A Bíblia apresenta inúmeros exemplos de pessoas que por agirem com indiferença perderam seus dons e foram rejeitadas por Deus. A Bíblia traz muitos apelos quanto a necessidade de atitude, de posicionamento, de decisão. “Hoje, se ouvires a sua voz não endureçais o coração ...” (Salmo 95:7,8). “Ninguém pode servir a dois senhores ....” (Mateus 6:24). “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.” (Mateus 12:30).

O drama das virgens loucas tem um caráter contraditório, pois não se trata de pessoas que desprezaram completamente a fé ou rejeitaram abertamente a Cristo, mas são pessoas que professaram segui-Lo, ama-Lo, honra-Lo. O maior erro destas pessoas é não se aperceber da situação, do tempo, das oportunidades. É lamentável o fato de chegarem tão perto do Reino dos Céus, mas se perderem como aqueles que desprezaram completamente a oportunidade oferecida por Cristo. Oxalá estejamos entre o grupo representado pelas virgens prudentes, e hoje é o tempo de tomarmos uma atitude!

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